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Depressão: Tratamento na Homeopatia



Depressão tratamento fitoterápico: tratamento na Homeopatia                                                                                                                                               Autor: Bahs, Saint- Clair                                                                                                                         Titulo: tratamento fitoterápico da depressão/ Antidepressant herbal treatment                                 Fonte:  J. bras.pisiquiatr; 50(11/12)  Idioma; Portugues
O tratamento fitoterápico da depressão faz-se atualmente através do extrato de Hypericum perforatum, obtido da planta conhecida como erva-de-são-joão. Na Alemanha, é o antidepressivo mais utilizado, representando acima de 25 por cento do total de antidepressivos prescritos. Seu uso é conhecido desde a Antigüidade, porém o interesse científico em suas propriedades medicinais, entre elas o seu efeito antidepressivo, é bastante recente. Existem evidências científicas suficientes em relação a sua eficácia antidepressiva nos casos de depressão com intensidade leve a moderada, com perfil de tolerabilidade superior aos antidepressivos sintéticos; entretanto ainda requer estudos para melhor compreensão a respeito de seus componentes ativos, mecanismos de ação, dosagem, padronização de substâncias, interações, eficácia e tolerabilidade a longo prazo. Este artigo se propõe fazer uma revisão sobre o extrato de Hypericum perforatum (AU)Proposta de Tratamento Homeopático da Depressão com Potencial Suicida em Paciente Geriátrico           Proposal for Homeopathic Treatment for Depression with Suicidal Potential of a Geriatric Patient JORG E ANTOL INI Unitermos: Idoso,Geriatria,Depressão, Suicídio,Terapêutica homeopática,Aurum metallicum.                                                       Médico Homeopata e Geriatra, Professor Assistente de Clínica Homeopática da UniRio, Chefe do Serviço de Homeopatia do IASERJ e Coordenador do Curso de Pós-graduação em Homeopatia do Instituto Hahnemanniano do Brasil.                                                                                                                                                    Este trabalho tem como objetivo indicar o medicamento homeopático mais adequado no tratamento da depressão do idoso a partir da elaboração de uma proposta de dinâmica miasmática, que esteja de acordo com os critérios de similitude homeopática, apoiada por um estudo da literatura específica.                                   DADOS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICOS: De acordo com os dados apresentados pelo CDC e da American Foundation for Suicide Prevention, nos Estados Unidos, cerca de cinco milhões de pessoas por ano requerem tratamento de emergência por tentativas de suicídio e, aproximadamente, trinta e duas mil pessoas morrem anualmente devido ao suicídio consumado. Desse total, 80% dos suicídios são de origem afetiva, sendo a depressão a causa mais freqüente.   A depressão pode variar em gravidade, desde as formas mais brandas às mais severas, e pode estar associada a condições clínicas de ordem orgânica que influenciam na evolução clínica e prognóstica da doença2. Observou-se uma redução significativa na excreção urinária do sódio acompanhada de retenção do sódio sérico em pacientes deprimidos, o que certamente contribuiria para a ocorrência de Hipertensão Arterial                                                                       4. Esses pacientes apresentavam um perfil psicológico que os caracteriza como medrosos, desconfiados, e tensos, além de indicar que se tratam de pessoas que sofreram perdas afetivas.                                                                                                4.1 Certos estudos caracterizam o perfil psicológico de cardiopatas, observando-se comportamentos de hiperatividade e sensação crônica de urgência, ambição e avidez por sucesso comercial, profissional ou político                                                        5.Tais sintomas devem ser analisados semiologicamente. As disfunções da glândula tireóide podem resultar em modificações do estado comportamental e afetivo do paciente.  