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Bíblia Sagrada: comentada por José Carlos Ribeiro Cap. 04: comentário nas cartas de Corintios.

Bíblia Sagrada: comentada por José Carlos Ribeiro também em Inglês, grego e hebraico   
     Cap. 04: comentário nas cartas de Corintios.                                   
A CIDADE DE CORINTO – GRÉCIA
Localização: As quatro cidades mais importantes do Império Romano eram: Roma, Corinto, Éfeso e Antioquia da Síria. Portanto, Corinto era célebre. A cidade localizava-se em um istmo, que é uma porção de terra que liga uma península ao continente. Possuía dois portos. Assim, além de ser a única passagem por terra entre o norte e o sul da Grécia, era também passagem entre a Ásia, a Palestina e a Itália.
Os navegantes poderiam dar a volta pelo sul da península. Porém, o mar na região era muito tempestuoso. Corinto era então um corredor de mercadorias. Além disso, suas terras eram férteis. A cidade era rica e tinha localização estratégica no cenário mundial.
História: Corinto grega
No auge da civilização grega, Corinto já ocupava lugar de destaque. Em 146 a.C., a cidade foi destruída pelo cônsul romano Mummius.
Corinto romana. Devido à sua posição estratégica, a cidade foi reconstruída em 46 a.C. por Júlio César, tornando-se capital da Província Romana da Acaia. A nova Corinto possuía ruas amplas, praças, templos (Netuno, Apolo, etc), estádio (I Cor.9.24), teatros, estátuas, e o santuário de mármore branco e azul (Rostra), onde se pronunciavam discursos e sentenças.
A idolatria de Corinto. A idolatria fazia parte da cultura grega com seus inúmeros deuses mitológicos. Ao sul de Corinto Ali estava o templo de Afrodite, também chamada Astarte, Vênus ou Vésper, – deusa do amor e da fertilidade.
A corrupção de Corinto. Os cultos a Afrodite incluíam ritos sexuais realizados por 1000 sacerdotisas, ou seja, prostitutas cultuais. O fato de ser cidade portuária contribuía para que umas séries de problemas se estabelecessem. Muitos viajantes que por ali passavam se entregavam à prostituição e à prática de outros delitos. O fato de estarem de passagem criava uma sensação de impunidade, o que de fato se concretizava normalmente. Estes e outros fatores contribuíam para uma corrupção generalizada na cidade.
História recente. A cidade de Corinto foi destruída por um grande terremoto em 1858. Em seguida foi reconstruída a 6 km do local anterior. Escavações na cidade antiga permitiram diversas descobertas arqueológicas, tais como monumentos, imagens e ruínas de casas, templos e palácios.
A IGREJA EM CORINTO. A igreja em Corinto foi fundada pelo apóstolo Paulo durante sua 2a viagem missionária, entre os anos 50 e 52 d.C. Ali, Paulo permaneceu durante dezoito meses (At.18.1-8). A igreja era composta por judeus e gentios. Entre seus membros havia ricos e pobres, inclusive escravos.
AS EPÍSTOLAS AOS CORÍNTIOS. Em nossas bíblias, temos duas epístolas de Paulo aos Coríntios. Entretanto, sabemos que elas seriam pelo menos três. Em I Cor.5.9, Paulo se refere a uma carta anterior, a qual não chegou às nossas mãos. Em II Cor. 7.8 existe referência à outra carta que pode ser I Coríntios. Alguns comentaristas sugerem que a carta mencionada em II Cor.7.8, seja uma outra epístola. Nesse caso, teríamos quatro epístolas. Trabalhando ainda com hipóteses, sugere-se que essa epístola corresponda aos capítulos 10 a 13 de II Coríntios, os quais poderiam ter sido ali agrupados posteriormente.
Temos então o seguinte esquema:
1a carta - desaparecida - existência garantida por I Cor.5.9
2a carta - é a que chamamos I Coríntios.
3a carta - desaparecida – existência hipotética.
4a carta – é a que chamamos II Coríntios.
A PRIMEIRA EPÍSTOLA DE PAULO AOS CORÍNTIOS: Autor: Paulo (1.1)  Escritor: Sóstenes (1.1)
Data: 56 d.C.   Local: Éfeso (16.8)
Texto chave: 5.7
Principais motivos da carta.  Nessa epístola, Paulo não expõe os fundamentos do evangelho, como fez na carta aos Romanos. Afinal, ele já estivera doutrinando os coríntios pessoalmente durante um ano e meio. Paulo escreveu àquela igreja depois de receber uma carta com perguntas dos coríntios (I Cor. 7.1; 8.1-13) e a visita de pessoas que vieram trazendo más notícias (1.11; 16.17). Os problemas dos coríntios eram muitos. Em destaque estavam a divisão e a imoralidade.
Divisão na igreja. Logo que Paulo saiu de Corinto, após ter fundado a igreja, Apolo chegou e deu prosseguimento ao trabalho (At.18.24-28). Como disse o apóstolo: "Eu plantei, Apolo regou.." (I Cor.3.6). Sua obra foi importante e digna de reconhecimento. Ele era homem eloquente e conseguiu conquistar a simpatia de muitos coríntios. Ao que parece, os irmãos ficaram impressionados com a pessoa de Apolo e começaram a fazer comparações com Paulo, que talvez não falasse tão bem. (I Cor.2.1-5; II Cor. 10.10). Muitos chegaram a desprezar o apóstolo Paulo, questionando sua autoridade e seu ministério. (I Cor.1.11-14). Formaram-se então partidos dentro da igreja: os de Paulo, os de Apolo, os de Cefas (Pedro em Aramaico) e os de Cristo (I Cor.1.12). Não sabemos se Pedro esteve pessoalmente em Corinto. Pode ser que sim. De qualquer forma, é mais provável que o nome de Pedro tenha sido levado por judeus cristãos que vieram de Jerusalém. Talvez esse grupo corresponda aos judaizantes que tantos problemas criaram para Paulo. O fato de alguns se intitularem "de Cristo" pode ter sentido positivo ou negativo. Isso poderia significar uma consagração maior, uma rejeição ao partidarismo, mas pode também indicar independência, rejeição a todo tipo de liderança e uma manifestação "orgulho espiritual". Conquanto não possamos tirar conclusões sobre isso na primeira epístola, o texto de II Cor. 10.7 parece mostrar que aqueles que se diziam "de Cristo" eram os mais problemáticos.
Influências da cidade. Como vimos, a cidade de Corinto estava dominada pela idolatria, pela imoralidade e pela corrupção generalizada. Tais fatores estavam "batendo à porta da igreja". Em Corinto, as influências da cidade estavam fazendo apodrecer a igreja. Os costumes pagãos estavam influenciando até mesmo a desorganização dos cultos.
A carnalidade dos cristãos coríntios. A influência externa só produz resultado quando encontra receptividade interna. A carnalidade daqueles cristãos era a porta aberta para os males externos.
                Assim, surgiam diversos problemas na vida da igreja.
No capítulo 2, Paulo fala sobre o "homem natural" (v.14) e o "homem espiritual" (v.15). O homem natural é o ímpio. O espiritual é o cristão controlado pelo Espírito Santo.
No capítulo 3, verso 1, o autor se refere ao "homem carnal". Carnalidade é o modo de vida de acordo com os desejos descontrolados da natureza pecaminosa. O homem carnal é o crente sem o controle do Espírito Santo. Sua vida se torna semelhante à do homem natural, onde o domínio do pecado é visto com naturalidade.
Especificando as influências. Na sequência, procuraremos expor o "pano de fundo" dos problemas da igreja de Corinto. Vários elementos estavam contribuindo para aquela situação de caos.
         A epístola apresenta o esforço de Paulo para colocar as coisas em seus devidos lugares. Muitas delas deveriam ser colocadas para fora da igreja. Religião e imoralidade (I Cor.5.1; 6.15-18; 7.2) A cultura de Corinto misturava religião e imoralidade. Além disso, a vida passada (6.9-11) de muitos daqueles irmãos constituía um ponto fraco, motivo pelo qual alguns (ou muitos?) se deixaram levar pelos pecados sexuais. Paulo deixa bem claro que essa mistura não poderia existir dentro da igreja. O padrão de religiosidade da cidade não servia para os cristãos. O caso mais grave está relatado no capítulo 5: um homem da igreja havia cometido incesto com a sua madrasta. O apóstolo aconselhou que o mesmo fosse expulso da igreja. Em casos assim, muitos poderiam apelar para a tolerância, o amor, etc. Contudo, a impunidade seria um forte incentivo para que outros se deixassem levar por pecados semelhantes. A exclusão precisava ser feita. Posteriormente, o irmão poderia ser readmitido na congregação, como parece ter ocorrido (II Cor.2).
