Tema sobre Depressao: Melancolia parte I
Melancolia e depressão:
um resgate histórico e conceitual na psicanálise e na psiquiatria Marco Antônio Rotta
Teixeira
Faculdade de Ciências e Letras de Assis – Unesp Resumo: Uma das principais formas de manifestação do sofrimento psíquico presente no final do século passado foi a depressão, tendo ficado comum se referir a tal período como “era das depressões” (Roudinesco 1998, 1999) em comparação ao final do século XIX, que fora marcado pela histeria. Muitos estudos dedicaram-se a compreender a depressão e notam-se claramente duas correntes oriundas do século XIX que se desenvolveram concomitantemente no século XX: a psicanálise e a psiquiatria. Este trabalho pretende apresentar um resgate histórico da melancolia desde seus primeiros registros, à cerca de dois mil anos. Em seguida, realizar uma análise conceitual destes termos na psicanálise e na psiquiatria. Antidepressivos são eficazes no tratamento da depressäo em idosos. O sucesso do tratamento depende do tipo e da gravidade da depressão; das comorbidades com outras doenças psiquiátricas ou clínicas; da escolha adequada de antidepressivos, de sua eficácia e perfil de efeitos adversos; da orientação do paciente e de sua aderência ao tratamento. O manejo dos efeitos adversos em pacientes idosos, que usam muito mais medicações e apresentam mais doenças, é o ponto forte na escolha de antidepressivos. Em geral, os inibidores seletivos da recaptaçäo de serotonina têm sido preferidos por apresentar menos riscos de complicações por efeitos adversos. Porém, diferentes antidepressivos podem ser preferíveis para diferentes pacientes. É indispensável que o médico conheça o paciente que irá tratar e o perfil de efeitos adversos e de possíveis interações medicamentosas dos antidepressivos para poder escolher o mais adequado para cada paciente. Neste artigo, são abordados os diferentes grupos de antidepressivos no tratamento agudo da depressão em idosos e o tratamento em populações especiais de idosos (idosos debilitados e idosos com demência) AU) prática de exercícios físicos regulares como terapia complementar ao tratamento de mulheres com depressão José Luiz Lopes Vieira1, Mauro Porcu2, Priscila Garcia Marques da Rocha3 ARTIGO ORIGINAL 1 Professor doutor, coordenador do Programa de Pós-graduação stricto sensu em Educação Física e integrante do grupo de pesquisa Próesporte do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM). 2 Professor mestre de Psiquiatria do Departamento de Medicina da UEM e coordenador do Centro Integrado de Saúde Mental do Hospital Universitário de Maringá. 3 Mestranda do Programa de Pós-graduação stricto sensu em Educação Física e integrante do grupo de pesquisa Pró-esporte do Departamento de Educação Física da UEM. Endereço para correspondência: Priscila Garcia Marques da Rocha Av. Colombo, 5.790 – 87080-000 – Maringá, PR Fone/Fax: (44) 3261-4470. E-mail: pgmrocha@yahoo.com.br
Faculdade de Ciências e Letras de Assis – Unesp Resumo: Uma das principais formas de manifestação do sofrimento psíquico presente no final do século passado foi a depressão, tendo ficado comum se referir a tal período como “era das depressões” (Roudinesco 1998, 1999) em comparação ao final do século XIX, que fora marcado pela histeria. Muitos estudos dedicaram-se a compreender a depressão e notam-se claramente duas correntes oriundas do século XIX que se desenvolveram concomitantemente no século XX: a psicanálise e a psiquiatria. Este trabalho pretende apresentar um resgate histórico da melancolia desde seus primeiros registros, à cerca de dois mil anos. Em seguida, realizar uma análise conceitual destes termos na psicanálise e na psiquiatria. Antidepressivos são eficazes no tratamento da depressäo em idosos. O sucesso do tratamento depende do tipo e da gravidade da depressão; das comorbidades com outras doenças psiquiátricas ou clínicas; da escolha adequada de antidepressivos, de sua eficácia e perfil de efeitos adversos; da orientação do paciente e de sua aderência ao tratamento. O manejo dos efeitos adversos em pacientes idosos, que usam muito mais medicações e apresentam mais doenças, é o ponto forte na escolha de antidepressivos. Em geral, os inibidores seletivos da recaptaçäo de serotonina têm sido preferidos por apresentar menos riscos de complicações por efeitos adversos. Porém, diferentes antidepressivos podem ser preferíveis para diferentes pacientes. É indispensável que o médico conheça o paciente que irá tratar e o perfil de efeitos adversos e de possíveis interações medicamentosas dos antidepressivos para poder escolher o mais adequado para cada paciente. Neste artigo, são abordados os diferentes grupos de antidepressivos no tratamento agudo da depressão em idosos e o tratamento em populações especiais de idosos (idosos debilitados e idosos com demência) AU) prática de exercícios físicos regulares como terapia complementar ao tratamento de mulheres com depressão José Luiz Lopes Vieira1, Mauro Porcu2, Priscila Garcia Marques da Rocha3 ARTIGO ORIGINAL 1 Professor doutor, coordenador do Programa de Pós-graduação stricto sensu em Educação Física e integrante do grupo de pesquisa Próesporte do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM). 2 Professor mestre de Psiquiatria do Departamento de Medicina da UEM e coordenador do Centro Integrado de Saúde Mental do Hospital Universitário de Maringá. 3 Mestranda do Programa de Pós-graduação stricto sensu em Educação Física e integrante do grupo de pesquisa Pró-esporte do Departamento de Educação Física da UEM. Endereço para correspondência: Priscila Garcia Marques da Rocha Av. Colombo, 5.790 – 87080-000 – Maringá, PR Fone/Fax: (44) 3261-4470. E-mail: pgmrocha@yahoo.com.br
Palavras-chaves:
Depressão, exercícios físicos, complemento terapêutico. RESUMO. Objetivo: Analisar a
efetividade do exercício físico como complemento terapêutico no tratamento da
depressão. Métodos: Este ensaio clínico teve a participação de pacientes mulheres
atendidas pelo SUS no Hospital Universitário de Maringá em tratamento com antidepressivos
(n = 18: GC = 9; GE = 9). O delineamento do estudo foi elaborado com duas sessões
de hidroginástica/semana, durante 12 semanas. O instrumento utilizado foi a
Escala de Hamilton para Depressão, aplicado ao início, após 12 semanas de
intervenção e após 6 meses de finalização do ensaio clínico. Para análise
estatística, utilizaram-se os Testes de Wilcoxon e de Mann-Whitney. Resultados:
Os escores de depressão reduziram-se no grupo experimental após 12 semanas
(32,66 ± 3,12 para 24,88 ± 2,13 pontos, p = 0,007*) e não ocorreu diferença
estatisticamente significativa no grupo controle (31,11 ± 3,51 para 30,22 ± 3,04
pontos, p = 0,059). Após 6
meses, não houve diferenças estatisticamente significativas para o grupo
controle (31,11 ± 3,51 para 30,22 ± 2,81 pontos, p = 0,201). No entanto, o
grupo experimental regressou aos níveis iniciais de depressão (32,66 ± 3,12
para 29,66 ± 1,22 ponto, p = 0,027*). Conclusão: Neste estudo preliminar, as