Além disso, os hormônios tireoidianos potencializam a ação das drogas antidepressivas. Recentemente, demonstrou-se a relação existente entre o hipotireoidismo e a depressão nos idosos. Foram estudados 163 pacientes com mais de 65 anos de idade. Entre os que apresentavam função tireoidiana normal, 18% manifestavam depressão, enquanto 75% dos portadores de hipotireoidismo sofriam da doença.                                                                                                                             A doença de Alzheimer é o distúrbio neurológico mais freqüente na terceira idade. Aproximadamente 40% a 50% dos pacientes acometidos pela doença apresentam humor depressivo e de 10% a 20% sofrem de depressão franca5.A depressão acomete até 40% dos pacientes portadores da doença de Parkinson e pode anteceder as alterações motoras em até vários anos.Ao que tudo indica, a fisiopatologia está relacionada com a depleção dos neurotransmissores dopamina, serotonina e noradrenalina. Na associação da depressão com os distúrbios cognitivos, a Demência pode ser a doença de base, devido ao envelhecimento cerebral com perda progressiva de neurônios ao longo da vida. Os neurotransmissores acetilcolina, dopamina, serotonina, noradrenalina e GABA estão globalmente diminuídos, contribuindo, dessa forma, para o quadro de depressão                                                                                   5. A investigação de patologias associadas à depressão é fundamental a fim de se estabelecer o diagnóstico de depressão primária e sua relação com o suicídio, num claro processo sifilínico.                                                                                         ABORDAGEM HOMEOPÁTICA DA DINÂMICA DO SUICÍDIO                                   Homeopat. Bras. m vol.8 · n02 · 2002 83 A r t i g o d e a t u a l i z a ç ã o                       Segundo o psicoterapeuta pós-Junguiano James Hillman6,“o suicídio é o problema mais alarmante da vida” e pode significar não apenas a destruição do corpo, mas a morte da alma (suicídio simbólico) que precede freqüentemente a materialização do ato e que permite, ao médico homeopata atento, a intervenção preventiva. Quando a história de vida de alguém leva ao desgaste do ego diante da agressão do mundo que o desvalorizou, estrutura-se o chamado ego melancólico no qual são comuns as fantasias suicidas associadas à enorme culpa, a culpa de ter fracassado diante da expectativa da sociedade, levando à destruição culposa,                                                  segundo Knobel 7. Na primeira fase, caracterizada pela culpa por não ser valorizado e a desistência em vivenciar o próprio valor, causando a diminuição da auto-estima, dinamicamente há a oscilação psórico-sifilínica com depressão freqüentemente associada à ansiedade. Com a piora do quadro, o paciente será derrotado. Numa sociedade narcisista, sem espaço para a elaboração profunda do ser para que “cumpra os altos fins da existência”8, sufocado pela primazia da forma sobre a essência, da estética sobre a ética, o indivíduo se frustra, se esvazia e se deprime. A dificuldade do idoso em elaborar as perdas da juventude, do vigor e dos valores sociais, conduzem-no à desvalorização das aquisições da alma 9. Surgem sentimentos internos sombrios, que passam a dominar a psiquê e que, futuramente, tornar-se-ão seu assassino se não forem bloqueados. Na questão do suicídio, deve-se ter em mente que existe sempre uma imagem psicológica sombria, a que Hillman denomina “o assassino interior”. Essa “sombra interior” usará o corpo como instrumento para a concretização de um desejo (ex.: vingança, ódio, orgulho ferido). O desejo do suicídio possui significados e a rubrica repertorial – Disposição Suicida, – participa do todo dinâmico do paciente. O que leva o indivíduo a procurar a morte aniquilando a própria vida? Essa pergunta básica deve ser aprofundada na anamnese homeopática de um paciente deprimido e/ou com tendências suicidas.A busca da “prevenção do suicídio” por meio da terapêutica homeopática associada à psicoterapia deve ser a meta do homeopata. Há uma classificação psicológica homeopática para os diferentes tipos de Disposição Suicida.   