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Porque devo liberar perdão e abençoar e amar meus inimigos! Parte IX



Nobres leitores (as) para que você consiga liberar perdão, abençoar e amar seu inimigo é necessário que você passe por uma cura interior completa. Esta cura só poderá acontecer se, “Jesus” for o primeiro em sua vida. A cura interior, não depende do médico carnal, mas sim o médico espiritual: e quem é este médico! “Ele, se chama Jesus Cristo”. Não fique mais nem um minuto guardando ódio, mágoas e ressentimentos em seu coração. Frase: Você só prova que realmente perdoou ou precisa de perdão quando é capaz de orar em favor daquele que te magoou e abençoá-lo para que seja muito feliz.
APRENDER A PERDOAR. Nascer de novo, para podermos nos reciclar e, de verdade, crescer. Não podemos deixar de agradecer ao Pai pela compreensão deste momento, deste compromisso, por entendermos que somos eternos. Temos obrigação de passar por cima das provas duras que passam pelo nosso caminho, para que possamos entender que somos seres de "acertos e erros" e que podemos perdoar todos aqueles que, de alguma maneira, foram instrumentos em nossas vidas. Obrigado Pai, por esta consciência de que nada é para sempre igual, dia-a-dia podemos crescer, deixando a ignorância e o radicalismo dos extremos para trás. Obrigado! Hoje sei que tenho que me esforçar para ser melhor, para ser cada vez mais adulto nos meus atos. Que eles sejam mais nobres do que medíocres e toda vez que estiver errado, que eu possa deixar o meu orgulho, minha vaidade de lado e consiga perdoar.  Devemos ser gratos por esta oportunidade de estar vivendo este instante, de podermos conviver com pessoas que ontem foram difíceis para nós, de podermos lidar e compreender um pouco mais desse desfecho chamado vida.
Agradeçam todos os dias, ao levantarem-se, por estarem hoje na família que estão, no ambiente de trabalho em que estão, pelos amigos, pelos vizinhos, enfim, pelo meio social que os faz crescer, aprender a tolerar e perdoar todos, sem exceção nenhuma.  Cresçam, passem a borracha no que já passaram, no que, de alguma forma, os aborreceu e alavanquem suas vidas, deixando realmente para trás o que lhes causa rancor, ódios, embaraços. Assim, poderão ser de verdade, felizes, mais tranquilos e mais amorosos. Fiquem na tranquilidade de saber que esta passagem é bela, quando sabemos vivê-la inteiramente.            
CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DO PERDÃO. Quantas vidas vivi para aprender a perdoar... Quantas chances tive... No entanto, fracassei um cem número de vezes. Quantas doenças armazenei... Quanto maltratei o meu corpo espiritual!  O Pai bondoso me dava as oportunidades e eu novamente me perdia no rancor e no ódio. Um dia, já cansado de lançar tanto veneno em meu corpo, resolvi perdoar, meio a contragosto. Ou seja, deixei de alimentar o rancor e esqueci as ofensas. A cada dia diminuindo os defeitos. Até que, um dia, nasci perfeito e comecei a viver, realmente. Meus irmãos, a sua vida está certa. Você está no lugar certo, com as pessoas certas. Enfim, tudo está perfeito. Não cultive a revolta, e sim, viva feliz, tirando do seu sofrimento as lições necessárias para o seu equilíbrio e crescimento. Aprenda a olhar para você com os olhos da alma e veja o quanto já aprendeu das dores que você vivenciou. Não reclame, ao contrário, agradeça ao Pai pela grande e valiosa oportunidade de poder estar novamente na carne, escola bendita que nos eleva ao encontro da luz. A sua vida tem tudo o que você precisa. Aprenda a usar os benefícios que ela traz, para o seu próprio proveito. Pedir perdão e perdoar. Duas posições diferentes, duas maneiras de sentir o efeito de um ato. Antes de pedirmos perdão a alguém que nos haja ofendido, é preciso analisar se esse pedido não é apenas uma forma de nos isentarmos da crítica dos outros, ou se realmente esse pedido é sincero, se partiu do coração.   A palavra em si não tem nenhum valor, se não for acompanhada de um arrependimento sincero, se não trouxer o desejo de nos melhorarmos para que, no futuro, não repitamos o mesmo erro. Perdoar requer humildade e verdadeira compreensão de que aquele que nos ofende é nosso irmão. E quem sabe alguém, através de uma ofensa, nos ajude a exercitar essa virtude tão nobre diante de Deus: o perdão. 
Agradeçamos pois, quando necessitarmos perdoar. Com certeza, neste perdão muito estaremos crescendo, pois é através do ato humilde de perdoar que nos elevaremos, pouco a pouco. Em nossa jornada faz-se mister que aprendamos a perdoar e também a pedir perdão pelos nossos erros, não importa que tenham sido cometidos contra os outros ou contra nós mesmos. Através de nossos descontroles emocionais, dos nossos desequilíbrios mentais, quanta agressão cometemos contra nós mesmos... Então, por isso, aprendam a perdoar ao próximo e a si mesmos.  Abraçar a causa do perdão é nosso dever. Olhar nosso companheiro com amor é nossa missão. Estaremos em constante renovação se exercitarmos nossa compreensão. Uma capacidade maior de expressarmos paz será mostra de trabalho cumprido. Retirar de dentro de nós os obstáculos que entravam nossa ascensão é obrigação certa.
Renovemos nosso pensar, como o pranto renova o coração.  Assim, encontraremos o que tanto procuramos. A paz no amor constante. Filhos, estejam em paz. Conservem em suas mentes a tranquilidade destes instantes, para que possam prosseguir em seus trabalhos diários. Sem lutas não seriam necessários tantos perdões. Perdoar aquele que nos ofende, este é o treino.                               Perdoem até aquele ser que não lhes diz respeito, porque talvez ele possa mostrar-lhes o verdadeiro caminho da paz. Sejamos coerentes nas adversidades da vida, porque assim haverá crescimento e a evolução do espírito será resgatada. Sejam tolerantes também com vocês mesmos, falhos, imperfeitos e, sobretudo, seres que estão caminhando para melhorar-se a cada instante de suas vidas. Fiquem em paz. Perdão é o que todos querem receber, mesmo sabendo que, muitas vezes, não são merecedores, pois as faltas cometidas nem sempre foram impensadas. Mas, e perdoar? Será que todos querem realmente? Como é difícil, não? Perdoar ao nosso irmão, perdoar ao nosso inimigo:
Principalmente ao nosso inimigo, justamente ele que mais precisa do nosso perdão, para que possamos, juntos, crescer espiritualmente, como é difícil... Vamos procurar olhar para os nossos prováveis inimigos como eles verdadeiramente são: nossos irmãos, nossa provação. Lutemos contra a má vontade em perdoar, pois é isso que Deus espera de nós. E, com perseverança, certamente conseguiremos. Perdoa a falta de tempo. Perdoa a cara quase sempre amarrada.                                 Perdoa a diferença de idade. Perdoa a falta de inocência.
Perdoa a falta de tantas coisas que pensei não serem importantes e perdoa as coisas supérfluas que acreditei importantes. Perdoa a falta de sorriso, da brincadeira não iniciada. Perdoa os gritos ecoados em teu mundo tão pequeno e tão incapacitado de compreendê-los. Perdoa a falta de paciência, a angústia, o egoísmo e tantos ismos perdidos em nossas lembranças.                                  Perdoa filho, por ter que te pedir perdão.  Quem ama, nunca precisa pedir perdão. Mas hoje filho, não por não te amar, ou por te amar pouco, te peço perdão pelo fraco que fui, pela covardia que me invadiu o ser, pelo orgulho que me conduziu e que tanto me distanciou de ti. Hoje te peço perdão, para nunca mais ter que te ver chorando outra vez. Perdoa. Perdoa filho. Deixemos de lado nosso orgulho tolo e peçamos perdão ao Pai, por tudo que fizemos "aos nossos inimigos" que, na realidade, de inimigos não têm nada, pois são tão Seus Filhos quanto qualquer um de nós. Mas peçamos esse perdão com sinceridade, naquele momento de total solidão, quando não houver testemunhas para nos dizerem: "És belo e puro de coração". Deixe brotar esse sentimento dentro de seu peito e verá que, assim, todos viverão muito melhor. PERDOA O QUE DORME. Quando ofendido for, eleve seu pensamento, buscando como alavanca, todos os momentos bonitos que já teve.  Quando agredido for, procure no seu arquivo aqueles atos em que teve uma mão estendida, um sorriso dado, um olhar de amor distribuído.  Quando perseguido for, pense no barulho do mar, nas suas ondas gigantescas e mergulhe na saúde desta belíssima paisagem. Procure força em tudo que for bom. E bom é olhar para tudo o que existe ao seu redor. Não esqueça de nada e também não se engane na procura do que olhar. Força se tira de uma flor que, num gesto pequeno, nos leva a regá-la com um pouco de água. Estamos todos crescendo. E se cada um começar a mudar as suas respostas aprendidas há muito, de pouquinho em pouquinho mudaremos tudo. A melhor forma de não ser ferido por essas flechas usadas por quem está caminhando como defesa no combate da vida é olhar para outros lados, despertando a tranquilidade em sua mente e em seu coração que se torna saudável e feliz. Perdoa sempre, desejando o despertar daquele que ainda dorme.