pacientes submetidas à prática de exercícios físicos associada ao tratamento
convencional para depressão evidenciaram melhora significativa em relação
àquelas que não praticaram exercícios físicos. Os efeitos dos exercícios
físicos sobre os sintomas depressivos desapareceram com a interrupção dos exercícios
físicos na avaliação do seguimento de 6 meses. Depressão no idoso. A avaliação
neuropsicológica é de suma importância no paciente idoso, especialmente quando
há queixas de deficits cognitivos, como problemas de memória que dificultam o
diagnóstico diferencial entre processos demenciais e a pseudodemência
depressiva, uma vez que depressão maior pode cursar com deficits cognitivos. Quando
o processo demencial se encontra em estágio avançado, o diagnóstico é
facilmente estabelecido; mas nos estágios iniciais, o diagnóstico só é possível
através de cuidadosa avaliação neuropsicológica. Estudos mostram que cerca de
20% dos pacientes idosos deprimidos apresentam deficits cognitivos (La Rue,
Spar e Hill, 1986). O diagnóstico diferencial entre demência e depressão é
bastante difícil em muitos casos. Estima-se que de 1% a 31% dos pacientes com
diagnóstico de síndrome demencial tenham, na realidade, depressão com problemas
de memória associados (Katzman, Lasker e Bemstein, 1988). Esta é uma questão
que merece atenção tendo-se em vista que o tratamento inadequado da depressão
inexistente num paciente com demência pode não causar dano algum, mas o
tratamento com antidepressivos com propriedades anticolinérgicas, como por
exemplo, a imipramina, pode exacerbar problemas de memória. Na verdade, o idoso
pode apresentar comorbidade de depressão e demência, o que demanda um manejo
específico no que se refere ao tratamento. Estudos
prévios com grandes amostras de idosos (Forsell, Fratiglioni, Grut e Winblad,
1993) indicaram que os sintomas de depressão podem dividir-se em duas
categorias: Distúrbio
motivacional que inclui: perda de interesse, perda de energia, dificuldade de
concentração, mudanças psicomotoras;
Distúrbio do humor que inclui:
disforia, alteração do apetite, sentimento de culpa, pensamentos e ideação
suicida. Existem algumas evidências que sugerem que os sintomas motivacionais
descritos acima estariam mais relacionados ao desempenho do funcionamento
cognitivo de idosos revelados pelos testes neuropsicólogicos do que os sintomas
de humor (Backman, Hill e Forsell, 1996). Uma possível razão para isso é que os
sintomas motivacionais afetam a habilidade de atenção. Depressão com traços psicóticos.
Um fator que pode predizer deficits cognitivos em deprimidos é a presença de
traços psicóticos. Indivíduos deprimidos com traços psicóticos têm distúrbio
significativo na forma e conteúdo do pensamento e são propensos a se distraírem
com seu próprio estado interno. Dessa forma, parece que algumas características
podem potencialmente comprometer o desempenho do paciente na avaliação
neuropsicológica. Além do mais, indivíduos deprimidos com traços psicóticos
tendem a apresentar os sintomas da depressão de maneira mais grave do que os
indivíduos deprimidos sem traços psicóticos (Corley, 1996, citado por Basso
1999). Portanto, como a disfunção na memória está positivamante associada ao
Transtorno de Humor grave (Bornstein, 1991 citado por Basso 1999), indivíduos
psicóticos deprimidos podem mostrar de forma mais acentuada comprometimento da
memória e outros deficits cognitivos. Há evidências que propõem a presença de grande disfunção cerebral na
depressão em psicóticos. Por
exemplo, indivíduos psicóticos deprimidos têm mais freqüentemente recaídas do
episódio depressivo, e seus episódios são maiores do que aqueles vivenciados
por deprimidos não psicóticos (Coryell, 1996 citado por Basso, 1999). Depressão
com traços psicóticos é também marcada por alta morbidez, grande
comprometimento residual e pouca resposta à farmacoterapia. Estes indivíduos
apresentam mais freqüentemente anormalidades na estrutura cerebral que os
indivíduos deprimidos não-psicóticos. Tem-se, por exemplo, um aumento do
terceiro ventrículo (Schlegel, 1989 citado por Basso, 1999), e grande atrofia
cerebral, (Gewintz, 1994 citado por Basso 1999). À medida que essas
anormalidades podem ser refletidas na avaliação das funções cognitivas,
indivíduos deprimidos com traços psicóticos podem apresentar desempenho pior do
que indivíduos deprimidos não psicóticos. Neuroimagem: Os estudos neuropsicológicos associados à
neuroimagem trouxeram considerável avanço para o entendimento dos correlatos
neuroanatomofuncionais dos transtornos psiquiátricos. Distinguem-se três tipos de exames,
de acordo com seus objetivos: a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância
magnética (RM) avaliam alterações estruturais do cérebro; a ressonância
magnética funcional (RMf), a tomografia por emissão de pósitron (PET) e a
tomografia por emissão de fóton único (SPECT) geram imagens que descrevem o
estado funcional e metabólico do cérebro como um todo e de determinadas
regiões, permitindo a investigação sem a utilização de métodos invasivos
(Weight e Bigler, 1998). Em idosos deprimidos, é possível
observar algumas mudanças anátomo-funcionais como redução do fluxo sanguíneo no
córtex frontal, temporal e giro do cíngulo; intensidade de substância branca e
lesões subcorticais do núcleo cinzento, (Coffey et al, 1988; Figiel et al,
1991) e alargamento ventricular e diminuição da densidade cerebral. Estudos
“post mortem” encontraram comprometimentos mais graves no locus coeruleus em
pacientes com Doença de Alzheimer e Depressão do que naqueles somente com
Doença de Alzheimer. Os estudos estruturais se ocuparam, no início, em medir
volume global do encéfalo, volume dos lobos, fissuras corticais e ventrículos
em pacientes depressivos comparados a normais com o objetivo de encontrar
atrofias ou outras alterações que pudessem justificar a sintomatologia e quadro
clínico nesses casos. Um estudo de revisão desses achados encontrou 22
trabalhos sobre tomografia computadorizada nos transtornos de humor. Nenhum
deles encontrou evidências de anormalidades no volume cerebral ou nas medidas
dos sulcos corticais. O dado mais consistente desses estudos foi o aparecimento
de ventrículos dilatados nos pacientes comparados com o controle, embora esses
estudos tenham amostras mistas de transtorno unipolar e bipolar (Dougherty e
Rauch, 1997). No entanto, esse dado não é de maneira nenhuma específico dos
transtornos de humor, tendo sido relatado em estudos com pacientes
esquizofrênicos, abuso de álcool e doenças demenciais. Como muito desses
estudos foram feitos com uma amostra mais idosa, é possível que este seja um
fator de viés para os dados encontrados. Nenhum dos estudos considerados
examinou os achados a partir de hipóteses, limitando-se apenas a constatar
atrofia global, o que pode ser conseqüência de anormalidades do
neurodesenvolvimento ou refletir neurodegeneração que não apresente correlação
nem com o estado nem com traços que predisponham ao transtorno (Doughert e Rauch,
1997; Soares e Mann, 1997).