Nesta classificação existem, entre outros, o suicídio egoísta, o “altruísta”, o motivado pelo pânico, o do orgulhoso, o causado por crises econômicas, pela culpa religiosa, etc  Há, ainda, o suicídio simbólico, presente naquele paciente que desistiu da vida e, embora não extermine o corpo, determina a morte psicológica, a morte da alma (psiquê). Os pontos relevantes na abordagem homeopática do paciente com tendências comportamentais dinamicamente relacionadas com a Disposição Suicida podem ser esquematizados como se segue. É importante procurar identificar se o paciente está em movimento de auto-sífilis (autodestruição) e/ou de hetero-sífilis (seu objetivo é agredir/destruir a outrem, além de si mesmo). Os sintomas mentais do quadro clínico de depressão com tendência suicida podem ser expressos pelas seguintes rubricas: ANSIEDADE – SUICIDA COM DISPOSIÇÃO; SUICIDA, DISPOSIÇÃO; TRISTEZA, DESÂNIMO, DESENCORAJAMENTO, DEPRESSÃO, A r t i g o d e a t u a l i z a ç ã o Homeopat. Bras. 84 m vol.8 · n02 · 2002 MENTAL,ABATIMENTO,MELANCOLIA – SUICIDA, COM DISPOSIÇÃO; SUICIDA, DISPOSIÇÃO –TRISTEZA,POR; TRISTEZA, DESÂNIMO, DESENCORAJAMENTO, DEPRESSÃO MENTAL,ABATIMENTO,MELANCOLIA, SUICIDA, DISPOSIÇÃO PENSAMENTOS,VONTADE – PERDA, DA; DESESPERO; SUICIDA, DISPOSIÇÃO, DESESPERO, POR: SENSÍVEL, HIPERSENSÍVEL, SUSCETÍVEL, SENTIMENTAL; FASTIO,TÉDIO; TÉDIO DA VIDA; DESENCORAJADO. Como resultado, a repertorização aponta: Medicamentos com maior pontuação: Aur 27/11, Psor 22/10,Merc 21/10, Calc 20/12, Ign 20/10, Nat-m 20/10, Puls 20/9, Nat-s 19/9, Sulph 18/10, Lyc 18/9, Chin 17/10, Staph 17/9,Ars 17/8, Nux-vômica16/9, Rhus-t 16/9, Causticum 15/10.                                                                                           Medicamentos com maior cobertura: Calcarea 12/20,Aur 11/27, Psor 10/22,                Mercúrio 10/21, Ign 10/20, Nat-muriatico 10/20, Suplhur 10/18, Chin 10/17, Caust 10/15, Hep 10/15,Alum 10/14, Com 10/14, Puls 9/20, Nat-s 9/19, Lyc 9/18, Staph 9/17.                                                                                                                                 Quando são repertorizados sintomas que indicam o porquê da disposição suicida:         AMOR – DECEPÇÃO DE – SUICIDA, COM DISPOSIÇÃO; - FÚRIA, RAIVA, SANHA – SUICIDA, COM DISPOSIÇÃO; - SUICIDA, DISPOSIÇÃO ; – ANSIEDADE, POR; – CAMINHANDO AO AR LIVRE;– DESESPERO, POR; – DESESPERO, POR – MISERÁVEL, COM RESPEITO A SUA EXISTÊNCIA;   – DESESPERO, POR – RELIGIOSO; – DORES, POR; – FOME, POR; – GESTAÇÃO, DURANTE;  – HIPOCONDRIA, POR; – ILUSÕES, POR; – MÚSICA, POR; – SAUDADE, POR; – SUSTO,APÓS;   – TRISTEZA, POR; - TRISTEZA, DESÂNIMO, DESENCORAJAMENTO, DEPRESSÃO MENTAL, ABATIMENTO,MELANCOLIA – SUICIDA, COM DISPOSIÇÃO.
Medicamentos com maior pontuação: Aur-m 17/8, Staph 10/4, Sep 8/6, Nat-m 8/4, Hep 7/4, Nat-s 7/3, Psor 7/3, Hyosc 6/4, Merc-aur 6/3, Spig 6/3,Alum 5/4, Calc 5/4, Chin 5/4,Ars 5/3, Nux-v 5/3, Caust 4/4.                                                                              Medicamentos com maior cobertura: Aur-m 17/8, Seo 6/8, Staph 4/10,Nat-m 4/8, Hep 4/7,Hyosc 4/6,Alum 4/5,Calc 4/5, Chin 4/5,Caust 4/4,Graph 4/4, Sulph 4/4, Nat-s 3/7, Psor 3/7,Merc-aur 3/6, Spig 3/6.                                                                                         Ao selecionarem-se os sintomas correlacionados freqüentemente com a disposição suicida:  --ANSIEDADE – SUICIDA, COM DISPOSIÇÃO; - SUICIDA, DISPOSIÇÃO – AFOGAMENTO, POR; TRISTEZA, DESÂNIMO,- DESENCORAJAMENTO, MENTAL,ABATIMENTO,MELANCOLIA – SUICIDA COM DISPOSIÇÃO; - SUICIDA, DISPOSIÇÃO – TRISTEZA, POR; TRISTEZA; - SUICIDA, DISPOSIÇÃO – PENSAMENTOS; -SUICIDA, DISPOSIÇÃO – PENSAMENTOS – MEDITA NA MANEIRA MAIS FÁCIL DE; - VONTADE – PERDA, DA;DESESPERO; SUICIDA, DISPOSIÇÃO – DESESPERO, POR; - SENSÍVEL, HIPERSENSÍVEL; - SUSCETÍVEL; SENTIMENTAL. O seguinte resultado é encontrado:   Medicamentos com maior pontuação: Aur 24/9, Ign 19/9, Psor 19/8, Puls 18/8, Staph 17/9, Nat-m 17/8, Calc 16/9, Sulph 16/9, Nat-s 16/7,Merc 15/7, Hep 14/9, Caust 13/8, Rhus-t 13/7, Lach 13/7, Nux-v 12/7,Ant-c 12/7.                                    Medicamentos com maior cobertura: Aur 9/24, Ign 9/19, Staph 9/17, Calc 9/16, Sulph 9/16, Hep 9/14, Psor 8/19, Puls 8/18, Nat-m 8/17, Caust 8/13, Nat-s 7/16, Merc 7/15, Rhus-t 7/13, Lach 7/13, Nux-v 8/19,Ant 7/12.                                                                         