 Lembrar sempre que, cada amanhecer é uma nova chance de ser feliz, de ver na simplicidade da vida, do cotidiano, a real maneira de começar a ser feliz. Perceber a leveza e o prazer que os sentimentos bons trazem. Perceber que nossas ranhetices, muitas vezes, são desnecessárias, quando falamos impropérios no trânsito, fechamos pessoas que, por qualquer motivo, nos interpelem a frente. A essência da vida está se perdendo em banalidades. Vamos deixar os rancores de lado. Perdoar nossos irmãos, que insistimos chamar de inimigos, nos fará mais felizes conosco mesmos.  Um bom dia, obrigado. É apenas uma semente que, se regada diariamente, pode vir a ser uma grande árvore. O PERDÃO, UM  CAMINHO. Por que é importante perdoar? Porque quando perdoamos, rompemos os elos que nos prendem negativamente às pessoas. Sempre que nos vemos atingidos por algo que denominamos injustiça, nossa primeira reação é bradar, é tentar de alguma forma, atingir aquele que nos agrediu. Para defendermos nossa imagem moral, atacamos. Justificamos nossas palavras e nossos gestos, através do nosso senso de justiça. E apelamos para que os outros nos apoiem. Com isso, criamos entre nós e aquele que emitiu uma opinião negativa a nosso respeito ou que de algum modo nos feriu, uma rede de energia que faz com que permaneçamos ligados a ele. Fatalmente, essa pessoa saberá de nosso contra-ataque e se armará contra nós, com armas ainda mais poderosas. Está feito! E a única forma de rompermos com esta teia, é por meio do perdão.  Mas, como perdoar? Será o bastante que eu me aproxime do meu suposto inimigo e lhe diga: "eu o desculpo"? Bastará que eu lhe dê as costas e me afaste para nunca mais voltar? Então, como? É preciso que façamos uma análise verdadeira do que nos foi dito, da natureza do gesto que nos foi desferido. Não terá sido um alerta? Desfazer as incompreensões, usando de sinceridade. Se eu digo o que sinto e ouço o que outro sente, não sobrará espaço para as interpretações pessoais. Não olharei para o futuro como um molde cristalizado das minhas atuações no presente. A escala evolutiva do ser é bem mesmo como uma escada. Uma escada da qual não vemos o começo. Sequer vislumbramos a sua finalização. Apenas, nela estamos. Se eu olhar para baixo e pensar o quanto já subi, tirarei a atenção dos meus pés e poderei cair. Se olhar para cima e analisar o quanto ainda me falta escalar, o desalento pode acometer-me e meu tombo será imenso. Cada degrau é um fim em si mesmo. É um meio e uma meta. É preciso que concentremos toda a nossa atenção em cada um deles. Que saboreemos cada conquista que nos trazem. Assim, sem sentirmos, estaremos na senda, percorrendo os caminhos que nos levam à nossa finalidade máxima. Não importa que agora ela não nos seja dada a conhecer. Isso virá no tempo certo. Cada degrau é uma escalada por si só.                 E o perdão é um deles. Uma atitude de abertura para si mesmo e para o outro são formas de conquistá-lo. Pratiquem a calma, respirem devagar e sua capacidade de concentrar-se naquilo que necessitam para o seu crescimento, crescerá e frutificará. è RESSENTIMENTOS. Por que, meu amigo neste momento trás no coração, na alma, tanto ressentimento? Ressentimento que se transforma em raiva, que se transforma em rancor, que se transforma em ódio e que envolve todo o teu ser em energias negativas que te embotam o pensamento, que te corroem a alma, que te tiram o discernimento, a razão, o bom senso, o sono, o sossego... E te deixam nesta inquietude, neste desespero, atraindo para ti tantas outras energias mais negativas que as tuas próprias. Pensas alcançar teu objetivo? Às vezes alcanças, quase sempre alcanças... Mas o mal maior que estás fazendo, é para ti mesmo. Então, neste momento, volta os olhos para dentro do teu próprio coração. Plantaste, na verdade, tudo aquilo que estás colhendo agora. Não és o ofendido, foste o ofensor. E por isto, neste momento, sofres desta maneira. Recuar, retroceder, reerguer-te, tentar abrir uma brecha, por menor que seja, de reconhecimento das tuas falhas, neste momento, será uma pequena luz que adquirirás. E com este trabalho, voltado para ti mesmo, revendo todos os teus passos, julgando a ti próprio e não àquele a quem odeias, verás como o alívio virá. Verás como é bom reconhecer, verás como é bom aceitar, verás como o perdão traz a tranquilidade, traz a paz, traz energias renovadoras que, com certeza, far-te-ão um grande bem. Reflete e melhora-te. Não julgues, porque não és julgado.
REFLEXÕES SOBRE O PERDÃO. O perdão é um ato muito mais profundo do que a nossa percepção possa compreender.  O verdadeiro perdão está intimamente ligado ao amor - o amor verdadeiro, o amor fraterno, não este que costumamos barganhar através de nossa inconsequente e inconstante insegurança, abafando o nosso rancor e dizendo: eu o perdôo.                                          O verdadeiro perdão vem do fundo da alma. O rancor e o ódio sequer existem dentro do ser que verdadeiramente perdoa. Eles não arranham e não abalam o amor.
Portanto, o verdadeiro perdão chega até mesmo a ser um ato inconsciente. Pois aquele que não odeia, não tem consciência de que necessita perdoar. Ele perdoa porque ama. Seu perdão se mistura ao amor. Esse perdão é a nossa busca. Mas para isso precisamos, primeiro, conhecer a nós mesmos, conhecer o verdadeiro amor, conhecer a Deus que, em nossas mentes nos parece tão distante, mas que, na realidade, habita em cada um de nós. Quando adquirirmos consciência deste Deus supremo e interior que temos, deste Amor, desta Chama Infinita que nos habita, aí sim, poderemos começar a galgar o caminho do verdadeiro perdão. Até lá, teremos que nos esforçar, teremos que lutar para nos conscientizarmos e analisarmos, realmente, se aquele que nos magoou, provocou-nos tanta mágoa assim, ou se não é o nosso orgulho ferido que está ali, sangrando. Não o nosso coração, mas o nosso orgulho ferido. Quando iremos deixar a vingança, o ódio e o rancor de lado? Muitas vezes aquele que nos atira uma pedra pode até mesmo tê-la atirado sem querer. Mas nós, em nossa inconstante busca de superarmos uns aos outros, queremos revidar. E pensamos em revidar os atos agressivos, não os atos de amor... Estamos longe do verdadeiro perdão porque, infelizmente, estamos ainda distantes do verdadeiro amor. Mas temos a essência e todos os ingredientes para conseguirmos obter tanto o amor, quanto o perdão. Que todos possam, realmente, perdoar-se uns aos outros. E perdoando, principalmente a si mesmos, possam começar a conhecer o amor e o perdão verdadeiros.