A imoralidade de Corinto acabava por desvalorizar o casamento. Por isso, Paulo lhes dá diversas orientações no sentido de que o casamento fosse visto como uma instituição divina.
           Embora o apóstolo afirme que é melhor estar solteiro para servir a Deus, ele também deixa claro seu conselho no sentido de que os casados não se separem. O casamento é colocado como um importante antídoto contra a imoralidade. O problema sexual deturpava também o conceito de amor. Afrodite era considerada a deusa do amor e este possuía uma conotação principalmente sexual. Desse contexto grego vem à palavra "erotismo", que é derivada do nome "Eros", um deus da mitologia. Paulo parece estar preocupado com essa questão quando dedica o capítulo 13 ao amor. Ele quer formar um conceito correto a respeito do amor, mostrando o que ele é e o que ele não é.  Religião e ordem no culto (I Cor.14.23,26-35)    A desordem pagã e a ordem cristã. Sabendo que o culto a Afrodite era uma orgia, deduzimos que ali não se encontravam ideais de reverência, ordem, decência e organização. Os cultos da igreja, embora não incluíssem práticas sexuais, estavam bastante tumultuados. Paulo escreveu então, procurando estabelecer princípios que pudessem regulamentar as reuniões da igreja. Por isso ele diz para que se evite o falar em línguas sem interpretação.  E quando houver que não se manifestem mais do que três profetas.
          Aconselha que as mulheres fiquem caladas durante o culto e que guardem as perguntas para seus maridos em casa. Entendemos que Paulo não pretendia criar uma "camisa de força" para nós, como se estivesse ditando um conjunto de "leis eclesiásticas". Tais orientações foram assim radicais pois a situação dos coríntios era grave. De tudo isso, precisamos guardar os princípios de ordem, decência, reverência e que só se faça no culto aquilo que puder promover a edificação da igreja.
Religião e comportamento feminino. Por que será que Paulo foi tão rigoroso em relação às mulheres cristãs? Lembremo-nos de que as mulheres ocupavam lugar de proeminência na religião pagã de Corinto. A principal divindade era uma deusa. As mulheres oficiavam os cultos a Afrodite. Eram 1000 sacerdotisas que se prostituíam no templo. Além disso, as prostitutas proliferavam-se pela cidade. Comentaristas nos informam que, quando uma mulher usava o véu, isso significava que ela estava submissa a um homem, quer seja seu marido, seu pai ou um parente responsável. Quando se via uma mulher sem véu e com o cabelo tosquiado ou mesmo raspado, já se deduzia que a mesma estava totalmente disponível. Essa era a maneira como as prostitutas eram identificadas. Sendo assim, as mulheres cristãs precisavam agir com modéstia, precisavam usar o véu e manter seus cabelos compridos. Nos cultos não lhes seria dado lugar de destaque ou liderança. Não se poderia deixar que o estilo pagão de culto influenciasse a igreja. O uso do véu era importante naquele contexto cultural. Deixar de usá-lo naqueles dias seria motivo de mal testemunho ou escândalo. Então, era prudente que as mulheres cristãs usassem o véu. Podemos comparar isto ao uso da aliança hoje como sinal de compromisso matrimonial. Se o homem casado ou a mulher casada deixam de usar aliança, não estarão desobedecendo a um mandamento bíblico específico, mas estará levantando suspeitas e maus juízos, o que não é edificante para o cristão nem para o evangelho.
Reforça-se então a necessidade que temos de extrair os princípios que tais passagens nos trazem e não sua aplicação literal. Paulo está ensinando o uso do bom senso em relação aos costumes culturais e também está orientando sobre a autoridade do homem sobre a esposa.
Religião e alimentação (I Cor.8.10; 10.27). Assim como ocorria no judaísmo, os sacrifícios de animais eram comuns em diversas religiões. Parte do animal era queimada sobre o altar. Outra parte era servida aos ofertantes, sacerdotes e convidados. Eram, portanto, frequentes as refeições nos templos pagãos.
Desta influência surgiram dois problemas para a igreja:
1 – Os cristãos realizavam refeições na igreja em ambiente tumultuado e chamavam isso de ceia do Senhor. Os ricos levavam grande quantidade de comida e bebida para a igreja. Chegavam até a ficar embriagados (I Cor.11.20-22). Enquanto isso, os irmãos pobres muitas vezes não tinham o que levar. Isso se tornava então uma situação constrangedora e humilhante. Por isso, Paulo perguntou: "Não tendes, porventura, casas onde comer e beber?" As reuniões da igreja não podiam reproduzir as refeições dos templos pagãos. Então, o comer e beber?" As reuniões da igreja não podiam reproduzir as refeições dos templos pagãos.
      Então, o apóstolo orienta como deve ser a ceia do Senhor: com reverência, ordem e santidade
(I Cor.11.23-34).  2 – Outro problema é que as refeições nos templos pagãos eram acontecimentos sociais e, eventualmente, os cristãos poderiam ser convidados para participar. Estariam então diante de um alimento sacrificado aos ídolos. Paulo diz que, já que o ídolo é nada, é uma ilusão, então a carne sacrificada é como outra carne qualquer. Ali não existe nenhuma maldição nem contaminação. Porém, se um cristão, que antes adorava naquele templo pagão, vê um irmão comendo ali a carne do sacrifício, ele pode se sentir tentado a voltar à sua prática antiga. Cria-se então uma situação de tropeço e confusão. Se a participação em tais refeições pode se tornar motivo de escândalo, então é melhor evitá-las (I Cor. 8). Ele diz também que o cristão não pode participar da mesa do Senhor (ceia) e da mesa dos demônios (refeições pagãs). Muitas vezes, a carne desses animais sacrificados ia parar até nos mercados. Sobre isso, Paulo diz que o cristão deveria comprar sem preocupação (10.25). Não deveria nem perguntar sobre a origem da carne.
Da mesma forma, se o cristão fosse almoçar na casa de um ímpio, deveria comer de tudo sem perguntar (10.27). Entretanto, se o anfitrião dissesse que aquela carne era de um sacrifício aos ídolos, o cristão deveria recusá-la, não por causa do ídolo ou por causa do animal, mas porque o comer poderia ser interpretado como participação na idolatria ou, no mínimo, aprovação (10.28).
Religião e Filosofia Se, naquele tempo, a filosofia grega era influente em todo o mundo, quanto mais em Corinto, que estava na Grécia. A filosofia clássica se caracteriza pela interpretação humana da realidade. Tal pensamento formou e ainda forma muitos conceitos que são geralmente aceitos como verdade.  As palavras de Paulo nos fazem entender que os coríntios possuíam conceitos distorcidos sobre o amor, a liberdade e a sabedoria. Muitas vezes, a filosofia é utilizada para montar justificativas para o pecado.  Os gregos eram orgulhosos por seu conhecimento filosófico. O apóstolo se esmera por mostrar que o entendimento humano é loucura. Ele procura mostrar o verdadeiro sentido do amor, da liberdade, da sabedoria, etc.. No texto que vai de 1.18 a 2.16, Paulo confronta a sabedoria humana com a sabedoria divina. Estava em alta o pensamento gnóstico, o qual supervalorizava o conhecimento, associando-o à salvação humana. A ciência tomava ares de virtude espiritual. Além de enfatizar a sabedoria divina contra a sabedoria humana, Paulo também afirma: "A ciência incha, mas o amor edifica" (I Cor.8.1).
A matéria era vista pelos gnósticos como maligna. Daí surgem várias heresias: Se a matéria é má, o casamento também. Paulo combate essa ideia em I Cor. 7.5.
A ressurreição do corpo era vista como "materialista". Por isso Paulo expõe e defende a doutrina da ressurreição no capítulo 15.  Enquanto que alguns gnósticos, diante da suposta malignidade da matéria, optavam pelo ascetismo, ou seja, pela negação dos desejos sexuais e a total abstinência, outros, combinando gnosticismo e cristianismo, julgavam-se protegidos contra todos os males e, assim, podiam, supostamente, se entregar aos desejos sem restrições. Conhecimento, liberdade e amor eram elementos mal interpretados, mal colocados e mal valorizados em Corinto. Isso veio a causar uma série de problemas na igreja.                                                                                                             Alguns julgavam que a liberdade cristã lhes dava direito de fazer tudo, quer seja a participação nas refeições dos templos pagãos ou mesmo a união carnal com as meretrizes.