Quando há frustração ou desilusão com o meio, evidencia-se a influência do exterior no interior humano. Por exemplo: pacientes submetidos ao medicamento Nux vômica serão mais atingidos por questões de injustiça ou desonra; já os que foram tratados à base de Aurum metallicum e Natrum muriaticum serão mais vulneráveis às desvalorizações sofridas; aquele que foi tratado com Lycopodium será mais suscetível à perda de poder e, finalmente, os pacientes que utilizaram Calcarea carbonica e Bryonia alba, estarão mais suscetíveis às questões de gravidade econômica, etc. “Do ponto de vista externo, toda morte é simplesmente a morte.”6 Na abordagem profunda, cada disposição suicida apresenta características próprias. Por que o indivíduo escolhe aquele tipo de morte? Na anamnese homeopática, essa informação é relevante na busca do medicamento preventivo. Como o paciente com idéias suicidas pensa em matar-se? Essa maneira de se destruir relaciona-se direta ou indiretamente com o drama psórico do paciente. Os métodos escolhidos para dar fim a sua existência terão similitudes entre os pacientes que foram medicados com Lachesis, e diferirão claramente daqueles que foram submetidos ao tratamento à base de Aurum metallicum, por exemplo. No quadro a seguir, foram selecionados e repertorizados os sintomas que apontam exemplos das diferentes formas de tentativas de suicídio nos diversos medicamentos: Lista dos sintomas mentais escolhidos. (D-diretores):              MEDO,APREENSÃO, PAVOR – SUICÍDIO, DE – FACA, AO VER UMA; SUICIDA, DISPOSIÇÃO; SUICIDA, DISPOSIÇÃO – ATROPELAR POR UM VEÍCULO, DE DEIXAR-SE; SUICIDA,DISPOSIÇÃO – AFOGAMENTO, POR; AMOR, POR DESAPONTAMENTO DE; SUICIDA ,DISPOSIÇÃO – APUNHALAR-SE, POR;  - SUICIDA, DISPOSIÇÃO –ATIRAR COM ARMA DE FOGO, POR; SUICIDA, DISPOSIÇÃO – ATIRAR-SE DE UMA ALTURA, DE; - SUICIDA, DISPOSIÇÃO – ATIRAR-SE DE UMA ALTURA, DE – JANELAS, PELAS – DOR, POR;  - SUICIDA, DISPOSIÇÃO – ATIRAR-SE DE UMA ALTURA, DE – JANELAS, – MEDO, POR: -  SUICIDA, DISPOSIÇÃO – ENFORCAMENTO, POR; - SUICIDA, DISPOSIÇÃO – FACA, COM;-  SUICIDA, DISPOSIÇÃO – FACA, COM – NAVALHA, COM UMA; DISPOSIÇÃO SUICIDA – GÁS, POR; - SUICIDA, DISPOSIÇÃO – INCENDIAR-SE, PARA; -SUICIDA, DISPOSIÇÃO – MACHADO, COM UM; - SUICIDA,DISPOSIÇÃO – VENENO, POR.   Encontrou-se: Medicamentos repertorizados com maior pontuação: Aur 16/8,Ars 15/10, Bell 14/8,Nux-v 9/7, Hyos 8/5, Alum 7/6, Calc 7/4, Lach 6/4, Arg-n 6/4, Puls 6/4, Staph 6/4, Stram 6/4, Hep 5/4, Ign 5/4, Suplh 5/4, Ant-c 5/3.     Medicamentos repertorizados com maior cobertura: Ars 10/15,Aur 8/16, Bell 8/14, Nux-v 7/9, Alum 6/7, Hyos 5/8, Calc 4/7, Lach 4/6, Arg-n 4/6, Puls 4/6, Staph 4/6, Stram 4/6, Hep 4/5, Ign 4/5, Sulph 4/5,Ant-c 3/5.                                                     A TENDÊNCIA SUICIDA EM GERIATRIA                                                                  No paciente idoso, a temática da desvalorização associada à depressão e ao desejo de morrer é freqüente na prática clínica.A sociedade ocidental, infelizmente, associa o valor individual às possibilidades de trabalho, produção e lucro.A juventude é valorizada como padrão hedonista de beleza estética.Tenta-se, a todo custo, evitar o envelhecimento.A velhice não é vista – como outrora e em algumas culturas indígenas e orientais – como fonte de conhecimento, experiência de vida e sabedoria. Sentindo-se desvalorizado pelos referenciais psicossociais que o circundam, com freqüência, o idoso deseja matar-se.A tendência à depressão grave, que pode culminar com o suicídio, gira em torno de 15% dos casos 2,10. Ao fazer a repertorização dos sintomas mais freqüentes na depressão senil, observa-se o Aurum metallicum como o medicamento de maior cobertura e de maior pontuação.                                          