                MELHOR DEFESA: O PERDÃO:  Queridos amigos, suas angústias, suas ansiedades, enfim, seus desequilíbrios estão na maioria das vezes relacionados com sua forma de pensar e de agir. Principalmente quando guardam em seus corações sentimentos inferiores como o ódio, pois este sentimento é reflexo de si mesmos. Este sentimento tão primitivo só existe por terem inimigos e muitas outras vezes por fazerem de um amigo, um opositor. Peço que repensem, esforcem-se em retirarem este perverso sentimento dos seus corações. Só assim poderão livrar-se de pensamentos inferiores e, consequentemente, de seus inimigos, transformando-os em amigos. A lição já foi dada, pelo exemplo, há muito tempo. Infelizmente, a humanidade não assimilou e vive presa ao sofrimento. Enquanto existir no coração do homem, sentimentos desta natureza, o espírito não poderá elevar-se a passos mais longos.  Não se esqueçam que o ódio não é eliminado após a morte do "vaso" físico, pois o sentimento é do espírito e não do corpo. Assim, se têm ódio, certamente precisam expurgá-lo, pois a vocês estarão ligados irmãos de planos inferiores que de algum modo interferirão em suas vidas, propiciando-lhes angústias, insatisfações e tristezas. Com o perdão, estes irmãos não poderão ligar-se a vocês e assim, através do seu mérito poderão, em outra oportunidade, serem seus aliados. Outro sentimento ainda presente no homem é o duelo, tão arcaico quanto as lutas dos povos em nome de Deus. Deus, que só quer o bem e a união fraternal entre seus filhos. Em nome da honra o homem mata ou se mata, passa de "ser abençoado" pela oportunidade para "ser homicida ou suicida". E não pensem que isto representa coragem, pois é pura covardia em nome do orgulho e da satisfação do eu inferior. E essa covardia dos homens perante seus irmãos existe até os dias de hoje, onde em nome da "competitividade" o homem esmaga seus "concorrentes" do plano material; onde nações, em nome da proteção de mercados, esmagam outras. Então, amigos só existe uma forma de evolução para o homem. É a reforma através das ações.  Desejem o bem para todos, inclusive para os seus inimigos. Desejem-lhes a Luz para que também possam melhorar-se. Assim, com a moral mais elevada, o espírito estará mais equilibrado e se resguardará contra as investidas alheias. Perdoar... é apenas o que sabemos dizer quando alguém nos desfere qualquer ofensa ou nos atinge com uma atitude qualquer. Mas até nesse perdoar está presente nosso orgulho, sempre o nosso orgulho falando alto, sendo o dono da situação.
Perdoar ... por que ainda a necessidade de perdoar? Será que todos não perceberam que nesse gesto está embutido o melindre e o orgulho ferido? Perdoa apenas aquele que se ofende. Os que já superaram essa fase não precisam mais usar desse artifício. Artifício, sim. Porque ainda não conseguem compreender que não há porque perdoar, se não há orgulho ferido. Por isso, antes de pensarem tanto na palavra ou no ato de perdoar, façam por não precisarem mais usar esse artifício. Melhorem-se, vigiem-se, meçam as suas palavras, os seus pensamentos. Com certeza, se isso tudo for colocado em prática, o ato de perdoar fará parte do passado e apenas simbolizará mais uma etapa vencida em suas vidas. É certo que na fase atual em que vivem, isto ainda é bastante difícil de ser assimilado. No entanto, pensem que a partir do momento que não se sintam ofendidos, não haverá a necessidade do perdão.  Aprendam, então, que somente tem necessidade do perdão, aquele que é orgulhoso e vaidoso. Aprimorem sentimentos opostos a ele e, com certeza, já estarão começando a vencer essas imperfeições. O trabalho firme e constante em vigiar-se os tornará mais aptos a atingir esse objetivo, ou seja, deixar de lado a necessidade de sempre perdoar ou ser perdoado.Vigiem-se e fiquem em paz.
O PERDÃO. Perdoar... é apenas o que sabemos dizer quando alguém nos desfere qualquer ofensa ou nos atinge com uma atitude qualquer. Mas até nesse perdoar está presente nosso orgulho, sempre o nosso orgulho falando alto, sendo o dono da situação. Perdoar ... por que ainda a necessidade de perdoar? Será que todos não perceberam que nesse gesto está embutido o melindre e o orgulho ferido? Perdoa apenas aquele que se ofende. Os que já superaram essa fase não precisam mais usar desse artifício. Artifício, sim. Porque ainda não conseguem compreender que não há porque perdoar, se não há orgulho ferido. Por isso, antes de pensarem tanto na palavra ou no ato de perdoar, façam por não precisarem mais usar esse artifício. Melhorem-se, vigiem-se, meçam as suas palavras, os seus pensamentos. Com certeza, se isso tudo for colocado em prática, o ato de perdoar fará parte do passado e apenas simbolizará mais uma etapa vencida em suas vidas. É certo que na fase atual em que vivem, isto ainda é bastante difícil de ser assimilado. No entanto, pensem que a partir do momento que não se sintam ofendidos, não haverá a necessidade do perdão. Aprendam, então, que somente tem necessidade do perdão, aquele que é orgulhoso e vaidoso. Aprimorem sentimentos opostos a ele e, com certeza, já estarão começando a vencer essas imperfeições. O trabalho firme e constante em vigiar-se os tornará mais aptos a atingir esse objetivo, ou seja, deixar de lado a necessidade de sempre perdoar ou ser perdoado.Vigiem-se e fiquem em paz.
  Perdão! Afinal o que é? Você sabe? Você perdoa ou já perdoou? O que você sentiu ou sente quando diz que perdoou? Orgulho? Superioridade em relação aos que você perdoou? Fez isso para ficar bem visto pelos seu semelhantes? Ou para agradar a um pequeno grupo que é muito importante na sua vida pessoal?
Perdoar, amigos, é amor, antes de tudo a si próprio, pois quem perdoa realmente, sabe amar, sabe virar a página sem rancores nem ressentimentos. Quando perdoar alguém lembre-se de perdoar-se primeiro, pois se algo aconteceu entre vocês, a culpa com certeza não foi apenas de um. Olhar e julgar as fraquezas dos outros é muito fácil, mas é muito pobre, sem falar no quanto se perde em oportunidade de crescimento, em tempo precioso a ser aproveitado para fazer coisas mais grandiosas, como examinar a sua própria consciência e fazer uma "faxina" em seus maus pensamentos, seus desamores, inveja, seu orgulho, que o impede de reconhecer que é tão fraco quanto qualquer outro ser humano que vive sob a sua vigilância e julgamento. Perdoe-se primeiro, por ousar pensar que é superior a outro irmão e verá o quanto é difícil reconhecer os seus próprios defeitos, e passe a praticar esse exercício sempre que se surpreender, observando o seu próximo para criticá-lo e não para se espelhar nele, pois temos todos a mesma capacidade de errar e de acertar, basta querer.  Só depende de você ser bom, feliz e amado por todos.
AUTO-PERDÃO . Alicerçados em crenças religiosas e mandamentos ou ensinamentos tão antigos que nos dizem que devemos perdoar para sermos perdoados, saímos por aí, driblando a realidade oculta nas aparências externas do perdão incondicional. Sofremos, no íntimo da alma, por não compreendermos a profunda lição que nos deixou o mestre Nazareno... Assim, obrigados pelo medo dos castigos impostos pelas crenças, perdoamos os que nos ferem e cobrimo-nos de bondade verbal, distribuindo os sorrisos que ocultam mágoas e ressentimentos. No entanto, no decorrer da nossa existência, manifestam-se as sequelas desta conduta, através das doenças ditas cármicas. Antes de pretendermos perdoar os que estão à nossa volta, devemos, em primeira mão, perdoar a nós mesmos. Isso nos levará a exigir menos dos outros, a cobrar menos a perfeição alheia. E, automaticamente, compreendendo o que enxergamos nos outros, percebemos o que está oculto em nosso interior. Nesta perspectiva, o auto-perdão é condição do perdão exterior. Se temos o que perdoar é porque ainda temos nos olhos o veneno da maldade. Se enxergamos os defeitos alheios é porque estamos fechando os olhos para os nossos próprios defeitos.Perdoe-se a si mesmo, antes de querer perdoar aos outros.  Assim, estará tornando-se um ser humano consciente, que caminha rumo aos mundos mais evoluídos, onde as criaturas já compreenderam que, na natureza humana, não há o que ser perdoado. Amar os Inimigos. Martin Luther King, Jr.  Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.
Mateus 5.43-48. Talvez nenhum ensinamento de Jesus seja, hoje, tão difícil de ser seguido como este mandamento do "amai os vossos inimigos". Há mesmo quem sinceramente julgue impossível colocá-lo em prática. Consideramos fácil amar quem nos ama, mas nunca aqueles que abertamente e insidiosamente procuram prejudicar-nos. Outros ainda, como o filósofo Nietzsche, sustentam que a exortação de Jesus para amarmos os nossos inimigos prova que a ética cristã se destina somente aos fracos e aos covardes, e nunca se pode aplicar aos corajosos e aos fortes. Jesus – dizem eles – era um idealista sem sentido prático.