   Paulo se posiciona contra todas essas variações da influência filosófica e da falsa interpretação do cristianismo. Assim, ele condena a libertinagem sexual, ao mesmo tempo em que defende a legitimidade do sexo dentro do matrimônio (I Cor. 6.15-16 e I Cor.7). A liberdade cristã é, de fato, ampla. Contudo, o amor é o seu parâmetro maior. Assim, se, no uso da nossa liberdade, ultrapassamos os limites do amor a Deus e ao próximo, saímos da liberdade cristã e entramos nos domínios do pecado.
Por isso, Paulo diz: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm." (I Cor.10.23). "Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros de meretriz? Não, por certo" (I Cor.6.15). Ao usar a expressão "não sabeis", fica evidente a questão do conhecimento. Os coríntios sabiam muita coisa, mas era urgente que soubessem sob o ponto de vista de Deus, conforme Paulo estava procurando expor. Com relação aos alimentos sacrificados aos ídolos, Paulo deixa claro que a liberdade cristã, em princípio, nos permitiria participar deles, uma vez que o ídolo é uma ilusão. Entretanto, vêm novamente à tona as questões do amor. Se tal exercício extremo da liberdade for causar escândalo ao próximo, ou ao irmão, então o amor não estaria operando. "Ninguém busque o proveito próprio, antes cada um o que é de outrem." (I Cor.10.24).
A solução. Paulo lembra aos coríntios que Jesus é o fundamento de suas vidas. Entretanto, sobre esse fundamento, estava sendo utilizado material estranho para a construção. Entra aí a questão da responsabilidade dos líderes eclesiásticos. Não sabemos quem liderava a igreja em Corinto. Ao que tudo indica, faltava ali uma liderança forte que conseguisse conduzir a igreja. Vemos que a mesma estava dividida em grupos. Certamente, havia líderes, mas estes não estavam conseguindo uma coesão entre si e entre os membros da igreja. Paulo precisou enviar Timóteo (I Cor.4.17; 16.10). Ele insistiu para que Apolo fosse até lá, mas isso não foi possível (I Cor.16.12).
O apóstolo chama a atenção da igreja para o seu fundamento: Cristo (I Cor.3.11). Ele é também a solução para todas aquelas questões e problemas. A edificação precisa ser coerente com o alicerce.
 O nosso desenvolvimento na fé precisa utilizar doutrinas e conceitos coerentes com a pessoa e o ensino de Cristo. Ele apresenta Jesus como a sabedoria de Deus, justiça, santificação e redenção (1.30).  Esses elementos precisam estar combinados na vida do cristão: sabedoria, justiça, santificação e redenção. A sabedoria humana não produz a justiça divina na vida do homem. O conhecimento humano não se vincula à santificação e, muitas vezes, abona o pecado. O resultado de tudo isso jamais será redenção, mas sim perdição. A filosofia como material de edificação da igreja não lhe daria firmeza. Pelo contrário, causaria sua queda e ruína. Paulo apela para a lembrança da história de Israel no capítulo 10.1-13. Seu objetivo era mostrar que, embora aquele povo tenha saído do Egito sob a poderosa manifestação do poder de Deus, pereceu depois no deserto pelo fato de ter se deixado levar por tentações diversas. Fica então traçado um paralelo dessa narrativa com a experiência dos coríntios, aos quais o apóstolo adverte contra os riscos de fracasso na fé (10.12). --Macro divisão da carta - Purificação da igreja (1.1 a 11.34); - Orientação doutrinária (12.1 a 16.24).
ESBOÇO (I COR.) I – Saudação – 1.1-9
 II – Necessidade de purificação da igreja – 1.10-31. è Divisões.  è Culto ao homem.  è Glória pela sabedoria humana.
III – Exemplo de Paulo – 2.1-16.  Sabedoria humana x sabedoria divina.  è IV – Divisão: imaturidade e carnalidade – 3.1-4.  è V – Os ministros na igreja – 3.5 a 4.21.  è Quem são? 3.5  è Como agricultores – 3.6-8.è  Colaboradores – 3.10. è Edificadores – 3.10. è Despenseiros – 4.1. è Ministros (servos) – 4.1.  Sofredores! – 4.9-13 (Paulo se refere aos ministros como: últimos, condenados, espetáculo, loucos, fracos, desprezíveis. Esta seria a visão do mundo a respeito deles). è Exemplo para a igreja – 4.16.
VI – O dever de purificar a igreja – 5.1 a 6.20. è Da imoralidade – 5.1-13; 6.9-20. èDos litígios entre irmãos – 6.1-8.  è VII – O casamento e a vida cristã – 7.1-40.  è VIII – A liberdade e o amor (liberdade com responsabilidade) – 8.1-13.  èIX – O exemplo de renúncia de Paulo – 9.1-27.  è X – Exemplos da história de Israel. Riscos para a igreja. 10.1-15.  è XI A mesa do Senhor e a mesa dos demônios. 10.16-21.
A idolatria e as relações sociais. è XII – A liberdade e o amor – 10.23-33. Os alimentos sacrificados aos ídolos. è XIII – Observação dos costumes sociais – 11.1-16. è  O risco dos escândalos (obs.: 10.32).   XIV – A ceia do Senhor – 11.17-34.  èXV – Os dons espirituais e o corpo de Cristo – 12.1-31.  XVI – A supremacia do amor – 13.1-13.  è XVII – O dom de línguas, as profecias e a ordem no culto – 14.1-40.  è XVIII – A doutrina da ressurreição – 15.1-58.  è XIX – Instruções finais. As ofertas para Jerusalém. Saudações. – 16.1-24.  autor: Anísio Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.
II Carta aos Corintios "Explicação Teológica"   Pouco tempo após ter enviado a primeira Carta, deve ter surgido em Corinto alguma crise disciplinar com consequências desagradáveis, que o obrigou a fazer uma rápida e amarga visita a cidade, no decurso da qual, prometeu voltar em breve para ficar mais tempo. Entretanto, um novo incidente, no qual parece ter sido ultrajada a autoridade de Paulo, na pessoa de um de seus representantes, o fez substituir esta visita por uma carta severa e escrita “por entre muitas lágrimas”, que produziu um salutar efeito. Esta segunda Carta aos Coríntios foi escrita em fins do ano 57. Algum tempo depois, ele passou outra vez por Corinto e de lá regressou a Jerusalém, onde foi preso.
 Paulo começa a Carta tecendo considerações e criticando de maneira oculta, os fatos que aconteceram na Comunidade, realçando que sempre lhe causou imensa alegria encontrar a Comunidade Cristã de Corinto, da mesma forma que ele percebia, quando lá chegava, sua presença sempre era uma “graça”, estando entre eles. Por essa razão, sentia grande tribulação e estava com o coração angustiado escrevendo-lhes “em meio a muitas lágrimas, não para vos entristecer, mas para que conheçais o amor transbordante que tenho para convosco”.  Entretanto, logo a seguir, muda de assunto, interrompendo a recordação dos acontecimentos desagradáveis e faz uma digressão sobre o seu ministério apostólico. Então, ele menciona o roteiro da viagem e quando pretendia voltar a Corinto para se encontrar com os fieis cristãos.
             E nesta oportunidade, com decisão e clareza, confirma o seu trabalho apostólico essencialmente impulsionado pelo ESPÍRITO DE DEUS, dizendo: “Não pregamos a nós mesmos, mas a JESUS CRISTO SENHOR”. “Foi ELE mesmo quem reluziu em nossos corações, para fazer brilhar o conhecimento da Sua glória, que resplandece na face de CRISTO”  Descreve a seguir, todas as suas tribulações e tristezas, assim como as esperanças de seu ministério, dizendo: “Somos atribulados por todos os lados, mas não esmagados; postos em extrema dificuldade, mas não vencidos pelos impasses”... “Pois sabemos que Aquele que ressuscitou o SENHOR JESUS ressuscitará também a nós com JESUS e nos colocará ao lado Dele, juntamente convosco”.  O Apóstolo revela a sua absoluta convicção na ressurreição diante do temor da morte, ensinando que se nossa morada terrestre caminha para a ruína, teremos no Céu um edifício primoroso e eterno, obra de DEUS. Todos terão que comparecer perante o tribunal de CRISTO, onde receberão a retribuição do que tiver feito durante a sua existência. Dessa forma, sempre compenetrado do temor do SENHOR, ele procurava ensinar e convencer as pessoas, mostrando-lhes o caminho do direito, da justiça e do amor fraterno. E por isso também, esperava ser acolhido amavelmente e compreendido pela consciência de cada fiel. “Não nos recomendamos de novo junto a vós, mas desejamos dar-vos a ocasião de vos gloriardes ao nosso respeito, a fim de que possais responder àqueles que se gloriam apenas pelas aparências, e não pelo que está nos corações. Se nos deixamos arrebatar como para fora do bom senso, foi por causa de DEUS; se somos sensatos, é por causa de vós”. (Para colocar-se ao alcance dos leitores, no seu ardor particular de convencer e converter as pessoas). E dentro desta realidade, num e noutro caso, ele sempre agia compelido pelo Amor de CRISTO. E completa o seu raciocínio lembrando-lhes que eles são colaboradores na missão Divina e desse modo, não devem receber “a graça de DEUS em vão”. (A ação de graças ocupa lugar importante nas epístolas de São Paulo, porque a ação de graças deve animar todas as ações do cristão, realizadas em nome de CRISTO e por ele assumidas em sua ação de graças ao PAI ETERNO. Assim, a gratidão é um dever correspondente à Vontade de DEUS, pois a ação de graças do cristão “devolve”, ainda que imperfeitamente, a graça que emana do SENHOR DEUS).