Lista dos sintomas mentais escolhidos: (D-diretores) - MENTAL – CANSAÇO – GERAL – VELHICE,NA; - MENTAL – CANSAÇO- VIDA, DA – VELHOS; -  MENTAL – EMBOTAMENTO, LERDEZA, - DIFICULDADE DE PENSAR E COMPREENDER, TORPOR MENTAL – VELHOS, DE; MENTAL – LENTIDÃO – VELHOS, DE; PROSTRAÇÃO DA MENTE, EXAUSTÃO MENTAL, ESGOTAMENTO CEREBRAL –  VELHOS, EM; MENTAL – TRISTEZA, DESÂNIMO, DESENCORAJAMENTO, DEPRESSÃO; - MENTAL– ABATIMENTO,MELANCOLIA – VELHOS, EM; - GENERALIDADES – FRAQUEZA – VELHOS, EM; Homeopat. Bras. m vol.8 · n02 · 2002 87             GENERALIDADES – REAÇÃO – FALTA, DE –  VELHOS, EM; - MENTAL – TRISTEZA, DESÂNIMO, DESENCORAJAMENTO, DEPRESSÃO; MENTAL ABATIMENTO,MELANCOLIA; - MENTAL – TRISTEZA, DESÂNIMO, DESENCORAJAMENTO, DEPRESSÃO; - MENTAL – ABATIMENTO,MELANCOLIA – SUICIDA, COM DISPOSIÇÃO; - MENTAL – SUICIDA, DISPOSIÇÃO; - MENTAL – SUICIDA, -DISPOSIÇÃO –PENSAMENTOS.                                                   Sintomas com maior pontuação na repertorização: Aur 17/8, Com 11/6, Bar-c 11/4, Psor 11/4, Calc 10/7,Amb 8/4, Hep 8/4, Ign 8/4, Phosph 7/4,Aur-m 7/3,Merc 7/3, Nat-m 7/3,            Puls 7/3, Op 6/4,Alum 6/4.                                                          Sintomas com maior cobertura na repertorização: Aur 8/17, Calc 7/10, Com 6/11, Bar-c 4/11, Nat-s 4/11, Psor 4/11,Amb 4/8,Hep 4/8, Ign 4/8, Phosph 4/7,Op 4/6,Alum 4/6, Arg-n 4/5,Naja 4/5,Med 4/4,Aur-m 3/7.                                                           ANÁLISE DOS RESULTADOS . O medicamento Aurum metallicum tem como tema central a questão do valor e a busca do reconhecimento pelo meio11,12,13,14. A repertorização comprova sua indicação como Similimum para esses pacientes.A seguir, apresenta-se um quadro sinóptico sobre a temática da perda do sentimento pessoal de valor e a tendência suicida, sintomas marcantes no medicamento eleito: Depressão no paciente idoso Se a psiquê for coordenada pelos sentimentos elevados de auto-estima e sabedoria diante da vida (arquétipo do Velho Sábio)15,16,17,18, tem-se esquematicamente: Esse é o mecanismo de equilíbrio que o medicamento Simillimum consegue estimular no paciente. O Aurum metallicum, que, segundo Kent19,“não tem mais nenhum amor pela vida,”  tem se revelado de grande utilidade prática no tratamento da depressão senil20, quando muitas vezes o diálogo é dificultado pelo estado deprimido do paciente e o desinteresse em se comunicar com o terapeuta devido à desistência de viver.Quando o Simillimum medicamentoso não pode ser detectado pela anamnese, o Aurum metallicum tem se mostrado na prática clínica, um excelente similar21,22.                                                                                            CONCLUSÃO: Durante a anamnese homeopática, deve-se avaliar a desistência/capacidade de destruição sifilínica em relação à busca existencial do paciente – por que desistiu de cumprir os “altos fins de sua existência?”, no dizer de Hahnemann. Que lugar resta na vida para esta alma individual que busca aniquilar sua existência?.                                                                                                                  Fatores Bio-Psicossociais: A desvalorização do Idoso nas Sociedades Ocidentais      Tema do VALOR Aurum metallicum: Tristeza – Depressão em idosos. Suicídio O Arquétipo do Velho Sábio (Jung)                                                                                      O Valor do Idoso Sábio. Alegria: Valor. Vontade de viver                                                 A r t i g o d e a t u a l i z a ç ã o Homeopat. Bras. 88 m vol.8 · n02 · 2002                     De acordo com Hillman6, o comportamento humano é compreensível porque possui um significado interior. Esse significado em Homeopatia é a psora – a ferida profunda originada pelo afastamento voluntário de Deus. Para perceber o interior do paciente em sofrimento depressivo é necessário a compreensão que se baseia na simpatia, participação e aprofundamento. Para estudar a Disposição Suicida de um paciente é preciso adentrar sua personalidade consciente e inconsciente (sonhos, fantasias, delírios, etc.), buscando encontrar os sintomas homeopáticos que apontarão o medicamento correto. Sendo o suicídio, em geral, a tentativa de mudar de uma situação (vida) para outra (morte) como uma saída para fugir da “dor do mundo” (sofrimento psórico), a prescrição do medicamento Simillimum ao quadro aplacará a base do sofrimento existencial (psora), aumentará o nível de tolerância do indivíduo aos problemas, frustrações e perdas do cotidiano, equilibrando sua energia vital a fim de que “ele possa cumprir os altos fins de sua existência.”  