Apesar dessas dúvidas prementes e persistentes objeções, o mandamento de Jesus desafia-nos hoje com nova urgência. Insurreições: sobre insurreições demonstram que o homem moderno caminha ao longo de uma estrada semeada de ódios, que fatalmente o conduzirão à destruição e à condenação. O mandamento para amarmos os nossos inimigos, longe de ser uma piedosa imposição de um sonhador utópico, é uma necessidade absoluta para podermos sobreviver. O amor pelos inimigos é a chave para a solução dos problemas do nosso mundo. Jesus não é um idealista sem sentido prático; é um realista prático. Estou certo de que Jesus compreendeu a dificuldade inerente ao ato de amar os nossos inimigos. Nunca pertenceu ao número dos que falam fluentemente sobre a simplicidade da vida moral. Sabia que toda a verdadeira expressão de amor nasce de uma firme e total entrega a Deus. Quando Jesus diz: "Amai os vossos inimigos", não ignora a dificuldade dessa imposição e conhece bem o significado de cada uma das suas palavras. A responsabilidade que nos cabe como cristãos é a de descobrir o significado desse mandamento e procurar apaixonadamente vivê-lo toda a nossa vida.
Como Amar os inimigos? Agora sejamos práticos e formulemos a pergunta: Como devemos nós amar os nossos inimigos?Temos, primeiro, de desenvolver e manter a capacidade de perdoar. Aquele que não perdoa, não pode amar. É mesmo impossível iniciar o gesto de amar o inimigo sem a prévia aceitação da necessidade de perdoar sempre a quem nos faz mal ou nos injuria. Também é preciso compreender que o ato do perdão deve partir sempre de quem foi insultado, da vítima gravemente injuriada, daquele que sofreu tortuosa injustiça ou ato de terrível opressão. É quem faz o mal que requer o perdão. Deve arrepender-se e, como o filho pródigo, retomar o caminho do regresso de coração ansioso pelo perdão. Mas só o ofendido, seu próximo, pode realmente derramar as águas consoladoras do perdão.  O perdão não significa ignorância do que foi feito ou imposição de um rótulo falso em uma má ação. Deve significar, pelo contrário, que a má ação deixe de ser uma barreira entre as relações mútuas. O perdão é o catalisador que cria a atmosfera necessária para de novo partir e recomeçar; é alijar um fardo ou cancelar uma dívida. As palavras "perdôo-te, mas não esqueço o que fizeste" não traduzem a natureza real do perdão. Nunca ninguém, decerto, esquece, se isso significar varrer totalmente o assunto do espírito; mas quando perdoamos, esquecemos, no sentido em que a má ação deixa de constituir um impedimento para estabelecer relações. Da mesma maneira, nunca devemos dizer: "Perdôo-te, mas já não quero nada contigo".                                        Perdão significa reconciliação, um regresso a uma posição anterior; sem isso, ninguém pode amar os seus inimigos. O grau da capacidade de perdoar determina o da capacidade de amar os inimigos. Em segundo lugar, temos de reconhecer que a má ação de um nosso próximo, inimigo, – ou seja, aquilo que magoa, – nunca exprime a sua completa maneira de ser. É sempre possível descobrir um elemento de bondade no nosso inimigo. Existe algo de esquizofrênico em cada um de nós, que divide tragicamente a nossa própria personalidade, e trava-se uma persistente guerra civil dentro das nossas vidas. Há em nós alguma coisa que nos obriga a lamentarmo-nos com o poeta latino Ovídio: "Vejo e aprovo o que é melhor, mas sigo o que é pior", e ou como Platão, que comparava a pessoa humana a um cocheiro que guiasse dois cavalos possantes, e cada um deles puxasse o carro em direções opostas. Também podemos repetir o que disse o Apóstolo Paulo: "Pois não faço o que prefiro e sim o que detesto". Isso significa muito simplesmente que naquilo que temos de pior há sempre algo de bom, assim como no melhor existe algo de mau. Quando percebemos isso, sentimo-nos menos prontos a odiar os nossos inimigos. E quando olhamos para além da superfície ou para além do gesto impulsivo de maldade, descobrimos em nosso próximo um certo grau de bondade, e percebemos que o vício e a maldade dos seus atos não traduzem inteiramente aquilo que ele de fato é. Observamo-lo a uma nova luz. Reconhecemos que o seu ódio foi criado pelo medo, orgulho, ignorância, preconceito ou mal-entendido, mas vemos também que, apesar disso tudo, a imagem de Deus se mantém inefavelmente gravada no seu ser. Amamos os nossos inimigos porque sabemos então que eles não são completamente maus, nem estão fora do alcance do amor redentor de Deus. Em terceiro lugar, não devemos procurar derrotar ou humilhar o inimigo, mas antes granjear a sua amizade e a sua compreensão. Somos capazes, por vezes, de humilhar o nosso maior inimigo: há sempre, inevitavelmente, um momento de fraqueza em que podemos enterrar no seu flanco a lança vitoriosa, mas nunca deveremos fazê-lo. Todas as palavras ou gestos devem contribuir para um entendimento com o inimigo e para abrir os vastos reservatórios onde a boa vontade está retida pelas paredes impenetráveis do ódio. Não devemos confundir o significado do amor com desabafo sentimental; o amor é algo de mais profundo do que verbosidade emocional. Talvez que o idioma grego nos possa esclarecer sobre este ponto. O Novo Testamento foi escrito em grego; e em sua versão original há três palavras que definem o amor. A palavra eros traduz uma espécie de amor estético ou romântico. Nos diálogos de Platão, eros significa um anseio a alma dirigido à esfera divina. A segunda palavra é philia, amor recíproco e afeição íntima, ou amizade entre amigos. Amamos aqueles de quem gostamos e amamos porque somos amados. A terceira palavra é ágape, boa vontade, compreensiva e criadora, redentora para com todos os homens. Amor transbordante que nada espera em troca, ágape é o amor de Deus agindo no coração do homem. Nesse nível, não amamos os homens porque gostamos deles, nem porque os seus caminhos nos atraem, nem mesmo porque possuem qualquer centelha divina: nós os amamos porque Deus os ama. Nessa medida, amamos a pessoa que pratica a má ação, embora detestemos a ação que ela praticou. Podemos compreender agora o que Jesus pretendia quando disse: "Amai os vossos inimigos". Deveríamos sentir-nos felizes por Ele não ter dito: "Gostai dos vossos inimigos". É quase impossível gostar de certas pessoas; "gostar" é uma palavra sentimental e afetuosa. Como podemos sentir afeição por alguém cujo intento inconfessado é esmagar-nos ou colocar inúmeros e perigosos obstáculos em nosso caminho? Como podemos gostar de quem ameaça os nossos filhos ou assalta as nossas casas? É completamente impossível. Jesus reconhecia, porém, que o amar era mais do que o gostar. Quando Jesus nos convida a amar os nossos inimigos, não é ao eros nem à philia que se refere, mas ao ágape, compreensiva e fecunda boa vontade redentora para com todos os homens. Só quando seguimos esse caminho e correspondemos a esse tipo de amor, ficamos aptos a ser filhos do nosso Pai que está nos céus. POR QUE Amar os Inimigos? Saltemos agora do prático como para o teórico por quê. Por que devemos amar os nossos inimigos? A principal razão é perfeitamente óbvia: retribuir o ódio com o ódio multiplica o ódio e aumenta a escuridão de uma noite já sem estrelas. A escuridão não expulsa a escuridão, só a luz o pode fazer. O ódio não expulsa o ódio: só o amor o pode fazer. O ódio multiplica o ódio, a violência multiplica a violência e a dureza multiplica a dureza, numa espiral descendente que termina na destruição. Quando, pois, Jesus diz: "amai os vossos inimigos", é uma advertência profunda e decisiva que pronuncia. Não chegamos nós, em nosso mundo moderno, a uma encruzilhada onde nada mais resta do que amar os nossos inimigos? A cadeia de reação ao mal, – ódios provocando ódios, guerras gerando guerras – tem de acabar, sob pena de sermos todos precipitados no abismo sombrio do aniquilamento. Outro motivo por que devemos amar os nossos inimigos são as cicatrizes que o ódio deixa nas almas e a deformação que provoca na nossa personalidade. Conscientes de que o ódio é um mal e uma força perigosa, pensamos muitas vezes nos efeitos que exerce sobre a pessoa odiada e nos irreparáveis danos que causa nas suas vítimas. Podemos avaliar as suas terríveis consequências na morte de seis milhões de judeus, ordenada por um louco obcecado pelo ódio, cujo nome era Hitler; na inqualificável violência exercida por turbas sanguinárias sobre os negros, ou ainda nas terríveis indignidades e injustiças perpetradas contra milhões de filhos de Deus por opressores sem consciência. Mas há ainda outro aspecto que não podemos omitir. O ódio é também prejudicial para a pessoa que odeia. É como um cancro incurável que corrói a personalidade e lhe desfaz a unidade vital. O ódio destrói no homem o sentido dos valores e a sua objetividade. Faz com que ele considere bonito o que é feio ou feio o que é bonito, confunda o verdadeiro com o falso, ou vice-versa. O Dr. E. Franklin Frazier, no seu interessante ensaio "The Pathology of Race Prejudice" cita vários exemplos de pessoas