A ressonância magnética não
oferece informações muito específicas para correlação entre neuroimagem e o
quadro depressivo porque, de 16 estudos realizados com essa técnica, 8
elaboraram hipóteses e compararam com grupo controle quanto à
hipersensibilidade de sinal na substância branca, 5 examinaram bipolares e 5
estudaram depressivos idosos sem especificação de bipolaridade ou unipolaridade
(Doughert e Rauch, 1997). As principais regiões onde se encontraram as
alterações são a substância branca subcortical, periventricular e frontal e o
núcleo caudado, especificamente em bipolares e idosos unipolares. Esses dados
dão reforço à idéia de que a depressão seja um processo subcortical, ao menos
em algumas de sua formas de apresentação (Brumback, 1993). A avaliação de
regiões específicas corticais pela ressonância magnética mostra evidência de
alterações no lobo frontal de pacientes com depressão unipolar, mas não em
pacientes bipolares com menor volume desse lobo nos depressivos unipolares
(Soares e Mann, 1997). Os resultados de estudos sobre o lobo temporal são
contraditórios, com alguns mostrando aumento e outros diminuição do volume
desses lobos em bipolares, embora para depressivos unipolares não haja
alterações. Não foram encontradas alterações nos lobos parietais (Dolan, Bench,
Brown, Scott e Frackowiak, 1994). Quanto ao envolvimento de estruturas
subcorticais na geração e apresentação da depressão, os dados não são ainda de
todo convincentes. Há por exemplo, poucos estudos volumétricos com ressonância
magnética para o tálamo embora relatos isolados descrevam depressão com
infartos nessa região. Estudos com tomografia computadorizada apresentam dados
de volume menor dos gânglios da base em depressivos unipolares, o que não
acontece com bipolares (Greenwal et al, 1996). Os estudos de neuroimagem
funcional para áreas corticais acompanham os achados estruturais no que diz
respeito ao lobo frontal. Há fortes evidências de diminuição de fluxo sanguíneo
e metabolismo nessa região tanto em depressivos unipolares como em bipolares.
Já em relação ao lobo temporal, a maioria dos estudos não encontrou dados
confirmatórios de anormalidades no metabolismo de glicose nessa região em
depressivos unipolares ou bipolares, sendo que esse último grupo de pacientes
não foi suficientemente estudado (Soares e Mann, 1997). As estruturas límbicas
também não apresentam alterações com tomografia por emissão de fóton único
(SPECT) ou tomografia por emissão de pósitron (PET), embora um trabalho de
Drevets e colaboradores em 1992 tenha encontrado aumento no fluxo sanguíneo no
hipocampo e amígdala direita em pacientes unipolares puros não medicados. Essa
exceção aos achados negativos na maioria dos estudos pode indicar a necessidade
de refinamento da seleção para que os resultados positivos sejam encontrados,
definindo assim subtipos de disfunção em que a explicação dos transtornos e
disfunções seja correlacionada aos respectivos circuitos. Seguindo essa linha
de raciocínio, o giro do cíngulo tem recebido atenção especial devido às suas
complexas e ricas aferências e eferências representando possivelmente
diferentes sistemas neurais do ponto de vista funcional (Elbert e Edmeier,
1996). A porção anterior do córtex cingulado tem papel fundamental nas funções
motoras e emocionais, enquanto a região posterior está envolvida com funções
visuoespaciais e de memória com pouca influência sobre o afeto. As alterações
de comportamento mais descritas em animais após lesões no giro do cíngulo
anterior incluem agressividade diminuída, menos timidez, medo do ser humano,
empobrecimento emocional, diminuição da motivação, impaciência e comportamento
social inapropriado com seres da mesma espécie. Um estudo de uma mulher em
momentos de tristeza e alegria mostrou elevação do fluxo sanguíneo no córtex
cingulado anterior sendo que o estado de alegria era inversamente proporcional
ao fluxo sanguíneo da amígdala. Na tristeza, o aumento do fluxo na amígdala era
diretamente proporcional ao estado (George et al, 1997). Embora seja necessário ter a
devida cautela na correlação desses achados em pessoa normal com os dados
encontrados em pacientes deprimidos, uma possível explicação para o aumento do
metabolismo na tristeza pode residir na avaliação do tempo em que a
investigação é feita. Padrões de hiperfrontalidade e aumento do metabolismo em
áreas correlacionadas do ponto de vista funcional são substituídos por
hipofrontalismo num curso mais crônico da depressão (Elbert e Edmeier, 1996). Além
disso, embora os sintomas depressivos em si não sejam provenientes de
anormalidades observadas no córtex cingulado, algumas alterações nos processos
cognitivos são certamente relacionadas a disfunções nessa região. Discussão. Não está claro se o
comprometimento da função cognitiva de pacientes com transtornos do humor é
característico apenas do estado agudo ou se está presente mesmo fora das
crises, sendo, desse modo, um traço estável da doença e, portanto, um marcador
da mesma, de onde se poderiam, inclusive, inferir as alterações
neuroanatomofuncionais (Paradiso, Lamberty, Garvey e Robinson, 1997 ). Alguns
autores chegam até mesmo a pôr em dúvida se há alterações no desempenho
neuropsicológico de pessoas com transtornos do humor, alegando que, se assim
fosse, o campo da neuropsicologia estaria em sérios problemas já que os
indivíduos com esses transtornos revelariam resultados indiferenciados dos que
ocorrem em pessoas com lesões cerebrais. Os resultados dos testes
neuropsicológicos, segundo esses autores, seriam normais quando se conseguisse
motivar o paciente a cooperar (Laks, et al, 1999). Assim é importante estudar o
efeito da motivação sobre o funcionamento neuropsicológico e comparar
indivíduos sãos com deprimidos quanto a esse aspecto. A simples aplicação de
testes selecionados para medir atenção e a constatação de alterações nos
resultados dos mesmos, para concluir que o indivíduo tem deficits de atenção, é
um tipo de raciocínio circular que pouco acrescenta ao assunto, porque não leva
em consideração que essas mesmas alterações podem acontecer, também, pelos
problemas psicopatológicos inerentes à crise depressiva. Também, os aspectos da
personalidade e dos esquemas de funcionamento das cognições depressivas
precisam ser levados em conta e podem ser avaliados objetivamente através de
testes como o MMPI (Butscher, Dahlstrom e Graham, 1989) e da escala de
depressão de Beck (Beck, Ward e Mendelson, 1961). Grande parte dos estudos
relatam uma relação entre deficits cognitivos e Transtorno Depressivo Maior,
porém, ainda há controvérsias a respeito da gravidade ou magnitude desses
deficits (Bieliauskas, 1993). A função cognitiva de pacientes com Transtorno
Depressivo Maior, pode variar de preservada a extremamente prejudicada,
tornando, com isso, difícil a descrição das disfunções cognitivas que podem
fazer o diagnóstico diferencial entre depressão e demência em idosos. Conclusão. A Depressão foi abordada, neste trabalho, sob as visões
anatômica e neuropsicológica. Isso possibilitou a percepção do quanto cada
uma dessas áreas têm a contribuir. Contudo, compreender a depressão nestes
aspectos isolados pode não ser suficiente. É possível uma interação entre o
psicológico e o biológico. Assim sendo, essas áreas não precisam ser
consideradas como excludentes, pois são enfoques diferentes que lidam com o