(É exatamente nesta parte da Missiva, que Paulo volta a se referir, ocultamente, aos desagradáveis acontecimentos e faz exortações aos fieis de Corinto). (2 Cor 6, 2)
Agora é o tempo favorável à salvação segundo os desígnios Divinos, por isso devemos evitar acontecer qualquer motivo de escândalo, a fim de que o seu ministério não seja sujeito a escândalo. Ao contrário, exorta o Apóstolo, como ministros de DEUS, recomendamos: “ter perseverança ao sofrer as tribulações, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nas desordens, nas fadigas, nas vigílias, nos jejuns, pela pureza, pela ciência, pela paciência, pela bondade, por um espírito santo, pelo amor sem fingimento, pela palavra da verdade, pelo poder de DEUS, pelas armas ofensivas e defensivas da justiça, na glória e no desprezo, na boa e na má fama; tidos como impostores e, não obstante, verídicos; como desconhecidos e, não obstante, conhecidos; como moribundos e, não obstante, eis que vivemos; como punidos e, não obstante, livres da morte; como tristes e, não obstante, sempre alegres; como indigentes e, não obstante, enriquecendo a muitos; como nada tendo, embora tudo possuamos”!
                     A seguir o Apóstolo faz severas críticas e advertências, a fim de que a consciência do povo seja despertada e haja harmonia e compreensão: “A nossa boca se abriu para vós, ó coríntios; o nosso coração se dilatou. Não é estreito o lugar que ocupais em nós, mas é em vossos corações que estais na estreiteza. Pagai-nos com igual retribuição; falo-vos como a filhos: dilatai também os vossos corações”! E escreveu muito mais: “Não formeis parelha incoerente com os incrédulos. Que afinidade pode haver entre a justiça e a impiedade? Que comunhão pode haver entre a luz e as trevas? Que acordo entre CRISTO e Beliar?” (Beliar ou Belial, que é o Maligno, Satanás) “Que relação entre o fiel e o incrédulo? Que há de comum entre o Templo de DEUS e os ídolos? Ora, nós é que somos o templo do DEUS vivo como disse o próprio DEUS: Em meio a eles habitarei e caminharei, serei o seu DEUS, e eles serão o meu povo".. (Eze. 37,27)  Tendo concluído as suas advertências, Paulo cita o Profeta Ezequiel e exorta os fieis a se purificarem dos pecados que mancharam o corpo e a alma, a fim de poderem caminhar no temor de DEUS para a busca da santificação pessoal. Se vos entristeci com minha carta, escreve o Apóstolo, não me arrependo, porque a tristeza produz arrependimento que leva a salvação.
Na segunda parte da epístola ele aborda a “Organização da Coleta”. Exorta os coríntios à generosidade, discorrendo sobre temas que lhe são caros: a pobreza, fonte de enriquecimento para os outros; o exemplo de CRISTO, o dom de DEUS que suscita o dom dos cristãos. Também ele realça as virtudes dos fieis: “Visto que tudo tendes em abundância: fé, eloquência, ciência, toda espécie de zelo e a caridade que vos inspiramos, procurai também distinguir-vos nesta obra de generosidade. Quando existe a boa vontade, somos bem aceitos com os recursos que temos; pouco importa o que não temos. Não desejamos que o alívio dos outros seja para vós causa de aflição, mas que haja igualdade”. Paulo esclarece que o fiel deve oferecer apenas o supérfluo, ou seja, aquilo que não lhe irá faltar posteriormente. Com a coleta o Apóstolo põe em prática o que ele ensina: “Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor”... (1 Cor 13,5) Depois, ele faz uma apresentação elogiosa dos delegados que estão a serviço das Comunidades Cristãs. Ele menciona Tito que era um cristão de origem pagã convertido por ele e a quem chama de filho, e o outro apresentado é provavelmente Lucas, que logo se destacou por sua maneira brilhante e fervorosa de pregar o Evangelho.  E finalizando esta segunda parte de sua missiva, evidência os benefícios que resultarão com a coleta, citando versículos do Livro Provérbios: “Sabei que quem semeia com parcimônia (pouco), também colherá com parcimônia, e quem semeia com largueza (abundância), com largueza também colherá”. (Pr 11, 24-25)  Na terceira parte, forçado pelos acontecimentos na Comunidade Cristã, faz uma apologia de sua pessoa, respondendo primeiro sobre a “acusação de fraqueza”. “Não quero dar a impressão de incutir-vos medo por minhas cartas”. (Ou seja, que a severidade de Paulo era meramente verbal) “Pois as cartas, dizem, são severas e enérgicas, mas, uma vez presente, é um homem fraco e a sua linguagem é desprezível”. Ele esclarece com palavras simples e rápidas que isto não corresponde à verdade e recomenda que tenham consciência de sua pessoa, porque do mesmo modo como fala, ele também procede.
 Respondendo a “acusação de ambição”, ele lembrava que seus adversários o caluniavam e tinham por único titulo de glória a elevada opinião que eles faziam de si mesmos. Paulo acrescentava: quanto a mim, posso glorificar-me de haver cumprido a missão que DEUS me confiou, porque fundei a Igreja em Corinto. E em seguida, o Apóstolo disse: esperamos que, quando a vossa fé tiver crescido suficientemente, assim também teremos chance de crescer ainda mais em vossa estima. “Quem se gloria, glorie-se no SENHOR. Pois não aquele que recomenda a si mesmo é aprovado, mas aquele que DEUS recomenda”.
                Constrangido a fazer elogio a si mesmo, Paulo suplica: “Suportai-me”! E com devoção explica o seu zelo por todos eles, de modo semelhante ao zelo de DEUS por todos nós. E por isso, receia que os pensamentos deles se corrompam e aconteça como na sedução da serpente no Paraíso, desviando-os da simplicidade devida a CRISTO, ou seja, que eles venham a acolher a pregação de alguém que lhes apresente um JESUS diferente daquele que ele ensina. “Todavia julgo não ser inferior, em coisa alguma, a esses eminentes apóstolos! Ainda que eu seja imperito no falar, não o sou no saber”. “Terá sido falta minha anunciar-vos gratuitamente o Evangelho de DEUS, humilhando-me a mim mesmo para vos exaltar”?
Todos os fatos ocorridos na existência do Apóstolo o ensejavam a gloriar-se de seu trabalho. Mas ele sempre foi modesto e acima de tudo, colocava a Vontade de DEUS em primeiro lugar. Mas lembrava aos coríntios: “Os sinais que distinguem o Apóstolo realizaram-se entre vós: paciência a toda prova, sinais milagrosos, prodígios e atos portentosos”. Paulo termina a epístola revelando as suas apreensões e inquietudes, porque tinha receios de que quando voltasse a Corinto, encontrasse a discórdia, a inveja, as rivalidades, arrogância e desordens como aconteceu no passado. Por isso mesmo, decepcionado e constrangido terá que agir e prantear muitos daqueles que pecou anteriormente e que voltaram a pecar, não tendo sido convertidos da impureza, da fornicação e das transgressões que cometeram.
Comentário em  2 Coríntios 1: 1:1-2 Paulo e Timóteo mandaram esta carta à igreja dos coríntios e aos demais santos na Acaia. Obs.: Como era seu costume, Paulo incluiu seu co-obreiro na saudação, mas a carta é do próprio apóstolo. Por este motivo, ele refere a si mesmo na primeira pessoa, e comenta sobre Timóteo na terceira pessoa (veja 1:19). 1:3-11 Paulo agradeceu pela consolação que Deus dá. O sofrimento de Cristo favorece os seus servos. O conforto que Deus dava a Paulo, em seu sofrimento, equipou o apóstolo para confortar outros que passavam por angústias. Como participavam do sofrimento, participariam, também, da consolação. Paulo passou por tribulações na Ásia, até ao ponto de desesperar da própria vida. Por essa experiência, ele aprendeu a confiar mais ainda em Deus (veja 12:9-10).