brancas normais, simpáticas e acessíveis no seu trato do dia-a-dia com outros brancos, e que reagem com inconcebível irracionalidade e anormal descontrole quando alguém alude à igualdade dos negros, ou ao problema da injustiça racial. Ora, isso acontece quando o ódio invadiu o nosso espírito. Os psiquiatras afirmam que muitas coisas estranhas passadas em nosso subconsciente e grande parte dos nossos conflitos íntimos são criados pelo ódio. Dizem eles: "ama ou morrerás". A psicologia moderna reconhece a doutrina que Jesus ensinou há muitos séculos: o ódio divide a personalidade, e o amor, de maneira espantosa e inexorável, restabelece-lhe a unidade. Um terceiro motivo por que devemos amar os nossos inimigos é que o amor é a única força capaz de transformar o inimigo em um amigo. Nunca nos livraremos de um inimigo opondo o ódio ao ódio – só o conseguiremos, libertando-nos da inimizade. O ódio, pela sua própria natureza, destrói e dilacera; e também pela sua própria natureza, o amor é criador e construtivo: a sua força redentora transforma tudo. Lincoln experimentou o caminho do amor e legou à História um drama magnífico de reconciliação. Quando da sua campanha eleitoral para Presidente, um dos seus mais acérrimos inimigos era um homem chamado Stanton que, por qualquer razão, odiava Lincoln. Todas as suas energias eram empregadas para o diminuir aos olhos do público e tamanho era o ódio que sentia, que chegava a usar expressões injuriosas sobre o seu aspecto físico, procurando ao mesmo tempo embaraçá-lo com as mais azedas diatribes. Mas, apesar de tudo, Lincoln foi eleito Presidente dos Estados Unidos. Chegou então a hora de constituir o seu gabinete e nomear as pessoas que, mais de perto, teriam de participar na elaboração do seu programa. Começou por escolher um ou outro para as diversas pastas e, por fim, foi preciso preencher a mais importante, que era a da Guerra. Imaginai agora quem ele foi buscar: nada menos do que o tal homem chamado Stanton. Houve imediatamente grande agitação lá dentro quando a notícia começou a espalhar-se, e vários conselheiros vieram dizer-lhe: "O Senhor Presidente está laborando num grande erro. Sabe quem é esse Stanton? Está lembrado do que ele disse a seu respeito? Olhe que ele é seu inimigo e vai tentar sabotar a sua política. Pensou bem no que vai fazer?" A resposta de Lincoln foi nítida e concisa: "Sei muito bem quem é Stanton, e as coisas desagradáveis que tem dito de mim. Considerando, porém, o interesse da nação, julgo ser o homem indicado para este cargo". Foi assim que Stanton se tornou Secretário da Guerra do governo de Abraão Lincoln e prestou inestimáveis serviços ao país e ao seu Presidente. Alguns anos mais tarde, Lincoln foi assassinado e grandes elogios lhe foram feitos. Ainda hoje milhões de pessoas o veneram como a maior homem da América. H. G. Wells considerava-o um dos seis maiores vultos da História. Mas de todos os elogios que lhe fizeram, os maiores são constituídos, decerto, pelas palavras de Stanton. Junto do corpo do homem que ele odiara, Stanton a ele se referiu como um dos maiores homens que jamais tivesse existido, e acrescentou: "agora pertence à História". Se Lincoln tivesse retribuído o ódio com ódio, ambos teriam ido para a sepultura como inimigos implacáveis, mas, pelo amor, Lincoln transformou um inimigo num amigo. Foi essa mesma atitude que tornou possível, durante a Guerra Civil – e quando os ânimos estavam mais azedos – uma palavra sua a favor do Sul. Abordado então por uma assistente escandalizada, Lincoln retorquiu: "Minha Senhora, não será fazendo deles meus amigos que destruirei os meus inimigos?" Este é o poder do amor que redime. Apressemo-nos a dizer que não são esses os supremos motivos para amar os nossos inimigos. Há uma outra razão muito mais profunda para explicar por que somos intimados a fazê-lo e essa está claramente expressa nas palavras de Jesus: "Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste". Somos chamados para essa difícil incumbência com o fim de realizarmos um parentesco único com Deus. Somos, em potência, filhos de Deus e, através do amor, essa potencialidade torna-se realidade. Temos a obrigação de amar os nossos inimigos, porque somente amando-os podemos conhecer Deus e experimentar a beleza da Sua santidade. É claro que nada disso é prático. A vida é uma questão de desforra, de desagravo, de "quem mais faz paga mais". Quererei eu dizer que Jesus nos manda amar quem nos magoa e oprime? Não serei eu como a maioria dos pregadores idealista e pouco prático? Talvez que numa utopia distante – direis vós – a idéia possa ser realizável, mas nunca neste mundo duro e hostil em que vivemos. Queridos amigos, seguimos já há muito esses caminhos que consideramos práticos e que nos conduzem inexoravelmente a uma confusão e a um caos cada vez maiores. Vêem-se, acumuladas através dos séculos, as ruínas das comunidades que sucumbiram à tentação do ódio e da violência. Para salvar o nosso país e para salvar a humanidade, temos de seguir outro caminho. Isso não significa o abandono dos nossos retos esforços; devemos continuar a empregar toda a energia para libertarmos este país do pesadelo da injustiça social. Mas nesta emergência nunca podemos esquecer o nosso privilégio e a nossa obrigação de amar. Ao mesmo tempo em que detestamos a injustiça social, devemos amar os que praticam tais injustiças. Será a única forma de criar uma comunidade de amor. Aos nossos mais implacáveis adversários, diremos: "Corresponderemos à vossa capacidade de nos fazer sofrer com a nossa capacidade de suportar o sofrimento. Iremos ao encontro da vossa força física com a nossa força do espírito. Fazei-nos o que quiserdes e continuaremos a amar-vos. O que não podemos, em boa consciência, é acatar as vossas leis injustas, pois tal como temos obrigação moral de cooperar com o bem, também temos a de não cooperar com o mal. Podeis prender-nos e amar-vos-emos ainda. Assaltais as nossas casas e ameaçais os nossos filhos, e continuaremos a amar-vos. Enviais os vossos embuçados perpetradores da violência para espancar a nossa comunidade quando chega a meia-noite, e, quase mortos, amar-vos-emos ainda. Tendes, porém, a certeza de que acabareis por ser vencidos pela nossa capacidade de sofrimento. E quando um dia alcançarmos a vitória, ela não será só para nós; tanto apelaremos para a vossa consciência e para o vosso coração que vos conquistaremos também, e a nossa vitória será dupla vitória". O amor é a força mais perdurável do mundo. Este poder criador, tão belamente exemplificado na vida de nosso Senhor Jesus Cristo, é o instrumento mais poderoso e eficaz para a paz e a segurança da humanidade. Diz-se que Napoleão Bonaparte, o grande gênio militar, recordando a sua anterior época e conquistas, teria observado: "Tanto Alexandre como César, Carlos Magno ou eu próprio, criamos grandes impérios. Mas onde se apoiaram eles? Unicamente na força. Jesus, há séculos, iniciou a construção de um império fundado no amor, e vemos hoje ainda milhões de pessoas que morrem por Ele". Ninguém pode duvidar da veracidade dessas palavras. Os grandes chefes militares do passado desapareceram, os seus impérios ruíram e desfizeram-se em cinza; mas o império de Jesus, edificado solidamente e majestosamente nos alicerces do amor, continua a progredir. Começou por um punhado de homens dedicados que, inspirados pelo Senhor, conseguiram abalar as muralhas do Império Romano e levar o Evangelho ao mundo todo. Hoje, o reino de Cristo na terra compreende mais de um bilhão de pessoas e reúne todas as nações ou tribos. Ouvimos hoje de novo a promessa de vitória: Jesus há de reinar enquanto o sol fizer sua viagem cada dia; o seu Reino irá de costa a costa até que a lua deixe de mudar. A que outro coro, alegremente, responde: Não há em Cristo Leste ou Oeste, n’Ele não há Norte nem há Sul, mas a grande unidade do Amor por toda a vasta terra inteira. Jesus tem sempre razão. Os esqueletos das nações que o não quiseram ouvir enchem a História.    Que neste século vinte, nós possamos escutar e seguir as suas palavras antes que seja tarde demais. Possamos nós também compreender que nunca seremos verdadeiros filhos do nosso Pai do céu sem que amemos os nossos inimigos e oremos por aqueles que nos perseguem. Este sermão foi escrito pelo Pastor Martin Luther King, Jr., prêmio Nobel da Paz em 1964, nascido em Atlanta, Estado da Geórgia, no dia 15 de janeiro de 1929, e assassinado no dia 4 de abril de 1968, com apenas 39 anos de idade, em Memphis, no Estado de Tennessee. O autor formou-se em Teologia no Seminário Teológico de Crozer, em Chester, em 1955. Logo depois foi consagrado pastor e empossado como pastor-auxiliar da Igreja Batista da Avenida Dexter, de Montgomery, no Alabama. Depois assumiu o pastorado da Igreja Batista Ebenézer de Atlanta, sua cidade natal. O pastor King Jr. foi o maior líder dos movimentos contra a segregação racial nos Estados Unidos e seu nome figura na galeria das maiores personalidades do Século XX. Amar os Inimigos. Martin Luther King, Jr.
Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste. Mateus 5.43-48”  Talvez nenhum ensinamento de Jesus seja, hoje, tão difícil de ser seguido como este mandamento do             "amai os vossos inimigos". Há mesmo quem sinceramente julgue impossível colocá-lo em prática. Consideramos fácil amar quem nos ama, mas nunca aqueles que abertamente e insidiosamente procuram prejudicar-nos. Outros ainda, como o filósofo Nietzsche, sustentam que a exortação de Jesus para amarmos os nossos inimigos prova que a ética cristã se destina somente aos fracos e aos covardes, e nunca se pode aplicar aos corajosos e aos fortes. Jesus – dizem eles – era um idealista sem sentido prático. Apesar dessas dúvidas prementes e persistentes objeções, o mandamento de Jesus desafia-nos hoje com nova urgência. Insurreições sobre insurreições demonstram que o homem moderno caminha ao longo de uma estrada semeada de ódios, que fatalmente o conduzirão à destruição e à condenação. O mandamento para amarmos os nossos inimigos, longe de ser uma piedosa imposição de um sonhador utópico, é uma necessidade absoluta para podermos sobreviver. O amor pelos inimigos é a chave para a solução dos problemas do nosso mundo. Jesus não é um idealista sem sentido prático; é um realista prático. Estou certo de que Jesus compreendeu a dificuldade inerente ao ato de amar os nossos inimigos. Nunca pertenceu ao número dos que falam fluentemente sobre a simplicidade da vida moral. Sabia que toda a verdadeira expressão de amor nasce de uma firme e total entrega a Deus. Quando Jesus diz: "Amai os vossos inimigos", não ignora a dificuldade dessa imposição e conhece bem o significado de cada uma das suas palavras.  A responsabilidade que nos cabe como cristãos é a de descobrir o significado desse mandamento e procurar apaixonadamente vivê-lo toda a nossa vida.  Como Amar os inimigos? Agora sejamos práticos e formulemos a pergunta: Como devemos nós amar os nossos inimigos? Temos, primeiro, de desenvolver e manter a capacidade de perdoar. Aquele que não perdoa, não pode amar. É mesmo impossível iniciar o gesto de amar o inimigo sem a prévia aceitação da necessidade de perdoar sempre a quem nos faz mal ou nos injuria. Também é preciso compreender que o ato do perdão deve partir sempre de quem foi insultado, da vítima gravemente injuriada, daquele que sofreu tortuosa injustiça ou ato de terrível opressão. É quem faz o mal que requer o perdão. Deve arrepender-se e, como o filho pródigo, retomar o caminho do regresso de coração ansioso pelo perdão. Mas só o ofendido, seu próximo, pode realmente derramar as águas consoladoras do perdão. O perdão não significa ignorância do que foi feito ou imposição de um rótulo falso em uma má ação. Deve significar, pelo contrário, que a má ação deixe de ser uma barreira entre as relações mútuas. O perdão é o catalisador que cria a atmosfera necessária para de novo partir e recomeçar; é alijar um fardo ou cancelar uma dívida. As palavras "perdôo-te, mas não esqueço o que fizeste" não traduzem a natureza real do perdão. Nunca ninguém, decerto, esquece, se isso significar varrer totalmente o assunto do espírito; mas quando perdoamos, esquecemos, no sentido em que a má ação deixa de constituir um impedimento para estabelecer relações. Da mesma maneira, nunca devemos dizer: "Perdôo-te, mas já não quero nada contigo". Perdão significa reconciliação, um regresso a uma posição anterior; sem isso, ninguém pode amar os seus inimigos. O grau da capacidade de perdoar determina o da capacidade de amar os inimigos. Em segundo lugar, temos de reconhecer que a má ação de um nosso próximo, inimigo, – ou seja, aquilo que magoa, – nunca exprime a sua completa maneira de ser. É sempre possível descobrir um elemento de bondade no nosso inimigo. Existe algo de esquizofrênico em cada um de nós, que divide tragicamente a nossa própria personalidade, e trava-se uma persistente guerra civil dentro das nossas vidas. Há em nós alguma coisa que nos obriga a lamentarmo-nos com o poeta latino Ovídio: "Vejo e aprovo o que é melhor, mas sigo o que é pior", e ou como Platão, que comparava a pessoa humana a um cocheiro que guiasse dois cavalos possantes, e cada um deles puxasse o carro em direções opostas. Também podemos repetir o que disse o Apóstolo Paulo: "Pois não faço o que prefiro e sim o que detesto". Isso significa muito simplesmente que naquilo que temos de pior há sempre algo de bom, assim como no melhor existe algo de mau. Quando percebemos isso, sentimo-nos menos prontos a odiar os nossos inimigos. E quando olhamos para além da superfície ou para além do gesto impulsivo de maldade, descobrimos em nosso próximo um certo grau de bondade, e percebemos que o vício e a maldade dos seus atos não traduzem inteiramente aquilo que ele de fato é. Observamo-lo a uma nova luz. Reconhecemos que o seu ódio foi criado pelo medo, orgulho, ignorância, preconceito ou mal-entendido, mas vemos também que, apesar disso tudo, a imagem de Deus se mantém inefavelmente gravada no seu ser. Amamos os nossos inimigos porque sabemos então que eles não são completamente maus, nem estão fora do alcance do amor redentor de Deus. Em terceiro lugar, não devemos procurar derrotar ou humilhar o inimigo, mas antes granjear a sua amizade e a sua compreensão. Somos capazes, por vezes, de humilhar o nosso maior inimigo: há sempre, inevitavelmente, um momento de fraqueza em que podemos enterrar no seu flanco a lança vitoriosa, mas nunca deveremos fazê-lo. Todas as palavras ou gestos devem contribuir para um entendimento com o inimigo e para abrir os vastos reservatórios onde a boa vontade está retida pelas paredes impenetráveis do ódio.  Não devemos confundir o significado do amor com desabafo sentimental; o amor é algo de mais profundo do que verbosidade emocional. Talvez que o idioma grego nos possa esclarecer sobre este ponto. O Novo Testamento foi escrito em grego; e em sua versão original há três palavras que definem o amor. A palavra eros traduz uma espécie de amor estético ou romântico. Nos diálogos de Platão, eros significa um anseio a alma dirigido à esfera divina. A segunda palavra é philia, amor recíproco e afeição íntima, ou amizade entre amigos. Amamos aqueles de quem gostamos e amamos porque somos amados. A terceira palavra é ágape, boa vontade, compreensiva e criadora, redentora para com todos os homens. Amor transbordante que nada espera em troca, ágape é o amor de Deus agindo no coração do homem. Nesse nível, não amamos os homens porque gostamos deles, nem porque os seus caminhos nos atraem, nem mesmo porque possuem qualquer centelha divina: nós os amamos porque Deus os ama. Nessa medida, amamos a pessoa que pratica a má ação, embora detestemos a ação que ela praticou. Podemos compreender agora o que Jesus pretendia quando disse: "Amai os vossos inimigos". Deveríamos sentir-nos felizes por Ele não ter dito: "Gostai dos vossos inimigos". É quase impossível gostar de certas pessoas; "gostar" é uma palavra sentimental e afetuosa. Como podemos sentir afeição por alguém cujo intento inconfessado é esmagar-nos ou colocar inúmeros e perigosos obstáculos em nosso caminho? Como podemos gostar de quem ameaça os nossos filhos ou assalta as nossas casas? É completamente impossível. Jesus reconhecia, porém, que o amar era mais do que o gostar. Quando Jesus nos convida a amar os nossos inimigos, não é ao eros nem à philia que se refere, mas ao ágape, compreensiva e fecunda boa vontade redentora para com todos os homens. Só quando seguimos esse caminho e correspondemos a esse tipo de amor, ficamos aptos a ser filhos do nosso Pai que está nos céus.