mesmo substrato. Com isso, a depressão não deve ser considerada somente uma
alteração bioquímica ou psicológica, mas de ambos. Os estudos neuropsicológicos
com deprimidos apontam para alterações na aquisição da memória, atenção,
concentração, flexibilidade cognitiva e abstração. Quanto aos estudos de
neuroimagem, há evidências para hipofrontalidade, disfunção do giro do cíngulo
anterior e aumento de ventrículos em sujeitos idosos. É importante ressaltar a
necessidade de mais estudos para o melhor entendimento do processamento
cognitivo e suas correlações neuroanatomofuncionais. Concluímos
que a depressão deve ser entendida e avaliada sob múltiplos aspectos, e daí a
importância de uma equipe multidisciplinar visando a uma melhor qualidade de
tratamento. Depressão no idoso. A avaliação
neuropsicológica é de suma importância no paciente idoso, especialmente quando
há queixas de deficits cognitivos, como problemas de memória que dificultam o
diagnóstico diferencial entre processos demenciais e a pseudodemência
depressiva, uma vez que depressão maior pode cursar com deficits cognitivos. Quando
o processo demencial se encontra em estágio avançado, o diagnóstico é
facilmente estabelecido; mas nos estágios iniciais, o diagnóstico só é possível
através de cuidadosa avaliação neuropsicológica. Estudos mostram que cerca de
20% dos pacientes idosos deprimidos apresentam deficits cognitivos (La Rue,
Spar e Hill, 1986). O diagnóstico diferencial entre demência e depressão é
bastante difícil em muitos casos. Estima-se que de 1% a 31% dos pacientes com
diagnóstico de síndrome demencial tenham, na realidade, depressão com problemas
de memória associados (Katzman, Lasker e Bemstein, 1988). Esta é uma questão
que merece atenção tendo-se em vista que o tratamento inadequado da depressão
inexistente num paciente com demência pode não causar dano algum, mas o
tratamento com antidepressivos com propriedades anticolinérgicas, como por
exemplo, a imipramina, pode exacerbar problemas de memória. Na verdade, o idoso
pode apresentar comorbidade de depressão e demência, o que demanda um manejo
específico no que se refere ao tratamento. Estudos prévios com grandes amostras
de idosos (Forsell, Fratiglioni, Grut e Winblad, 1993) indicaram que os
sintomas de depressão podem dividir-se em duas categorias:
Distúrbio motivacional que
inclui: perda de interesse, perda de energia, dificuldade de concentração,
mudanças psicomotoras;
Distúrbio do humor que inclui:
disforia, alteração do apetite, sentimento de culpa, pensamentos e ideação
suicida. Existem algumas evidências que sugerem que os sintomas motivacionais
descritos acima estariam mais relacionados ao desempenho do funcionamento
cognitivo de idosos revelados pelos testes neuropsicólogicos do que os sintomas
de humor (Backman, Hill e Forsell, 1996). Uma possível razão para isso é que os
sintomas motivacionais afetam a habilidade de atenção.
Depressão com traços psicóticos.
Um fator que pode predizer deficits cognitivos em deprimidos é a presença de
traços psicóticos. Indivíduos deprimidos com traços psicóticos têm distúrbio
significativo na forma e conteúdo do pensamento e são propensos a se distraírem
com seu próprio estado interno. Dessa forma, parece que algumas características
podem potencialmente comprometer o desempenho do paciente na avaliação
neuropsicológica. Além do mais, indivíduos deprimidos com traços psicóticos
tendem a apresentar os sintomas da depressão de maneira mais grave do que os
indivíduos deprimidos sem traços psicóticos (Corley, 1996, citado por Basso
1999). Portanto, como a disfunção na memória está positivamante associada ao
Transtorno de Humor grave (Bornstein, 1991 citado por Basso 1999), indivíduos
psicóticos deprimidos podem mostrar de forma mais acentuada comprometimento da
memória e outros deficits cognitivos. Há evidências que propõem a presença de
grande disfunção cerebral na depressão em psicóticos. Por exemplo, indivíduos
psicóticos deprimidos têm mais freqüentemente recaídas do episódio depressivo,
e seus episódios são maiores do que aqueles vivenciados por deprimidos não
psicóticos (Coryell, 1996 citado por Basso, 1999). Depressão com traços psicóticos é também marcada por alta morbidez,
grande comprometimento residual e pouca resposta à farmacoterapia. Estes
indivíduos apresentam mais freqüentemente anormalidades na estrutura cerebral
que os indivíduos deprimidos não-psicóticos. Tem-se, por exemplo, um aumento do
terceiro ventrículo (Schlegel, 1989 citado por Basso, 1999), e grande atrofia
cerebral, (Gewintz, 1994 citado por Basso 1999). À medida que essas
anormalidades podem ser refletidas na avaliação das funções cognitivas,
indivíduos deprimidos com traços psicóticos podem apresentar desempenho pior do
que indivíduos deprimidos não psicóticos. Ansiedade e depressão em familiares de pacientes internados em unidade de cuidados intensivos* Anxiety and depressions in relatives of
patients admitted in intensive care units Ansiedad y depresión en familiares de
pacientes internados en una unidad de cuidados intensivos
Marina Rumiko Maruiti1, Luzia Elaine Galdeano2, Olga Guilhermina Dias
Farah: RESUMO:
Objetivo: Identificar a ocorrência de sintomas de ansiedade e/ou depressão em
familiares de pacientes internados em uma unidade de cuidados intensivos e
correlacionar a presença desses sintomas com o sexo e idade de familiar e com o
tempo de internação dos pacientes. Métodos: Fizerem parte da amostra 39
familiares de pacientes em estado crítico de saúde. Para coleta de dados foi
utilizada a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão. Resultados: Foram
identificados 11 (28,2%) possíveis casos de ansiedade, 17 (43,6%) prováveis
casos de ansiedade, 14 (35,9%) possíveis casos de depressão e 7 (17,9%)
prováveis casos de depressão. Considerações finais: O suporte emocional e a
satisfação das necessidades dos familiares devem ser prioridades no plano de
assistência de enfermagem, de forma a prevenir esses transtornos. Descritores:
Ansiedade; Depressão; Relações profissional-família; Unidades de terapia
intensiva Ansiedade e depressão em familiares de
pacientes internados em unidade de cuidados intensivos 637 INTRODUÇÃO
A
constatação de uma doença em um indivíduo adulto, que desempenha papéis bem
definidos na família, e a sua hospitalização podem gerar desequilíbrio em toda
a estrutura familiar(1-2). A
hospitalização acarreta a quebra do vínculo familiar, levando o paciente e familiares
a vivenciarem profundas mudanças em suas vidas. Durante essa fase, é comum ocorrerem
alterações de papéis e sentimentos de medo e insegurança que podem precipitar
crises(2). O medo da morte, as
incertezas relacionadas ao prognóstico e ao tratamento, os conflitos
emocionais, a preocupação com a condição financeira, as alterações de papel e a
quebra de rotina podem gerar ansiedade e depressão em alguns membros da
família(3). O enfermeiro, normalmente envolvido com
o cuidado e com o atendimento das necessidades do paciente, pode não perceber a
angústia, o medo e o sofrimento vivenciados pelos familiares. É fundamental que
a equipe de saúde esteja preparada para estabelecer um relacionamento de empatia
e de confiança com a família. Para tanto, é necessário que esses profissionais
se comuniquem de forma adequada, a fim de retirar dúvidas e satisfazer a
necessidade de informação dos familiares (4).