         O apóstolo agradeceu as orações dos coríntios a seu favor.  Obs.: No resto do livro, Paulo comentará bastante sobre sua atitude em relação ao sofrimento, especialmente no capítulo 12. 1:12-14 Paulo afirmou sua sinceridade para com os coríntios, e os relembrou de que sua mensagem era de Deus, e não da sabedoria humana.1:15-22  Paulo defendeu a sua honestidade em relação às mudanças nos planos dele. Ele tinha planejado uma viagem a Corinto. De lá, ele iria à Macedônia e voltaria a Corinto antes de prosseguir para a Judéia. Quando não fez a viagem como pretendia, alguns evidentemente questionaram sua integridade. Ele se defendeu, dizendo que sua palavra era confiável, como a palavra do Senhor. Obs. Paulo cita, neste parágrafo, o Pai, o Filho e o Espírito. Disse que somos confirmados em Cristo, ungidos por Deus (Pai), e selados no Espírito. Assim, ele mostra o privilégio do cristão de estarem em comunhão com as três pessoas divinas (veja Mateus 28:19; João 14:17,23; 1 Coríntios 6:19).  1:23-24: Paulo disse que ainda não tinha ido a Corinto para poupá-los. Baseado em comentários encontrados mais tarde no livro, entendemos que Paulo estava dando tempo para os coríntios se arrependerem de alguns pecados, para evitar a necessidade de repreensões ásperas (veja, por exemplo, 10:2,9-11; 12:19-21; 13:1-2,10).                                                2 Coríntios 2 :1-4 Paulo não queria voltar para Corinto em tristeza; então deu tempo para que resolvessem os problemas primeiro. Ele não se regozijou na tristeza deles. Pelo contrário, ele queria participar da alegria desses queridos irmãos. A tristeza evidente na carta dele demonstrou seu amor verdadeiro para com eles. Obs.: Qual carta? Alguns comentaristas acreditam que Paulo mandou uma carta entre 1 e 2 Coríntios, severamente repreendendo os coríntios por algumas atitudes erradas. Supõe-se que esta carta severa fosse enviada depois de uma visita rápida e desagradável (que teria sido, segundo esta interpretação, a segunda visita; uma vez que ele estava planejando a terceira visita em 12:14 e 13:1).  2:5-11 Quando o irmão pecador se arrepende e volta, deve ser acolhido em amor pelos irmãos. A referida punição seria, provavelmente, a rejeição do pecador do meio da congregação, conforme o ensinamento de 1 Coríntios 5. Um dos propósitos de tal expulsão é a salvação do espírito do pecador, ou seja, o arrependimento e perdão dele. Uma vez que o pecador se arrepende, deve ser perdoado e confortado.  Obs.: Qual irmão? Paulo não identifica o irmão que voltou. Pode ser o homem imoral de 1 Coríntios 5. Pode ser um dos homens com queixa contra o irmão em 1 Coríntios 6. Pode ser algum outro caso não especificado. Não importa o pecado ou a identidade do pecador. O princípio ensinado aqui é válido em qualquer caso de arrependimento de um irmão que pecou. Quando se arrepende, os outros devem o perdoar (veja Mateus 18:15-35). O irmão arrependido precisa ser perdoado e confortado, para evitar que seja consumido por excessiva tristeza. A tristeza e sentimentos de culpa servem para nos conduzir ao arrependimento (7:10; Tiago 8-10). Mas, se ficar na tristeza e vergonha, a pessoa será consumida e vencida pelo erro. O irmão arrependido deve sentir o amor dos outros discípulos. 2:12-13 Paulo ficou pouco tempo em Trôade, porque não encontrou Tito. Continuou a sua viagem até a Macedônia. Obs.: Saindo de Éfeso, Paulo foi até Trôade (ainda na Ásia), e depois prosseguiu até a Macedônia, que faz parte da Europa. 2:14-17. O aroma de vida e morte.
                 Neste parágrafo, Paulo usa simbolicamente a imagem de um desfile triunfal de um exército. Depois da batalha, o comandante conduzia seus soldados, seguidos pelos prisioneiros. O incenso queimado levava o cheiro de vitória aos vencedores, mas o cheiro de morte aos prisioneiros, pois seriam mortos depois do desfile. Paulo pregava uma mensagem só. A mesma palavra que faz o pecador sentir-se culpado e réu de morte traz as boas novas de vida aos fiéis. Paulo disse que não mercadejava a palavra, reafirmando sua sinceridade.   2 Coríntios 3:1-11: Paulo não precisou dar carta de recomendação aos coríntios para estabelecer sua credibilidade, pois os próprios coríntios eram evidência de seu trabalho. Ele começa, aqui, um contraste entre o evangelho de Cristo e a lei do Velho Testamento. Observe os pontos principais: ANTIGA ALIANÇA X NOVA ALIANÇA èTinta X Espírito è Pedra X Carne/corações èLetra mata X Espírito vivifica Ministério da morte X Ministério do Espírito è Condenação X Justiça è Outrora X Atual èDesvanecia-se X Permanente èGlória X Sobre excelente glória.  Obs.: "A letra mata, mas o espírito vivifica". Muitas pessoas distorcem o sentido desta frase, até usando o versículo para dizer que estudo da Bíblia pode ser prejudicial! Mas, um pouquinho de estudo do contexto mostra que tal interpretação é totalmente errônea. No contexto, a letra representa o sistema da lei do Velho Testamento, que trouxe conhecimento das consequências do pecado, mas não revelou o caminho para a salvação.
            O espírito representa a palavra de Cristo, que nos dá a solução para nosso problema. 3:12-18: A grande diferença entre o Novo e o Velho Testamentos pode ser resumida na palavra "esperança". Nós temos esperança e, por isso, temos motivo para falar ousadamente sobre Cristo.  Obs.: A grande diferença entre o evangelho de Cristo e muitas religiões e filosofias é a esperança. Muitas religiões oferecem a "esperança" de voltar pela reencarnação para viver de novo, talvez como uma pessoa numa vida mais sofrida, talvez como vaca ou mosca. Outras religiões oferecem a "esperança" de perder a identidade em algum tipo de consciência universal. Várias filosofias oferecem a "esperança" de morrer e cessar de existir. Mas Jesus oferece a esperança da vida eterna. Pedro entendeu este fato quando disse a Jesus: "Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna" (João 6:68). Paulo disse que as pessoas que continuavam confiando na lei de Moisés ainda tinham um véu que escondia a verdade sobre Cristo. O véu não está mais sobre o rosto de Moisés, e sim sobre o coração dos que não se convertem a Cristo. A verdadeira liberdade está no Espírito do Senhor.  Obs.: Liberdade X Libertinagem. Paulo disse que a liberdade está no Espírito de Deus, mas muitas pessoas procuram liberdade em outros lugares. Até rejeitam a palavra do Senhor, rebelando-se contra a autoridade dele para cumprir sua própria vontade. Tal libertinagem resulta na escravidão espiritual da pessoa (2 Pedro 2:18-20). Pelo Espírito, somos transformados na imagem do Senhor. Obs.: A imagem de Deus. Deus criou o homem à imagem dele (Gênesis 1:26-27), mas o homem manchou a imagem com o pecado. Jesus nos mostrou a imagem do Pai (2 Coríntios 4:4; Colossenses 1:15). Nós somos refeitos à imagem de Cristo (2 Coríntios 3:18; Colossenses3:10).  Obs.: Considere as afirmações dos versículos 17 e 18 em relação a divindade do Espírito Santo: "o Senhor é o Espírito" e "pelo Senhor, o Espírito". E ainda há pessoas que negam a personalidade e a divindade dele! 2 Coríntios 4. 4:1-6  Paulo fez seu trabalho de uma maneira transparente e sincera, e não pretendia desistir dele.