POR QUE Amar os Inimigos? Saltemos agora do prático como para o teórico por quê. Por que devemos amar os nossos inimigos? A principal razão é perfeitamente óbvia: retribuir o ódio com o ódio multiplica o ódio e aumenta a escuridão de uma noite já sem estrelas. A escuridão não expulsa a escuridão, só a luz o pode fazer. O ódio não expulsa o ódio: só o amor o pode fazer. O ódio multiplica o ódio, a violência multiplica a violência e a dureza multiplica a dureza, numa espiral descendente que termina na destruição. Quando, pois, Jesus diz: "amai os vossos inimigos", é uma advertência profunda e decisiva que pronuncia. Não chegamos nós, em nosso mundo moderno, a uma encruzilhada onde nada mais resta do que amar os nossos inimigos? A cadeia de reação ao mal, – ódios provocando ódios, guerras gerando guerras – tem de acabar, sob pena de sermos todos precipitados no abismo sombrio do aniquilamento. Outro motivo por que devemos amar os nossos inimigos são as cicatrizes que o ódio deixa nas almas e a deformação que provoca na nossa personalidade. Conscientes de que o ódio é um mal e uma força perigosa, pensamos muitas vezes nos efeitos que exerce sobre a pessoa odiada e nos irreparáveis danos que causa nas suas vítimas. Podemos avaliar as suas terríveis conseqüências na morte de seis milhões de judeus, ordenada por um louco obcecado pelo ódio, cujo nome era Hitler; na inqualificável violência exercida por turbas sanguinárias sobre os negros, ou ainda nas terríveis indignidades e injustiças perpetradas contra milhões de filhos de Deus por opressores sem consciência. Mas há ainda outro aspecto que não podemos omitir. O ódio é também prejudicial para a pessoa que odeia. É como um cancro incurável que corrói a personalidade e lhe desfaz a unidade vital. O ódio destrói no homem o sentido dos valores e a sua objetividade. Faz com que ele considere bonito o que é feio ou feio o que é bonito, confunda o verdadeiro com o falso, ou vice-versa.
O Dr. E. Franklin Frazier, no seu interessante ensaio "The Pathology of Race Prejudice" cita vários exemplos de pessoas brancas normais, simpáticas e acessíveis no seu trato do dia-a-dia com outros brancos, e que reagem com inconcebível irracionalidade e anormal descontrole quando alguém alude à igualdade dos negros, ou ao problema da injustiça racial. Ora, isso acontece quando o ódio invadiu o nosso espírito. Os psiquiatras afirmam que muitas coisas estranhas passadas em nosso subconsciente e grande parte dos nossos conflitos íntimos são criados pelo ódio. Dizem eles: "ama ou morrerás". A psicologia moderna reconhece a doutrina que Jesus ensinou há muitos séculos: o ódio divide a personalidade, e o amor, de maneira espantosa e inexorável, restabelece-lhe a unidade. Um terceiro motivo por que devemos amar os nossos inimigos é que o amor é a única força capaz de transformar o inimigo em um amigo. Nunca nos livraremos de um inimigo opondo o ódio ao ódio – só o conseguiremos, libertando-nos da inimizade. O ódio, pela sua própria natureza, destrói e dilacera; e também pela sua própria natureza, o amor é criador e construtivo: a sua força redentora transforma tudo. Lincoln experimentou o caminho do amor e legou à História um drama magnífico de reconciliação. Quando da sua campanha eleitoral para Presidente, um dos seus mais acérrimos inimigos era um homem chamado Stanton que, por qualquer razão, odiava Lincoln. Todas as suas energias eram empregadas para o diminuir aos olhos do público e tamanho era o ódio que sentia, que chegava a usar expressões injuriosas sobre o seu aspecto físico, procurando ao mesmo tempo embaraçá-lo com as mais azedas diatribes. Mas, apesar de tudo, Lincoln foi eleito Presidente dos Estados Unidos. Chegou então a hora de constituir o seu gabinete e nomear as pessoas que, mais de perto, teriam de participar na elaboração do seu programa. Começou por escolher um ou outro para as diversas pastas e, por fim, foi preciso preencher a mais importante, que era a da Guerra. Imaginai agora quem ele foi buscar: nada menos do que o tal homem chamado Stanton. Houve imediatamente grande agitação lá dentro quando a notícia começou a espalhar-se, e vários conselheiros vieram dizer-lhe: "O Senhor Presidente está laborando num grande erro. Sabe quem é esse Stanton? Está lembrado do que ele disse a seu respeito? Olhe que ele é seu inimigo e vai tentar sabotar a sua política. Pensou bem no que vai fazer?" A resposta de Lincoln foi nítida e concisa: "Sei muito bem quem é Stanton, e as coisas desagradáveis que tem dito de mim. Considerando, porém, o interesse da nação, julgo ser o homem indicado para este cargo". Foi assim que Stanton se tornou Secretário da Guerra do governo de Abraão Lincoln e prestou inestimáveis serviços ao país e ao seu Presidente. Alguns anos mais tarde, Lincoln foi assassinado e grandes elogios lhe foram feitos. Ainda hoje milhões de pessoas o veneram como a maior homem da América. H. G. Wells considerava-o um dos seis maiores vultos da História. Mas de todos os elogios que lhe fizeram, os maiores são constituídos, decerto, pelas palavras de Stanton. Junto do corpo do homem que ele odiara, Stanton a ele se referiu como um dos maiores homens que jamais tivesse existido, e acrescentou: "agora pertence à História". Se Lincoln tivesse retribuído o ódio com ódio, ambos teriam ido para a sepultura como inimigos implacáveis, mas, pelo amor, Lincoln transformou um inimigo num amigo. Foi essa mesma atitude que tornou possível, durante a Guerra Civil – e quando os ânimos estavam mais azedos – uma palavra sua a favor do Sul. Abordado então por uma assistente escandalizada, Lincoln retorquiu: "Minha Senhora, não será fazendo deles meus amigos que destruirei os meus inimigos?" Este é o poder do amor que redime. Apressemo-nos a dizer que não são esses os supremos motivos para amar os nossos inimigos. Há uma outra razão muito mais profunda para explicar por que somos intimados a fazê-lo e essa está claramente expressa nas palavras de Jesus: "Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste". Somos chamados para essa difícil incumbência com o fim de realizarmos um parentesco único com Deus. Somos, em potência, filhos de Deus e, através do amor, essa potencialidade torna-se realidade. Temos a obrigação de amar os nossos inimigos, porque somente amando-os podemos conhecer Deus e experimentar a beleza da Sua santidade. É claro que nada disso é prático. A vida é uma questão de desforra, de desagravo, de "quem mais faz paga mais". Quererei eu dizer que Jesus nos manda amar quem nos magoa e oprime? Não serei eu como a maioria dos pregadores idealista e pouco prático? Talvez que numa utopia distante – direis vós – a ideia possa ser realizável, mas nunca neste mundo duro e hostil em que vivemos.