A falta de informação e a incerteza podem causar apreensão e ansiedade.
Em um estudo nacional(4), cujo objetivo foi identificar as necessidades dos
familiares de pacientes que se encontram em unidade de terapia intensiva (UTI),
as autoras concluíram que as necessidades relatadas com maior freqüência foram:
ter a certeza que o paciente está recebendo o melhor tratamento (89,7%), saber
fatos concretos sobre o progresso do paciente (84,6%) e saber exatamente o que
esta sendo feito para o familiar (82,1%). Esses resultados refletem a
necessidade do ser humano do sentir-se seguro e ter a certeza de que tudo irá
correr bem, uma vez que a dúvida é fonte de sentimentos desagradáveis como a
ansiedade e a angústia (4). A literatura sobre os níveis de ansiedade e depressão em familiares de
pacientes hospitalizados é escassa. Não foram identificados estudos nacionais
que realizaram a mensuração e avaliação dessas alterações psicológicas em familiares
de pacientes que se encontram em unidades de cuidados intensivos. Foram encontradas
pesquisas nas quais foram mensurados os sintomas da ansiedade e da depressão em
diferentes populações, como em acompanhantes e em pacientes que serão submetidos
a cineangiografia(2) ,ou em mães de neonatos pré-termo hospitalizados(5). A
avaliação e a identificação de sinais indicativos de ansiedade
e de episódios depressivos em familiares de pacientes internados constituem uma
importante função do enfermeiro, visto que familiares extremamente ansiosos ou
deprimidos podem não suportar a pressão imposta pela hospitalização e pela
doença, e começar a transferir seus medos, suas preocupações e tristezas para o
paciente (o que pode interferir de forma negativa no tratamento)(4). Diante do
exposto, este estudo teve como objetivos identificar a ocorrência de sintomas
de ansiedade e/ou depressão em familiares de pacientes internados na UTI, e correlacionar
a presença desses sintomas com o sexo e idade do familiar e com o tempo de
internação do paciente.
MÉTODOS. O estudo foi desenvolvido
na sala de espera da UTI de um hospital geral, particular, de grande porte,
situado na zona Sul do Município de São Paulo. Fizeram parte da amostra 39
familiares de pacientes que se encontravam internados na UTI. Os critérios para
inclusão no estudo foram: ser adulto, possuir familiar (independente do grau de
parentesco) internado na UTI há pelo menos 24 horas e concordar, voluntariamente,
em participar da pesquisa, mediante a assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. O instrumento de coleta de dados utilizado neste estudo (Anexo
A) foi constituído de duas partes. A
primeira referese a um questionário para registro de dados para caracterização
da amostra e a segunda à Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (Hospital
Anxiety and Depression Scale - HADS)(6), validada e traduzida para a língua portuguesa(7).
Esta escala está constituída de duas subescalas, sendo uma para ansiedade e
outra para depressão. Cada subescala é composta por sete questões de múltipla
escolha. Para cada questão existem quatro possibilidades de resposta, cada qual
com uma pontuação que varia de 0 a 3. O escore total da HADS varia de 0 a 21
pontos (sendo 0 a 21 para ansiedade e 0 a 21 para depressão). O índice de
confiabilidade (coeficiente alfa) da HADS, segundo Smarr(8), pode variar entre
0,78 a 0,93 para a ansiedade e 0,82 a 0,90 para a depressão. A sensibilidade
e a especificidade dessa escala, quando aplicadas em acompanhantes, são respectivamente
de: 78,2% e 69.6% para identificar a ansiedade e de 73,6% e 72,9% para
identificar a depressão(8). A interpretação dos escores da HADS foi
feita seguindo o referencial metodológico adotado(6). Desse modo, a pontuação
entre 0 a 7 foi interpretada não caso de depressão ou ansiedade; a pontuação
entre 8 a 10 como possível caso e a pontuação entre 11 a 21 como provável
caso(6). Entende-se por .provável., algo que se pode provar, algo que possui
aparência de verdadeiro(9). Logo, neste estudo, prováveis casos de ansiedade
e/ou depressão significaram os casos nos quais os familiares apresentaram
sinais importantes dessas alterações, isto é, apresentaram sinais que poderiam
ser confirmados, a partir de análises complementares. A palavra .possível. pode ser entendida como
algo que pode ser ou acontecer(10). Neste estudo, possíveis casos de ansiedade
e/ou depressão corresponderam aos casos nos
quais a ansiedade e/ou a depressão poderiam ser confirmadas caso houvesse
aumento da intensidade ou da quantidade dos sinais e sintomas identificados. A
coleta de dados foi realizada na primeira quinzena de setembro de 2005, após a
aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do hospital onde o estudo foi
realizado. Os familiares foram convidados a participar no estudo, após terem
realizado a visita ao paciente. Após a coleta de dados, as variáveis foram codificadas
e armazenadas em um banco de dados realizado a partir do aplicativo MS Excel
XP. A análise estatística foi realizada mediante a utilização do programa
estatístico Statical Package for Social Science (SPSS), versão 15.0. Os dados
de caracterização da amostra foram analisados de forma descritiva. As variáveis
qualitativas foram resumidas em freqüências absolutas e relativas e as
variáveis quantitativas foram expressas em médias, desvios padrão e valores
mínimos e máximos. Para a análise comparativa entre as variáveis foi utilizado
o teste T-Student e o teste exato de Fisher (no caso de variáveis
qualitativas). O nível de significância adotado foi 0,05. RESULTADOS. A
seguir serão apresentados os dados referentes a caracterização da amostra. Tabela 1 - Caracterização de familiares de pacientes internados em
UTI. São Paulo, 2005 dos familiares (71,8%) era do sexo feminino. Em relação ao
grau de instrução, destaca-se que 18 (46,1%) familiares possuíam curso superior
e 14 (35,9%), o ensino médio completo. Quanto ao grau de parentesco, o(a)
filho(a) foi identificado com maior freqüência, representando 43,6% do total da
amostra. O tempo médio de internação dos pacientes relacionados aos familiares
em estudo foi de 41,6 dias, sendo o tempo mínimo 24 horas e o máximo 90 dias. O
desvio padrão foi de 29,1 dias. A seguir apresenta-se a interpretação dos
escores da HADS identificados em familiares de pacientes internados em uma
unidade de cuidados críticos. Tabela 2
- Familiares de pacientes internados em UTI, segundo a interpretação dos
escores da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão. São Paulo, 2005
Caracterização n %: Sexo Feminino . – Masculino
Grau de instrução. Superior: Ensino
Médio completo: Ensino Fundamental
completo. Outros Religião.