        Outros andavam de modo vergonhoso, usando de astúcia e adulterando a palavra de Deus. As pessoas cegas continuam perdidas, não enxergando a imagem de Deus em Cristo. Paulo não pregou uma doutrina particular, mas sim, o evangelho de Cristo. Paulo, escolhido por Cristo para ser apóstolo, se colocou na posição de servo dos coríntios, por amor de Jesus.  Obs.: É importante observar, nas cartas de Paulo, o uso de palavras como servo, submissão, sacrifício, etc. Ele mostra uma atitude de humilde serviço, que nós devemos imitar. Através de Cristo, conhecemos a glória de Deus. 4:7-15  Neste parágrafo, Paulo explica bem a grande responsabilidade dos apóstolos. No contexto, em que ele fala sobre a sua própria morte, parece que os vasos de barro são os próprios apóstolos. Isso não nega, porém, a nossa responsabilidade na divulgação do evangelho hoje (veja a transmissão dessa responsabilidade de uma geração para outra em 2 Timóteo 2:2). Paulo queria sempre manifestar o poder de Cristo, e não o seu próprio. Obs.: Confiança na carne. Nas cartas aos coríntios, Paulo fortemente rejeita a ênfase nas obras dos homens. A grande tendência de muitas igrejas, hoje em dia, é honrar os homens pelas obras realizadas (diplomas de seminários, títulos de honra, glória de trabalhos bem-sucedidos, reconhecimento por homens, etc.). Paulo pôs tudo que o homem é, e tudo que o homem faz, na categoria de um vaso de barro.
A glória pertence ao tesouro guardado no vaso, não ao próprio vaso.  O versículo 10 apresenta um tema mencionado várias outras vezes por Paulo. O cristão, em alguns sentidos, participa da morte de Cristo e, também, participa da vida após a ressurreição (compare com Romanos 6:3-4; 2 Coríntios 5:17; Colossenses 3:1-10). No versículo 13, ele resume o sentido de Salmo 116, onde Deus é louvado por ter livrado seu servo da morte. Neste contexto, Paulo mostra a mesma confiança. Ele será livrado da morte na ressurreição, e todos que ouvem o evangelho podem participar da mesma esperança.  4:16-18. Por causa da sua esperança da ressurreição, Paulo não se desanimava quando contemplava a própria morte. Ele mostrou a sua fé nas promessas de Deus, e depositou sua confiança nas coisas eternas e invisíveis.   2 Coríntios 5: 5:1-5  Neste parágrafo, Paulo apresenta uma perspectiva cristã da morte física.  O corpo físico é um tabernáculo (tenda) terrestre que está se gastando.  O corpo espiritual é um edifício (templo) eterno e celeste. Os santos gemem neste corpo, querendo ser revestidos da vida eterna. Tal esperança é válida somente para as pessoas preparadas/ vestidas da imagem de Cristo, e não despreparadas / espiritualmente nuas (veja Colossenses 3:5-12; 2 Pedro 1:4). Paulo deixa bem claro que ele não deseja a morte, e sim a vida eterna. Ele não quer ser despido; ele quer ser revestido da vida. Obs.: O desejo de morrer. É importante compreender a diferença entre a vontade de Paulo e a vontade do rei Saul, Judas Iscariotes e outros que, até hoje, consideram o suicídio uma saída. Paulo não desejava a morte, e sim a vida. Ele não estava correndo dos problemas desta vida, mas olhava para o fim do caminho (2 Timóteo 4:6-8). Embora querendo estar com Deus na eternidade, Paulo não apressou sua própria morte. Ele confiava em Deus para decidir a hora certa para dar-lhe a coroa da vida. Embora Deus tenha livrado os fiéis do medo de morrer, ele não autorizou o suicídio. Deus nos preparou para a vida eterna, já dando uma amostra da vida eterna através do Espírito (veja Efésios 1:13).  Obs.: A vida eterna: presente ou futuro?                                 Quando a Bíblia ensina sobre a salvação em Cristo e a vida eterna, fala em dois sentidos (veja 1 Timóteo 4:8). Num sentido, os discípulos de Cristo já têm a salvação e participam da vida espiritual nele (Atos. 2:47; 15:11; Romanos.6:4; Efésios 2:1,5; Colossenses 2:13; 1 João. 5:12-13). Em outro sentido, ainda aguardamos a salvação e a vida eterna (veja Romanos. 2:7; 13:11; Gálatas. 6:8; Tito 3:7; Hebreus. 9:28; Judas 21).     5:6-10: Paulo andava em esperança da vida eterna que o motivou a ser agradável a Deus. Todos nós seremos julgados pelas coisas feitas no corpo.  Obs.: Julgamento segundo as coisas feitas por meio do corpo. Apesar da confusão causada por várias doutrinas humanas, algumas afirmações bíblicas são bem claras. As diversas filosofias e religiões que ensinam a reencarnação enfrentam um problema no versículo 10. Paulo não falou de julgamento das coisas feitas por meio dos corpos. Ele falou de um corpo só (veja Hebreus 9:27). Mas Jesus afirma que todos serão ressuscitados na mesma hora para o julgamento final (João 5:28-29).   5:11-17: Paulo pregava com convicção, persuadido da mensagem de Cristo. Ele não confiava nas aparências da carne, e sim na verdade no coração. Outros o julgavam louco, mas ele continuou servindo a Deus. Os que estão em Cristo são novas criaturas.  Obs.: Versículo 17 mostra a grande diferença entre a morte e as trevas do passado e a vida e a luz em Cristo. Infelizmente, algumas pessoas torcem o sentido do versículo para justificar o pecado. Sugerem que a pessoa que praticava pecado pode continuar nas mesmas práticas, porque agora Deus fez tudo novo. Mas ele fez tudo novo quando justificou (salvou, perdoou) o pecador. Ele não justificou o pecado. Para sermos novas criaturas, temos que deixar de praticar as coisas condenadas por Deus (veja 1 Coríntios 6:9-11). 5:18-21: O trabalho de Paulo era o ministério da reconciliação, promovendo a paz entre Deus e os homens (veja Isaías 59:1-2; Efésios 2:14-18).
 Paulo usufruiu a reconciliação, e passou a pregar a mesma mensagem para outros. Ele diz: "Deus... nos reconciliou" (5:18) e "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo" (5:19). Considere bem a mensagem profunda do versículo 21 sobre a grande troca feita por Deus:  Jesus não conheceu pecado, e Deus o fez pecado por nós.  Nós conhecemos pecado, e Deus nos fez justiça através dele!  Ele levou sobre si os nossos pecados; levamos sobre nós a justiça dele! Que maravilha!                          2 Coríntios 6: No parágrafo anterior (5:18-21), Paulo falou da reconciliação. Disse que Cristo nos reconciliou, e que deu o ministério da reconciliação aos seus embaixadores. Ele continua falando sobre este segundo aspecto da reconciliação (o papel dele como servo de Jesus) no início do capítulo 6:1-3
Paulo exortou-os a não receberem a graça de Cristo em vão, frisando a urgência da sua obediência. Obs.: Ele cita Isaías 49:8 como a palavra de Jesus. Este versículo faz parte de uma série de profecias messiânicas em Isaías sob o tema "O Servo do Senhor". Paulo serviu com toda sinceridade e dedicação, para não impedir o progresso do evangelho. 6:4-10: Ao invés de dar motivo de escândalo, Paulo se negou em tudo para ser um bom embaixador de Cristo. Ele aceitou sofrimento na sua vida (versículos 4 e 5), e ainda desenvolveu as qualidades características de um servo fiel (versículo 6).  Obs.: Tudo indica que Paulo ainda estava sendo criticado e rejeitado por alguns entre os coríntios. Seu amor não fingido (sem hipocrisia) sugere um contraste com o falso amor dos falsos apóstolos que estavam perturbando os coríntios (veja 11:13). Paulo confiava plenamente no poder de Deus para fazer seu trabalho, independente das interpretações erradas por parte de outras pessoas. 6:11-13: Paulo sente-se constrangido, não por falta de vontade de sua parte, mas pela rejeição pelos coríntios. O coração dele estava bem aberto para recebê-los, mas eles permaneciam fechados. 6:14-18: Nestes versículos, e no primeiro do capítulo 7, Paulo destaca a importância da santificação na vida dos cristãos. Não pode haver concordância entre as coisas de Deus e as