Queridos amigos, seguimos já há muito esses caminhos que consideramos práticos e que nos conduzem inexoravelmente a uma confusão e a um caos cada vez maiores. Vêem-se, acumuladas através dos séculos, as ruínas das comunidades que sucumbiram à tentação do ódio e da violência. Para salvar o nosso país e para salvar a humanidade, temos de seguir outro caminho. Isso não significa o abandono dos nossos retos esforços; devemos continuar a empregar toda a energia para libertarmos este país do pesadelo da injustiça social. Mas nesta emergência nunca podemos esquecer o nosso privilégio e a nossa obrigação de amar. Ao mesmo tempo em que detestamos a injustiça social, devemos amar os que praticam tais injustiças. Será a única forma de criar uma comunidade de amor.  Aos nossos mais implacáveis adversários, diremos: "Corresponderemos à vossa capacidade de nos fazer sofrer com a nossa capacidade de suportar o sofrimento. Iremos ao encontro da vossa força física com a nossa força do espírito. Fazei-nos o que quiserdes e continuaremos a amar-vos. O que não podemos, em boa consciência, é acatar as vossas leis injustas, pois tal como temos obrigação moral de cooperar com o bem, também temos a de não cooperar com o mal. Podeis prender-nos e amar-vos-emos ainda. Assaltais as nossas casas e ameaçais os nossos filhos, e continuaremos a amar-vos. Enviais os vossos embuçados perpetradores da violência para espancar a nossa comunidade quando chega a meia-noite, e, quase mortos, amar-vos-emos ainda. Tendes, porém, a certeza de que acabareis por ser vencidos pela nossa capacidade de sofrimento. E quando um dia alcançarmos a vitória, ela não será só para nós; tanto apelaremos para a vossa consciência e para o vosso coração que vos conquistaremos também, e a nossa vitória será dupla vitória". O amor é a força mais perdurável do mundo. Este poder criador, tão belamente exemplificado na vida de nosso Senhor Jesus Cristo, é o instrumento mais poderoso e eficaz para a paz e a segurança da humanidade. Diz-se que Napoleão Bonaparte, o grande gênio militar, recordando a sua anterior época e conquistas, teria observado: "Tanto Alexandre como César, Carlos Magno ou eu próprio, criamos grandes impérios. Mas onde se apoiaram eles? Unicamente na força. Jesus, há séculos, iniciou a construção de um império fundado no amor, e vemos hoje ainda milhões de pessoas que morrem por Ele". Ninguém pode duvidar da veracidade dessas palavras. Os grandes chefes militares do passado desapareceram, os seus impérios ruíram e desfizeram-se em cinza; mas o império de Jesus, edificado solidamente e majestosamente nos alicerces do amor, continua a progredir. Começou por um punhado de homens dedicados que, inspirados pelo Senhor, conseguiram abalar as muralhas do Império Romano e levar o Evangelho ao mundo todo. Hoje, o reino de Cristo na terra compreende mais de um bilhão de pessoas e reúne todas as nações ou tribos. Ouvimos hoje de novo a promessa de vitória: Jesus há de reinar enquanto o sol fizer sua viagem cada dia; o seu Reino irá de costa a costa até que a lua deixe de mudar. A que outro coro, alegremente, responde: Não há em Cristo Leste ou Oeste, n’Ele não há Norte nem há Sul, mas a grande unidade do Amor
por toda a vasta terra inteira. Jesus tem sempre razão. Os esqueletos das nações que o não quiseram ouvir enchem a História. Que neste século vinte e um, nós possamos escutar e seguir as suas palavras antes que seja tarde demais. Possamos nós também compreender que nunca seremos verdadeiros filhos do nosso Pai do céu sem que amemos os nossos inimigos e oremos por aqueles que nos perseguem. Este sermão foi escrito pelo Pastor Martin Luther King, Jr., prêmio Nobel da Paz em 1964, nascido em Atlanta, Estado da Geórgia, no dia 15 de janeiro de 1929, e assassinado no dia 4 de abril de 1968, com apenas 39 anos de idade, em Memphis, no Estado de Tennessee. O autor formou-se em Teologia no Seminário Teológico de Crozer, em Chester, em 1955. Logo depois foi consagrado pastor e empossado como pastor-auxiliar da Igreja Batista da Avenida Dexter, de Montgomery, no Alabama. Depois assumiu o pastorado da Igreja Batista Ebenézer de Atlanta, sua cidade natal. O pastor King Jr. foi o maior líder dos movimentos contra a segregação racial nos Estados Unidos e seu nome figura na galeria das maiores personalidades do Séc XX.
Nobres leitores (as) nesta nona parte, eu consegui encontrar comentários voltados mais pelo pensamento humano, mas com a certeza de “Deus” está a frente de tudo, através do Filho “Jesus Cristo” que veio ao mundo como filho do homem, mas sendo filho Único de “Deus”. Sim: “Jesus” é o Filho único de “Deus”. Nós fomos adotados por amor do “Pai, Deus” a toda a humanidade, “Jesus” intercedeu por nós, para que fossemos aceitos como filhos adotivos. E o que nós fazemos, e o que fizemos! A nossa geração não fez, mas a mais de dois mil anos atrás eles condenaram aquele que veio para nos libertar, e nos salvar da escravidão e da morte eterna, que pertence ao diabo. “Jesus” não merecia passar pelo que “Ele” passou, mas as Escrituras tinham que ser cumpridas. O mundo tinha que ser salvo e liberto da escravidão e servidão dos pecados e da morte. “Jesus” nos amou primeiro. O mundo foi seu inimigo, mas mesmo assim “Ele” nos amou e nos perdoou, sem que merecêssemos. Pois para que as Escrituras se cumprissem, “Ele, Jesus” teria que passar por tudo isto. Obrigado a todos vocês que tem me prestigiado aqui neste blog. E quero dizer a vocês que, tudo que tenho colocado aqui, foram tiradas de paginas permissíveis. Nada aqui está por acaso. O Senhor tem me abençoado estas pessoas, eu apenas estou sendo o mensageiro usado por “Deus”
Nobres leitores (as) não estou enganando e tirando o mérito de ninguém com meus escritos.
Campo Grande 24 de maio de 2012. Autor. José Carlos Ribeiro, membro da PiB de C.G. MS.

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 Bíblia Sagrada comentada por livros por José Carlos Ribeiro    Comentário nos livros de Joel, Amós, Obadias, Jonas & Miquéias: livros 29, 30,31,32,33 e 34           O nome Joel significa, literalmente, “ Jeová é Deus”. Este é um nome muito comum em Israel, e Joel, o profeta, é especificado como o filho de Petuel. Nada é conhecido a respeito dele ou da circunstância de sua vida. Provavelmente que ele tenha vivido em Judá e profetizado em Jerusalém. Não há como datar o livro com absoluta certeza, e os estudiosos variam em suas opiniões. Há referências tanto em Amós como em Isaías, que também estão em Joel (comparar Amós 1.2 com Joel. 3.16 e Isa. 13.6 com Jl 1.15) É opinião de muitos conservadores que Amós e Isaias tenham tomado emprestado de Joel, fazendo-o um dos mais antigos dos profetas menores. Além do mais, a adoração a Deus, a qual o sumo sacerdote Joiada restaurou durante o reinado de Joás (2.Rs 11; 2Crôn. 23.16), é suposta por Joel. Portanto muitos sustentam que

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Como receber e merecer as bênçãos de Deus em sua vida. Parte V III. A                                              Pureza e perseverança: faz parte das bênçãos de Deus:                                                                                   Nobres leitores o tema continua mostrando um pouco mais sobre pureza e perseverança, pois é algo muito difícil nos dias de hoje. Ser puro incomoda, e perseverar em honestidade, lealdade, justiça, temor e obediência também incomodam. No mundo globalizado de hoje é quase impossível encontrar alguém puro, integro, honesto etc. ser puro não te dará benefícios financeiros, morais e religiosos. Vejam o exemplo do que esta acontecendo em nosso País onde ser corrupto, ladrão, bandido, canalha, pilantra, trás milhões de dólares nas contas destas pessoas. Ser puro neste País tem sentido contrario, pois aqui no Brasil, eles se purificaram e perseveram em corrupções roubando todo um País. A pureza de nossos políticos é tão evidente que, não consegui

Discernimento, entendimento e Sabedoria: O que é discernimento segundo a Bíblia. Parte I Também em Inglês Grego e Alemão

Discernimento, entendimento e Sabedoria: O que é discernimento segundo a Bíblia. Parte I                   Conhecendo  melhor a Bíblia, e a palavra de Deus.            Nobres leitores irei mostrar a todos vocês um pouco mais sobre o que é discernimento segundo a palavra de Deus.  O discernimento é essencial no processo de tomar decisões sábias.   A Bíblia diz em Tiago 1: “ 5  E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. 6  Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte. 7  Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa. 8  O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos. 9  Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação, 10  E o rico em seu abatimento; porque ele passará como a flor da erva. 11  Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formos