Cristianismo: - Sem resposta. –Espiritismo
Tipo de parentesco: Filho(a) - Companheiro(a) - Irmão(ã) - Neto(a) - Sobrinho(a)
– Outros Participaram
do estudo 39 familiares com média de idade de 42 anos, sendo a idade mínima 18
anos e a máxima 79. O desvio padrão identificado para a idade foi de 15,3 anos.
De acordo com a Tabela 1, observa-se que a maioria: Alterações Ansiedade
Depressão psicológicas Interpretações n % n % Não caso (0 a
7 pontos) 11 28,2 18 46,2: Possível caso
(8 a 10 pontos) 11 28,2 14 35,9 Provável caso
(acima de 11 pontos) 17 43,6 7 17,9. Observa-se
na Tabela 2 que ao somar o número de possíveis casos de ansiedade (11) com o
número de prováveis casos (17), obtém-se 28 familiares (71,8%). Em relação à
depressão, observa-se que a soma dos prováveis casos com possíveis equivale a
21 familiares (53,8%). Esses resultados mostram que a maioria da amostra apresentou
sinais sugestivos das alterações psicológicas em estudo. A seguir apresenta-se
a distribuição dos integrantes da amostra segundo o tipo de parentesco e a
presença de sintomas de ansiedade e/ou depressão. Tabela 3 - Tipo de parentesco segundo presença de sintomas de
ansiedade e/ou depressão. São Paulo, 2005 Sintomas de ansiedade. Sintomas de depressão
Tipo de parentesco n % n % : Filho(a) 17
13 76,5 9 52,9 Companheiro(a) 6 4 66,6 5 83,3
- Irmão(ã) 5 4 80,0 4 80,0. Neto(a)
5 2 40,0 - -Sobrinho(a) 2 1 50,0 1 50,0 Outros 4 4 100,0 2 50,0 . Observa-se na
Tabela 3 elevado número de familiares com sintomas de ansiedade e de depressão.
De acordo com o teste exato de Fisher não houve diferença estatisticamente
significante entre o sexo do familiar e a presença de sintomas de ansiedade
(p=0,11) e/ou de depressão (p=0,28).
Considerou-se
a existência de sintomas de ansiedade. Ansiedade e depressão em familiares de
pacientes internados em unidade de cuidados intensivos 639 Acta Paul Enferm
2008;21(4):636-42. e de depressão quando a pontuação no HADS foi igual ou
superior a 8. Na análise de correlação entre o tempo de internação do paciente
e a presença de sintomas de ansiedade obtevese, pelo teste T-Student, p=0,40.
Na correlação entre o tempo de internação do paciente e a presença de sintomas de
depressão obteve-se p=0,10. Estes resultados indicaram não haver relação
estatisticamente significante entre essas variáveis. No caso da variável idade,
o teste T-Student também mostrou não haver relação estatisticamente
significante com a presença de sintomas de ansiedade (p=0,30) e/ou de depressão
(p=0,25). DISCUSSÃO. De
acordo com os resultados apresentados na Tabela 1, pode-se dizer que a maioria
dos familiares apresenta potencialidade para acessar e compreender informações
e adquirir novos conhecimentos, visto que em relação ao grau de instrução 18
(46,1%), fizeram o curso superior e 14 (35,9%) o ensino médio completo. A
partir desses resultados pode-se inferir que a maioria dos familiares apresenta
condições para entender os processos de doença e de hospitalização pelos quais
passam o seu familiar e também para criar mecanismos de enfrentamento
adequados. Observa-se na Tabela 1 que 8 (20,5%) dos familiares não responderam
o item religião, contido no instrumento. Sabe-se que a hospitalização de um
familiar pode fazer com que alguns membros da família apresentem problemas
relacionados à religião, podendo alterar sua espiritualidade. Nesses momentos
podem ocorrer mudanças como a conversão religiosa, o aumento das crenças, o
abandono da religião e a perda ou questionamento da fé. A doença e a
hospitalização podem produzir, nos familiares, conflitos de crenças e valores.
Associadas a essas alterações de valores encontram.se a religiosidade e espiritualidade
que foram investigadas nesse estudo por fornecerem dados relacionados à forma
pelas quais os familiares obtêm apoio e suporte necessários para o enfrentamento
dessas experiências.
Segundo a Tabela 1, a maioria
dos familiares (79,5%) segue uma religião, sendo 26 (66,7%) cristãos e cinco
(12,8%) espíritas. A espiritualidade e a religião são consideradas, para muitas
pessoas, agentes tranqüilizadores que minimizam o estresse e a ansiedade.
Cientificamente são consideradas formas de enfrentamento (ou coping) do
estresse. De acordo com a Tabela 2, observa-se que 11 (28,2%) familiares
constituem possíveis casos de ansiedade e 17 (43,6%) prováveis casos de
ansiedade. A ansiedade pode ser definida como um sentimento de apreensão, de
natureza vaga, caracterizado por sensações de incerteza e de impotência.
Constitui uma experiência individual e subjetiva, normalmente decorrente de uma
situação desconhecida ou de uma experiência nova. Essa nova situação ou
experiência pode ser tanto agradável (como, por exemplo, o nascimento de um
filho), como desagradável (como a doença e hospitalização de um familiar)(11). A
elevada percentagem de familiares com provável ansiedade, como mostra a Tabela
2, constitui um resultado que reforça o fato de que eventos estressores
constituem fatores preditivos de ansiedade(12). A relação de eventos
estressores com o surgimento de transtornos de ansiedade e de depressão foi identificada
em outros estudos(13-14.). Segundo alguns pesquisadores, para os eventos
estressores acarretarem sintomas de ansiedade e/ou depressão é necessário que haja
uma predisposição genética para a ocorrência dessas alterações psicológicas.