Muitas vezes o terapeuta pode transferir o paciente de uma situação de depressão e crise suicida para o reequilíbrio, fazendo-o retornar à vida da alma, à construção de seu ser no mundo.A experiência clínica vem revelando o valor da correta prescrição homeopática. Citando a palavras de Leon Denis23, concluise :“A alma humana deve conquistar, um por um, todos os elementos, todos os atributos de sua grandiosidade, de seu poder, de sua felicidade. É indispensável a luta para tornar possível o triunfo interior e fazer surgir o herói. Fazendo conhecer os efeitos da lei de responsabilidade, demonstrando que as conseqüências de nossos atos recaem sobre nós, gradativamente conformaremos nosso proceder com esta lei e realizaremos nossas vidas baseados na justiça, na bondade e na solidariedade”.                                                                                                              CITAÇÃO DE CASOS CLÍNICOS TRATADOS COM AURUM METALLICUM              Primeiro caso: M.S.E.O. – 69 anos, sexo feminino, casada. Queixa principal: Desânimo. Compareceu à consulta acompanhada da filha. Há mais ou menos dois meses manifesta quadro de tristeza, desânimo, sem vontade de falar nada. Piorou muito no último mês. Sempre foi uma pessoa ativa, trabalhava muito, gostava de sair, viajar e cuidar dos netos. Possui uma casa na montanha, com um quintal muito grande; na frente da casa cultiva um jardim de hortênsias e, atrás, uma horta sempre verdejante. Férias e finais de semana sempre lhe foram muito agradáveis. Há dois anos passa por alguns episódios de tristeza, porém logo apresenta melhora. Cuida das plantas, procura sair e melhorar o humor. Porém, ultimamente a tristeza está se aprofundando, perdeu a vontade de sair, a horta está cheia de ervas, não tem mais “pique” para cuidar dela. O jardim tem andado largado. Não tem mais vontade de cuidar de nada.A casa, por vezes, fica desarrumada e os recipientes nos quais colocava água com açúcar para os colibris estão pretos. Quase não tem vontade de subir para a casa que tanto adorava. Diz que está sem ânimo. Os filhos já estão criados, os netos são adorados, mas acha que muita coisa ainda teria que ser feita.Tem um bom casamento, porém o marido também já é idoso, fica muito quieto, quase não conversa mais com ela. Ela sabe que precisa cuidar dele, pois sua memória não está.                                                                                                                          Segundo caso: P.S.A.C. – 68 anos, sexo masculino, brasileiro, católico, viúvo e aposentado.* Queixa principal: Desânimo. Paciente idoso, veio à consulta acompanhado de sua filha solteira com quem reside.Tem mais dois filhos casados e cinco netos. Há aproximadamente um ano apresenta quadro de depressão, desânimo e sem vontade de falar. Sempre foi ativo, trabalhava com muita disposição.Mesmo após ter se aposentado continuou a exercer muitas atividades. Ficou viúvo há cerca de um ano. Era muito ligado à esposa que faleceu em decorrência de doença neoplásica. Desde essa época, entrou num quadro depressivo, embora muitas vezes tente dar a volta por cima. Se alguém tenta consolálo, fica extremamente chateado. É muito sensível. Fica horrorizado quando ouve ou presencia cenas tristes e que revelem sofrimento. Depois que a mulher faleceu vive “amuado”, embora continue fazendo as coisas.Adora comer, sente-se bem quando se alimenta. É muito guloso.A fome o desconcerta, fica alterado. Diz que seu único prazer na vida é a comida. Refere-se a sua morte dizendo que esta lhe traria grande satisfação. Diz que só vale a pena pensar na esposa, apesar de já ter se passado um ano sem seu convívio. Sente muitas saudades de sua boa relação com ela. Só se reporta ao tempo em que eram felizes. Chora muito, principalmente à noite em seu quarto. A filha diz que ele é muito afetivo, algumas vezes o vê alegre e sorridente como antes. Sai para fazer compras, caminhar, e se há algo a fazer, isso o faz sentir-se muito melhor.Adora música. Compra muitos CDs de música clássica, seresta e MPB, pois sente-se muito bem ouvindo música boa. Além disso, ele é guloso e não pode sair da dieta.Acha que deveria ter construído mais coisas na vida, não sabe exatamente o quê, mas acha que ficou faltando algo que a deixaria feliz. Talvez tivesse que ter bens para