do Maligno. Observe os contrastes: Justiça X Iniquidade è Luz X Trevas èCristo X O Maligno è Crente X Incrédulo è Santuário de Deus X Ídolos.  Nos versículos 16 a 18, Paulo usa várias citações do Velho Testamento sobre o povo santo. Deus desejava um povo santo em Israel, mas os hebreus não cumpriram sua responsabilidade. Então, ele começou a profetizar sobre um povo santo e cumpriu as profecias em Israel espiritual, a igreja. Hoje, em Cristo, participamos da comunhão do Todo-Poderoso que habita entre os cristãos.                                                                                                   2 Coríntios 7.  Paulo concluiu o capítulo 6 com um apelo à santidade. Ele citou as grandes promessas da comunhão com Deus, dizendo que Deus anda e habita no meio dos fiéis.7:1: Baseado nas grandes promessas de comunhão com Deus, Paulo pede a cada discípulo: (1) Purificar-se de toda impureza (a) da carne (imoralidade, obras da carne). (b) do espírito (idolatria, doutrinas e práticas erradas). (2) Aperfeiçoar a santidade com reverência e respeito para com Deus.7:2-4: Paulo volta a falar sobre os problemas entre ele e os coríntios. Ele pede que abram seus corações, afirmando que ele sempre agia em boa fé e sinceridade.7:5-16: Paulo começou a comentar sobre sua procura de Tito em 2:12-13. Falou que chegou a Trôade (partindo de Éfeso) e não encontrou Tito. Por esta razão, foi para a Macedônia. Em 2:14, ele agradeceu a Deus pela vitória, mas não explicou o motivo específico das ações de graça. Ele continuou falando sobre as bênçãos de Deus e sobre o privilégio de participar delas. Aqui, ele volta à questão da procura de Tito. Quando Paulo chegou à Macedônia, ele não achou Tito. Ele sentiu-se angustiado, enfrentando vários problemas com esta preocupação sobre esse irmão e cooperador. Mas, Deus o confortou com a chegada de Tito, levando notícias animadoras dos coríntios. Paulo comentou sobre a severidade de uma carta anterior. Obs.: É possível que houvesse outra carta entre 1 e 2 Coríntios, na qual Paulo repreendeu algumas atitudes erradas dos coríntios. Muitas pessoas acreditam que, entre as duas cartas, Paulo teria feito uma visita a Corinto e que, devido alguns problemas com os irmãos na visita, teria mandado uma carta severa, corrigindo-os. Ele se alegrou por causa do arrependimento verdadeiro deles. No versículo 10, ele fez um comentário valioso sobre a tristeza e o arrependimento. A tristeza de entender que o nosso pecado fere ao próprio Deus produz o arrependimento verdadeiro que leva a salvação. Mas a tristeza do mundo, de se lamentar por causa de consequências pessoais e imediatas, sem compreender os efeitos maiores do pecado, não produz o arrependimento que Deus quer. Pode causar algum sentimento de remorso (como Judas Iscariotes) sentiu quando devolveu o dinheiro da
                    Pode causar algum sentimento de remorso (como Judas Iscariotes) sentiu quando devolveu o dinheiro da traição), mas não produz o arrependimento verdadeiro que precisamos para sair do pecado. Além da sua alegria devida ao arrependimento dos coríntios, Paulo ficou mais contente ainda quando ouviu de que maneira eles trataram Timóteo. Paulo começou este capítulo com tristeza, pedindo que eles abrissem os corações para aceitá-lo. Encerrou o capítulo elogiando a atitude dos coríntios, e dizendo que tinha plena confiança neles.                                           
2 Coríntios 8: Nos capítulos 8 e 9, Paulo incentiva os coríntios a participarem liberalmente da assistência aos santos necessitados na Judéia. Neste ensinamento, encontramos instruções e exemplos que mostram um aspecto do verdadeiro amor entre irmãos em Cristo. Os que tinham condições financeiras ajudaram outros que necessitavam de assistência. 8:1-7 Paulo cita o bom exemplo das igrejas da Macedônia para incentivar a generosidade dos coríntios. Apesar dos seus próprios problemas, os macedônios se mostraram liberais quanto à assistência aos santos. Insistiram em ajudar, mesmo acima da sua capacidade. Tal generosidade não começou com o dinheiro, mas com o sacrifício de si mesmos. Obs.: Uma vez que nós nos entregamos ao Senhor, devemos entender que os nossos recursos (dinheiro, habilidades, etc.) são ferramentas para usar no serviço a Deus. Os discípulos na Macedônia entenderam isso.  Obs.: A graça concedida. Paulo usa essa expressão para descrever o privilégio de sacrificar, dando dinheiro para ajudar aos outros. 8:8-15. Paulo não quer obrigar os coríntios a participarem dessa benevolência, mas procura incentivá-los a dar voluntariamente por amor. Ele cita o exemplo de Jesus. Ele deixou a riqueza dos céus e se fez pobre por causa do seu amor para conosco. Através da pobreza dele, nós adquirimos as riquezas espirituais que ele mandou. Paulo espera a concretização dos planos dos coríntios. Eles falaram já da vontade de ajudar; ele espera a demonstração desse amor.  Obs. Querer e realizar. Devemos sempre nos esforçar para pôr em prática os nossos planos espirituais. É importante querer crescer e fazer o bem. Cabe a nós cumprir a nossa parte para realizar tais intenções boas. Veja Filipenses 2:12-13. Paulo não espera que ninguém dê acima das suas condições, nem quer que alguns fiquem sobrecarregados enquanto outros são aliviados. Ele procura igualdade entre irmãos. Obs.: Igualdade. Alguns interpretam de uma maneira literal e errada esta palavra "igualdade" (8:13). Nem Paulo nem outros servos de Deus no Novo Testamento pregaram igualdade absoluta em termos de bens materiais. Eles não propuseram nenhum sistema de comunismo onde todos teriam exatamente as mesmas coisas. Ainda encontramos ricos e pobres entre os discípulos primitivos, mas não houve a necessidade de alguém passar fome enquanto outros tinham abundância.  Obs.: Deus proverá. A citação de 8:15 vem de Êxodo 16:18, um trecho que enfatiza o fato que Deus providencia as nossas necessidades (compare com Mateus 6:21-34). 8:16-24. Paulo quer evitar a vergonha de irmãos chegarem a Corinto para achar os coríntios despreparados. Por isso, ele enviou três irmãos para ajudar na preparação da coleta dos coríntios antes de chegarem outros com Paulo. Esses três são: Tito (8:16), um irmão escolhido pelas igrejas (8:18), e mais um irmão de confiança (8:22). Eleito pelas igrejas (8:19). Alguns procuram qualquer apoio para justificar a criação de grandes denominações, completas com seus congressos nacionais, etc. Mas uma vez que uma igreja mostrou sua confiança num irmão para acompanhar Tito, ele foi "eleito" ou "escolhido" por aquela igreja. Quando outra congregação, conhecendo o mesmo irmão, pediu a mesma coisa, ele foi "eleito pelas igrejas". Não há nada aqui que justifique reuniões ou organizações que envolvam várias igrejas em decisões coletivas. 9:1-5. No início do capítulo 8, Paulo usou o exemplo dos macedônios para incentivar a liberalidade dos coríntios. Agora, ele disse que usou, também, o exemplo dos coríntios para estimular os macedônios! Devemos estimular uns aos outros em amor e boas obras (veja Hebreus 10:24). Paulo enviou os irmãos citados no fim do capítulo 8 para evitar algum constrangimento mais tarde. Eles ajudariam os coríntios a preparar a oferta, para que não se envergonhassem com a chegada de outros irmãos depois. 9:6-15. Paulo incentiva os coríntios a darem generosamente. Ele cita um princípio bem conhecido nas Escrituras: ceifamos o que semeamos. A oferta é voluntária, segundo a decisão de cada um para dar com alegria. Obs.: É obrigação contribuir? Aqui, Paulo diz que a oferta não deve ser feita por necessidade, mas 1 Coríntios 16:1-2 aborda o mesmo assunto como ordem. Podemos entender assim: é a responsabilidade de cada cristão contribuir, mas não devemos fazê-lo só por causa da obrigação. Devemos entender o propósito da oferta e participar com alegria, reconhecendo o privilégio de participar do trabalho do Senhor. Ao invés de segurar o nosso dinheiro, recusando utilizá-lo para servir a outros, devemos lembrar que todas as nossas bênçãos e a nossa capacidade de dar vêm do Senhor. Obs.: O versículo 9 é uma citação de Salmo 112:9. O Salmo 112 inteiro fala sobre a importância da bondade e fidelidade do servo para ser abençoado por Deus. A generosidade dos gentios em ajudar os santos necessitados de Jerusalém teve outros benefícios: - Além de ajudar aqueles santos, demonstrou gratidão para com Deus. - Além de ajudar aqueles santos, demonstrou comunhão com todos os santos. Por outro lado, os outros santos oravam em favor dos coríntios. Quem merece a gratidão e a glória é o próprio Deus. Neste capítulo, Paulo volta à defesa do seu apostolado em contraste com as alegações dos falsos apóstolos que induziram os coríntios ao erro. Em alguns momentos, ele assume o ponto de vista dos seus críticos, usando de ironia para se colocar numa posição de fraqueza. É necessário uma leitura cuidadosa para não se perder nas mudanças de "tom" nas palavras de Paulo.10:1-6
Paulo falou que era humilde entre eles mas ousado nas suas cartas. Mais tarde, ele explica que essa foi uma acusação feita por seus detratores (compare com o versículo 10: "dizem"). Por enquanto, Paulo usa esta imagem para reforçar seu ponto. O sentido é este: "Tudo bem, vocês me consideram manso quando presente e severo quando ausente. Então, façam tudo para corrigir os seus problemas, porque não quero ser severo quando chego aí." Apesar das opiniões de outros sobre Paulo, ele afirma a sua determinação de fazer o certo, agindo de acordo com a vontade de Deus e não a dos homens. Os versículos 3 a 6 descrevem bem a atitude e as táticas do servo de Deus nas batalhas espirituais. Observe:- Somos seres humanos, mas não usamos táticas humanas. - As armas que usamos são espirituais, não carnais. - Com as armas poderosas de Deus, podemos vencer a força dos homens (fortalezas, sofismas, altivez, pensamentos).