Estudos demonstram que as capacidades individuais de interpretar e de enfrentar
os eventos estressores são geneticamente influenciada s(13-14). Um outro aspecto
a ser considerado é o tempo que o paciente está doente e/ou internado na
unidade de terapia intensiva e, conseqüentemente, o tempo que o familiar está vivenciando
este evento estressor. Segundo a literatura, quanto
maior a exposição ao estressor mais intensa a sintomatologia da ansiedade e/ou
depressão(15). No entanto, nesse estudo, o teste T-Student mostrou não haver relação
entre as variáveis tempo de internação e presença de sintomas de ansiedade
(p=0,40) e de depressão (p=0,10). O enfermeiro deve reconhecer precocemente os sinais e sintomas da
ansiedade, implementar estratégias de prevenção e tentar amenizar os eventos
estressores, visto que a ansiedade, a tensão e apreensão do familiar podem ser
transmitidas ao paciente e interferir nas suas condições de saúde, alterando o
seu quadro clínico(3). Durante o processo de identificação da ansiedade é fundamental
que o enfermeiro considere a cultura da pessoa, uma vez que existe uma variação
cultural considerável na expressão da ansiedade. Em algumas culturas, a
ansiedade é expressa predominantemente por sintomas somáticos, e em outras, por
sintomas cognitivos(16). Analisando a Tabela 2, observa-se que foram identificados
7 (17,9%) prováveis casos de depressão e 14 (35,9%) possíveis casos. Estes
dados devem ser levados em consideração por especialistas na área da Psicologia
e Psiquiatria no intuito de prevenir maiores transtornos e prejuízos à saúde
mental dos familiares. Os episódios depressivos caracterizam-se por humor que
varia de irritável ao triste. A pessoa deprimida experimenta pelo menos quatro
dos seguintes sintomas: alterações no apetite ou peso (normalmente
reduzidos), alteração de sono e atividade psicomotora, diminuição da energia, sentimentos
de desvalia ou culpa, dificuldades para pensar e se concentrar ou pensamentos
recorrentes sobre morte, incluindo ideação suicida, plano ou tentativa de
suicídio(17-18). 640 Maruiti MR, Galdeano LE, Farah OGD. Acta Paul Enferm 2008;21(4):636-42.
A elevada percentagem de possíveis casos de depressão, apresentada na Tabela 2, constitui um dado importante, uma vez que se trata de um
transtorno que ainda não existe, mas
que pode tornar-se real, se não foram
tomadas medidas necessárias. Dentre essas medidas encontram-se a satisfação das necessidades biológicas, psicosociais e espirituais desses
familiares. Nos familiares nos quais
se identificou possível ou provável
caso de depressão é primordial que sejam
investigadas outras características do transtorno, entre elas a diminuição da execução de atividades
diárias, a diminuição do prazer em
realizar atividades antes consideradas
prazerosas, o humor deprimido, a tristeza,
a agitação ou a prostração(18). Além
das características da depressão, deve-se analisar a extensão do tempo em que os sintomas são observados.
De acordo com a literatura(16-17), para caracterizar depressão os sintomas devem persistir
na maior parte do tempo, durante
praticamente todos os dias, por pelo menos
duas semanas consecutivas. Pessoas
deprimidas normalmente são tristes, desencorajadas,
possuem humor deprimido (observado a
partir da expressão facial e da postura corporal) e relatam, com freqüência perda de interesse ou
de prazer na execução de atividades
anteriormente consideradas prazerosas. Associadas a esses sintomas existem as
alterações psicomotoras que incluem agitação e retardo psicomotor (pensamento
ou movimentos corporais lentificados, tom de voz baixo, fala diminuída ou
mutismo)(17). Os resultados
encontrados neste estudo são similares aos
encontrados mediante a utilização da HADS(19) em que, os pesquisadores identificaram que 73,4% dos familiares avaliados apresentavam
sintomas de ansiedade e que 35,4%
apresentavam sintomas de depressão.
Na Tabela 3
pode-se observar o elevado número de familiares
que apresentaram sintomas de ansiedade e de
depressão. Na literatura, a relação entre ansiedade e depressão vem sendo relatada, principalmente em idosos(20-21).
Alguns sintomas são comuns aos dois tipos de transtornos como, por exemplo, a irritabilidade, a alteração no sono e no apetite, a dificuldade de
concentração e a diminuição da
memória. Essa similaridade de sintomas pode
dificultar a definição do diagnóstico(22). Em um estudo(18) foram identificadas
semelhanças para a vulnerabilidade
na ocorrência de ansiedade e depressão,
no entanto, os fatores identificados como
responsáveis. por essa predisposição diferiram. Nesse estudo, observou-se que os fatores relacionados à ocorrência da depressão se referiam à
perda (morte) de um amigo ou
familiar. Já, os fatores relacionados à ocorrência
de ansiedade, referiam-se ao desenvolvimento de uma doença grave e/ou hospitalização(18).
CONSIDERAÇÕES
FINAIS. Em relação à ansiedade foram identificados 11 (28,2%) possíveis casos e 17 (43,6%) prováveis casos. Quanto à depressão foram identificados
14 (35,9%) possíveis casos e sete
(17,9%) prováveis casos de depressão. Não houve relação estatisticamente
significante entre as variáveis sexo
e idade do familiar e a presença de sintomas
de ansiedade e/ou de depressão. O mesmo ocorreu
com a variável tempo de internação do paciente. Esse estudo não teve como objetivo identificar a depressão e/ou a ansiedade. Sabe-se
que a confirmação diagnóstica dessas
alterações depende de avaliações não só
fisiológicas ou comportamentais, mas também
culturais, cognitivas e afetivas. Sendo
a HADS uma escala simples, de fácil preenchimento
e validada para a cultura brasileira, constitui uma importante ferramenta de trabalho do enfermeiro, que pode utilizá-la para identificar
possíveis e prováveis casos
ansiedade e/ou depressão em diferentes grupos de pessoas e em diferentes situações. A identificação de traços ou .pistas. desses transtornos
em familiares pode indicar a
necessidade da avaliação de um especialista em diagnóstico e tratamento de sintomas de ansiedade e depressão e a necessidade de suporte e
apoio emocional de toda a equipe de
saúde. Tendo em vista a importância
do tema, sugere-se a realização de
estudos mais amplos, envolvendo maior número
de familiares, para que seja possível analisar deforma mais profunda e detalhada
o fenômeno em questão. Os resultados
deste estudo poderão subsidiar a assistência
de enfermagem no desenvolvimento de intervenções
direcionadas à família e no estabelecimento
de programas de treinamento e qualificação da equipe de enfermagem para melhor atender os familiares e os acompanhantes.
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Deeg D, Van Dyck R,Van Tilburg W. On becoming depressed or anxious in late life: similar vulnerability factors but
different effects of stressful life
events. Br J Psychiatry. 2001;179:426-31.