garantir que todos os filhos ficarão em boas condições. Possui dois irmãos idosos que não estão em boa situação financeira, embora vivam bem e nada lhes falte. Preocupa-se muito com uma das filhas que não dispõe de boa condição financeira e por isso queixa-se muito. Acha que já não tem mais o que fazer na vida. Já viveu e trabalhou muito. A vida não tem mais interesse.Talvez, se morresse, tudo seria mais prazeroso; se tudo acabasse, seria melhor. A filha que a trouxe a estima muito, leva-a ao cinema, para assistir a shows e em viagens. Mas ela sempre está chorando.Tudo é motivo para choro. Não quer mais ir para a casa de campo, pois os netos já estão adolescentes e preferem ficar no Rio. Lá não há muito a oferecer a eles. É hipertensa, faz tratamento com um médico cardiologista há 10 anos e a pressão se mantém sob controle. Já sofreu alguns episódios de angina noturna, uma certa dificuldade de respirar (sem patologia orgânica), como se o pulmão estivesse fraco. No último Natal, passou o tempo todo trancada no quarto, de camisola. Em nenhum momento, se animou a sair.Os filhos não puderam estar com ela nessa data. Agora vive triste, sem vontade de se alimentar.Toma banho forçada e dorme até tarde. “Não presto mais para nada.” Exame Físico: Hipertensão Arterial (165x105). ACV: RCR, 3 T (B4)                             Exames Complementares: ECG com HVE. Restante sem anormalidades.                       Homeopat. Bras. m vol.8 · n02 · 2002 89                                                                     Este caso constou da Prova de Titulo de Especialista em Homeopatia da AMHB, em 2000.   É religioso, vai à missa todos os domingos e, às segundas-feiras, acende velas para a mulher. Reza muito, faz parte de um grupo de orações. Já pensou várias vezes em dar cabo da vida, mas só não o fez por temer o ajuste de “contas”. À noite, quando fica no quarto, só quer ouvir música e ver televisão, a fim de afastar o desejo de morrer. Detesta a noite, pois a solidão faz com que a vontade de morrer piore. Sente-se muito entediado, embora faça muitas coisas. Nada o completa ou satisfaz. Queixa-se muito da memória. Às vezes, quer se lembrar das coisas e as idéias lhe fogem, mas costuma ir à rua e não se perder, bem como não tem dificuldades com dinheiro. Faz compras, embora tenha que levar uma lista, passa cheque corretamente e realiza quaisquer transações com dinheiro sem problemas.                                                    Lembra-se muito bem das pessoas e dos fatos passados. Às vezes, mostra-se muito medroso.   Fica com receio de sair de casa, diz que não quer enfrentar as pessoas por temê-las.   Sente-se angustiado e logo o coração começa a bater mais rápido ou o medo parece vir do coração. É muito responsável e se deixa de cumprir algum compromisso, fica com muito medo de ter falhado nesse aspecto.Acha que por isso freqüenta tanto a igreja. Há mais de oito meses está em tratamento sob a orientação de um especialista por ter apresentado hipertensão arterial, aumento do colesterol e de triglicerídeos e por seu peso ter aumentado de 78Kg para 95Kg. Atualmente, a pressão está “controlada”. Sofreu três episódios de dor precordial. À noite, sente muitas dores no peito. Dor em pontada que o obriga a tomar medicamentos para amenizá-la. Às vezes, a dor é como se estivesse apertando o coração, fica difícil de respirar, falta-lhe o ar, parece que vai morrer. Durante a taquicardia apresenta dispnéia, principalmente, inspiratória. Às vezes apresenta dificuldade para dormir, pois começa a tossir. A tosse freqüentemente dura toda a noite, parecendo tosse de “cachorro”.  O que mais preocupa os filhos é a tristeza, a falta de vontade de viver, o desânimo e a fraqueza. Termina a consulta com a seguinte frase: “Acho que já não tenho mais nada na vida. Já vivi muito, já trabalhei muito. A vida não me interessa mais. Talvez se eu morresse tudo seria mais alegre. Se tudo isso acabasse, seria melhor para mim, para os meus filhos e netos.”                                                           Exame físico: Paciente obeso, hidratado e corado. Ausculta cardíaca regular em três tempos, galope pré-sistólico. Pulso 78 bpm. Pressão arterial: 145/95mmHg. Pulmões: SMS Abdome: Aumentado globalmente pela obesidade, sem massa ou visceromegalias à palpação.  