Parte 1 - Dados de identificação
Sexo: ( ) masculino ( ) feminino Idade: _________ Grau de instrução: ( )
Ensino Fundamental completo ( ) Ensino Médio completo ( ) Superior ( ) Outros ___________________
Religião: ______________ Tipo de parentesco com o paciente:
_________________Tempo de internação do paciente:
________________ Parte 2 - Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão Essa escala foi
traduzida por Botega NJ, Bio MR, Zomignani MA, Garcia C Jr, Pereira WA. [Mood
disorders among inpatients in ambulatory and validation of the anxiety and depression scale HAD] Rev Saude
Publica. 1995; 29(5):355-63. Portuguese. Este questionário
tem como objetivo identificar como o Sr(a) está se sentindo. O(a) Sr(a) deverá ler todas as frases e
marcar com um .X. a resposta que melhor corresponde a como o(a) Sr(a) tem se sentido na última semana. Não é preciso ficar pensando muito em
cada questão. Neste questionário as respostas espontâneas têm mais valor do que aquelas em que se pensa
muito. Marque apenas uma resposta
para cada pergunta. A 3
2 1 0
escolher uma das opções
Eu me sinto tenso ou
contraído: ( ) A maior parte do tempo
( ) Boa parte do tempo ( ) De vez em quando ( ) Nunca D 0 1
2 3 escolher uma. Eu
ainda sinto gosto pelas mesmas coisas de antes: ( ) Sim,
do mesmo jeito que antes ( ) Não tanto
quanto antes ( ) Só um pouco ( ) Já não
sinto mais prazer em nada
A 3 2
1 0 escolher uma resposta Eu
sinto uma espécie de medo, como se alguma coisa ruim fosse acontecer: ( ) Sim,
e de um jeito muito forte ( ) Sim, mas
não tão forte ( ) Um pouco,
mas isso não me preocupa ( ) Não sinto
nada disso. Anexo A - Instrumento de
coleta de dados 642 Maruiti MR,
Galdeano LE, Farah OGD. Acta Paul Enferm 2008;21(4):636-42. D 0
1 2 3 escolher
Dou risada e me divirto quando vejo coisas engraçadas: ( ) Do
mesmo jeito que antes ( ) Atualmente um
pouco menos ( ) Atualmente bem menos ( ) Não consigo mais A 3 2
1 0 escolher uma opção Estou
com a cabeça cheia de preocupações: ( )
A maior parte do tempo ( ) Boa parte do
tempo ( ) De vez em quando ( )
Raramente D 3 2
1 0 escolher uma resposta Eu
me sinto alegre: ( ) Nunca ( )
Poucas vezes ( ) Muitas vezes ( ) A maior parte do tempo A 1
2 3 escolher uma resposta Consigo
ficar sentado à vontade e me sentir relaxado:
( ) Sim, quase sempre ( )
Muitas vezes ( ) Poucas vezes ( ) Nunca 2 1 0 escolher uma resposta Eu
estou lento para pensar e fazer as coisas:
( ) Quase sempre ( )
Muitas vezes ( ) De vez em quando ( ) Nunca A 0
1 2 3 escolher uma resposta Eu tenho uma
sensação ruim de medo, como um frio na barriga ou um aperto no estômago: ( ) Nunca
( ) De vez em quando ( )
Muitas vezes ( ) Quase sempre D 3
2 1 0 escolher uma resposta Eu perdi o interesse em cuidar da minha aparência: ( ) Completamente ( )
Não estou mais me cuidando com eu deveria
( ) Talvez não tanto quanto
antes ( ) Me cuido do mesmo jeito que antes A 3
2 1 0
escolher opção
Eu
me sinto inquieto, como se eu não pudesse ficar parado em lugar nenhum: ( )
Sim, demais ( ) Bastante ( ) Um pouco
( ) Não me sinto assim D 0
1 2 3 escolher uma opção Fico esperando
animado as coisas boas que estão por vir:
( ) Do mesmo jeito que
antes ( ) Um pouco menos que antes ( )
Bem menos do que antes ( ) Quase nunca A 3
2 1 0 escolher uma resposta De repente, tenho a sensação de entrar em pânico: ( ) A
quase todo momento ( ) Várias vezes ( )
De vez em quando ( ) Não sinto isso D 0 1
2 3 escolher uma resposta Consigo
sentir prazer quando assisto um bom programa de televisão, de rádio, ou quando
leio alguma coisa: ( ) Quase
sempre ( ) Várias vezes ( ) Poucas vezes ( )
Quase nunca
Este tema foi
pesquisado por José Carlos Ribeiro capelão
hospitalar, é para você conhecer um pouco mais sobre o que é depressão e como tratar o deprimido.
Pesquisa da UFMS; Prof.
Reis
Olá meus meus nobres leitores (as), quero agradecer a todos vocês, pela marca de mais de 41 mil acessos em meu blog. Estou muito feliz, por estar podendo contribuir em alguma coisa.Eu coloquei nestes últimos dias, um tema muito importante, que atinge a todos. Depressão: estou terminando a nível universitário, o curso de capelania hospitalar. No decorrer do curso, entrou o tema depressão como uma das matérias a ser estudada, pesquisada, foi ai que, resolvi me aprofundar em conseguir mais informações sobre o tema. A depressão está aumentando muito em todas as classes sociais, e por conhecer um pouco sobre tratamento homeopático, encontrei aqui na net um pouco de informações que irá lhes ajudar muito. a Homeopatia funciona sim, e na depressão tem seus resultados positivos. Remédios como: Hypericum perfuratum, em gotas ou em comprimidos, o Valeriana que é uma planta, tanto em comprimido ou em gotas, também fazem um efeito medicamentoso muito bom, chegando a substituir medicamentos fortíssimos conhecidos, e usados no tratamento alopático. Estes medicamentos não viciam, e você tomar por até cinco anos sem lhe deixar viciado. Nas farmácias homeopáticas a farmacêutica tem receitado o Natrum Muriatico em pessoas que procuram por um tratamento alternativo. Você que está sofrendo de depressão, procure um médico homeopata ou uma farmacêutico homeopata, e eles irão lhes ajudar num tratamento alternativo, e com resultados confirmados cientificamente. Nobres leitores (as) o melhor tratamento ainda é Jesus Cristo. É você buscar nEle sua cura, sua libertação, seu melhor tratamento; mas como existe muitas pessoas que não acreditam e que não buscam em Deus o seu melhor tratamento. Obs. Não sou médico, e não estou tomando o lugar do médico, apenas tenho experiência de vida e de tratamentos com medicações homeopáticas para varias situações onde o tratamento alopático não surtiu efeito deseja, eu entrava com medicações homeopáticas com excelentes resultados. por favor, leiam com muita atenção, mas procurem um médico ou um farmacêutico homeopático, para que ele baseado no que você for falar a ele, ai sim, você será medicado. mas estes três remédios aqui citados no inicio são os mais indicados. Muito obrigado a todos vocês em nome de Jesus pelo prestigio e incentivo dado por vocês a mim.
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