MMII: Sinais discretos de insuficiência venosa, estase e hiperpigmentação em terço inferior das pernas. Exames complementares que trouxe: Hemograma: NormalBioquímica: Glicose 115 mg/Dl;Uréia – 38 mg.;  Triglicerídeos – 235 mg; Colesterol total – 260 mg/d; VLDL – 48 mg; LDL – 160 mg; HDL – 52 mg; - Ácido úrico – 5,9;Triodotiroxina (T3) – 10; - tiroxina (T4) – 7,8. - PSA: 1,8 ng/mL - ECG: HVE - RX Tórax: Normal  -- Fezes: Normal -- Urina: Piócitos 2 por campo e hemácias 1 por campo. Solicitado parecer oftalmológico (fundo de olho para avaliação da melhora progressiva dos sintomas mentais, físicos e dos parâmetros clínicos e laboratoriais).                                                                                                           2. OPAS/OMS. Saúde mental nova concepção. In: Relatório sobre a saúde no mundo. 2000. 3. ROUDINESCO, E. Por que a psicanálise: a sociedade depressiva e a derrota do sujeito. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000.  4. GUS,M. Depressão e hipertensão arterial essencial. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, maio/ago., 1980.-- 5. FRÁGUAS, P. R., FIGUEIRÓ, J.A. B. Depressões em medicina interna. São Paulo: Ed.Ateneu, 2001.  -- 6. HILLMAN, J. Suicídio e alma. 2. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1993.                                                                                7. CASSAROLA, R. (Coord.). Do suicídio: sobre a morte, o morrer e o suicídio. 25. ed. [S.l.]: Ed. Papirus, 1998.  8. HAHNEMANN, S. Organon. New Delhi: B. Jain Publisher, 1980.  --9. SODERLUND, J. Uma escuta atenta da depressão: uma tarde com James Killman. [19--].  10. MANUAL de diagnóstico e estatísticas das doenças mentais. DMS- IV R. 3. ed.11. HAHNEMANN, S.Matéria médica pura. New Delhi: B. Jain Publisher, 1980.     --12. HAHNEMANN, S. The cronic diseases. New Delhi: B. Jain Publisher, 1980.  --13. ALLEN,T. The guiding symptoms of our materia medica. New Delhi: B Jain Publishers, 1980.  -- 14. HERING, C. The guiding symptoms of our materia medica. New Delhi: B. Jain Publishers, 1980. -- 15. JUNG, C. G.Memórias, sonhos e reflexões. 7. ed. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1975. -- 16. VON FRANZ,M. L. Alquimia: introdução ao simbolismo e à psicologia. 3. ed. São Paulo: Cultrix, 1993. 17. WHITMONT. A busca do símbolo: conceitos básicos de psicologia analítica. São Paulo: Cultrix, 1990. 18. WHITMONT, E. C. Psiquê e substâncias: a homeopatia à luz da psicologia Junguiana. São Paulo: Summus Editorial, 1989. 225 p.-  19. KENT, J.T.Materia medica. Buenos Aires: Ed.Albatroz, 1987.                             20. DENIS, L. O problema do ser, do destino e da dor. Rio de Janeiro: Editora FEB-Rio, 1982.       21. RIBEIRO FILHO,A. Novo Repertório de sintomas homeopáticos. São Paulo: Robe Editorial, 1996.  22. HOMEODATA: programa homeopático informatizado.   Endereço para correspondência:  - IHB – Rua Frei Caneca, 94/2o andar – Centro – RJ    e-mail: revista@ihb.org.br             
         Nobres leitores (as) eu estou estudando Capelania hospitalar numa Universidade, e este material faz parte do curricullum do curso de capelania; e com permissão do professor de Bioética o Prof. Ednilson Reis e capelão do hospital Universitario e do corpo de bombeiros de MS, eu quero dividir com vocês esta matéria que é de Suma importância. A Homeopatia funciona sim também nestes casos, e com resultados excelentes. Na Homeopatia os medicamentos não te viciarão; você pode tomar por um longo período, sem te agredir física e mentalmente. Eu não sou médico, mas conheço um pouco do tratamento em homeopatia, pois inha esposa está sendo tratada, e com bons resultados terapêuticos. Se você tiver algum caso na família, procure um médico homeopata que ele ira lhe ajudar, não despreze o tratamento homeopático; pois ele funciona sim. É mais lendo, mas o resultado irá te surpreender.
Esta pesquisa foi feita por José Carlos Ribeiro, formado em capelania hospitalar pela UFMS, tendo como prof. O capelão e professor de bioética, Ednilson Reis.
Campo Grande  MS, 23 de outubro de 2014                                                                                               





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