-Nosso alvo é simples: levar "cativo todo pensamento à obediência de Cristo", completando a nossa submissão. Obs.: Sofismas são pensamentos ou raciocínios que parecem razoáveis e válidos, porém são falsos. Paulo mostra, aqui, que a sabedoria de Deus é superior à suposta sabedoria dos homens. 10:7-12. Paulo pede para seus críticos serem justos com ele. Eles se consideravam servos de Cristo, mas negavam a posição dele na família do Senhor. De fato, Paulo não era nem um pouquinho inferior a eles. Ele tinha recebido autoridade de Cristo para edificar, e não para destruir. Obs.: Para edificar e não para destruir. Paulo mostra um dos problemas fundamentais do partidarismo. Ao invés de edificar, o espírito carnal destrói. Em 1 Coríntios 3:1-16, ele frisou este mesmo ponto. Os verdadeiros servos não procuram criar ou defender seus próprios partidos (assim destruindo o corpo de Cristo). Cada um de nós deve edificar e contribuir ao bem do corpo. Paulo não aceitou a acusação que ele fosse forte às cartas e fraco quando presente. Prometeu, se fosse necessário, usar da mesma severidade na presença deles. Obs.: Padrões errados para avaliação de homens. Paulo recusou avaliar-se por comparações com outros homens, e condenou tal prática. Infelizmente, muitos supostos servos do Senhor ainda não captaram o sentido desse ensinamento. Há hoje comentários sobre qual pregador é melhor que o outro, prêmios para melhores sermões, melhores livros, melhores sites evangélicos na Internet, etc. Pessoas que alegam ser cristãs participam ousadamente do pecado de autopromoção. Tal prática não cabe no reino de Deus (veja Mateus 20:27; 23:11; Lucas 17:10). 10:13-18 Paulo não tentou validar seu trabalho por comparações com os trabalhos de outros. Ele se viu no contexto da responsabilidade que Deus lhe deu. A esfera de ação dele incluiu Corinto e ele faria o trabalho entre eles, apesar da oposição de alguns "irmãos". Obs.:                      A esfera de ação. Embora Paulo comente sobre locais geográficos, ele não sugere limites de território físico no trabalho do Senhor. Os apóstolos foram enviados ao mundo (Marcos 16:15), e a mesma responsabilidade de pregar o evangelho foi transmitida a homens fiéis e idôneos (2 Timóteo 2:2).      Pessoas que se acham hoje donas de determinados "territórios" no trabalho do Senhor mostram a mesma atitude carnal que Paulo condenou. Como servos de Deus, podemos e devemos pregar em qualquer lugar onde exista oportunidade.   Neste parágrafo, encontramos uma frase que deve controlar todas as tendências orgulhosas de auto engrandecimento: "Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor" (versículo 17).11:1-6. Paulo justifica sua loucura! Na segunda metade deste capítulo, ele usará alguns argumentos que normalmente não empregaria. Aqui, ele explica o motivo. Ele estava agindo por amor aos coríntios, fazendo tudo para evitar que eles caíssem no engano de falsos apóstolos. Obs.: A "loucura" de Paulo. Quando homens carnais começaram a comparar pessoas, Paulo ficou para trás. Outros eram mais eloquentes ou mais polidos do que Paulo. Ele disse, ironicamente, que ele era louco e os próprios coríntios sábios (1 Coríntios 4:10). É claro que não era o caso. Em 1 Coríntios 2:16, ele disse que tinha a mente de Cristo.     No início de 1 Coríntios 3, chamou os coríntios de crianças carnais. Do mesmo modo, ele criticou as pessoas que se julgavam sábias, dizendo que devemos nos gloriar exclusivamente no Senhor (2 Coríntios 10:12,17-18). Paulo não era louco, mas considerou qualquer defesa baseada nos feitos humanos um tipo de loucura. Assim, ele respondeu com esse tipo de argumento em 1 Coríntios 4:10-13 e usará a mesma abordagem em 2 Coríntios 11:21-29.  O zelo de Paulo destaca a importância de nos manter puros, e de ajudar outros a fazerem o mesmo. Paulo procurava proteger os coríntios de falsos mestres para apresentar a noiva como virgem ao seu verdadeiro esposo, Cristo. Obs.: A noiva de Cristo. Paulo emprega aqui uma ilustração muito comum para descrever o povo de Deus. Desde o Velho Testamento, a relação entre Deus e seu povo foi comparada ao noivado e ao casamento. No Novo Testamento, encontramos a mesma figura em vários livros (Sugestão para seu próprio estudo: faça uma lista de passagens que usam a figura de casamento para descrever esta relação espiritual). Dessa figura, vêm diversas aplicações: a pureza da noiva (aqui), o amor do marido e a submissão da mulher (Efésios 5:22-33), o problema de adultério espiritual (o livro de Oséias; Ezequiel 16); o adorno da noiva para o casamento (Apocalipse 21:2), etc. 11:7-15. Ao invés de se exaltar como outros, especialmente os falsos apóstolos (tais apóstolos-11:5), Paulo tinha se humilhado para servir. Viveu humildemente. Não pediu dinheiro aos coríntios, mesmo passando privações. Obs.: "Despojei outras igrejas..." (8-9). Paulo recebeu seu sustento de outras congregações. Ele não se fez pesado aos coríntios. Ele não viu o trabalho com uma igreja como "negócio" para lucrar materialmente e, sim, como serviço e sacrifício. Ele precisava de sustento, é claro, e o recebia de outras congregações. Especificamente, ele cita ajuda recebida da Macedônia durante seu tempo em Corinto. Da mesma forma, evangelistas hoje podem ser sustentados por igrejas (veja 1 Coríntios 9:11-15). Como aqui, o sustento deve ser enviado diretamente da igreja ao pregador (Filipenses 4:15-17). Não há nenhuma autorização nas Escrituras para criar ou manter algum tipo de sociedade missionária, nem de elevar uma congregação acima de outras como matriz ou igreja patrocinadora. A humildade de Paulo não reflete falta de confiança em relação à sua mensagem ou à sua missão (10). Por qual razão Paulo confrontaria esses falsos apóstolos? Para destruir vidas e mostrar falta de amor? De modo algum! Ele entrou nesta batalha espiritual para poupar os amados coríntios dos estragos e da perdição que os falsos mestres trazem. Obs.: O aspecto polêmico do nosso serviço. Qualquer servo fiel a Deus terá que enfrentar os inimigos da cruz, e devemos nos preparar para tais confrontos (1 Pedro 3:15). Nunca devemos esquecer que são batalhas espirituais (2 Coríntios 10:3-6) e que o propósito não é a destruição das pessoas que se opõem a nós, e sim a salvação das mesmas. O nosso foco não deve ser na batalha em si, mas nas pessoas que queremos extrair dos erros perniciosos do Maligno (2 Timóteo 2:24-26). Satanás e seus servos se apresentam como anjos de luz, como se fossem apóstolos de Cristo e ministros de justiça. Uma das maiores armas do diabo é a sua astúcia. Ele vende a corrupção e a morte, mas em embalagens atraentes que parecem inocentes. Os servos do diabo são, muitas vezes, pessoas simpáticas e prestativas que parecem tão sinceras que outras pessoas são facilmente enganadas por elas. Temos de lembrar que o próprio Satanás se apresenta como anjo de luz, e os seus servos são lobos vestidos como cordeirinhos. 11:16-33. Este trecho é exemplo da "loucura" de Paulo. Na verdade, ele jamais se defenderia com argumentos carnais, tentando se exaltar. O ponto que ele quer ensinar aqui é simples: Se os servos de Deus tivessem direito de se gloriar, como os falsos apóstolos entre vocês fazem, eu poderia me defender muito bem. Mas, de fato, não temos direito de nos exaltar. A tolerância dos falsos mestres levará vocês à escravidão espiritual. Os argumentos da loucura de Paulo: (1) A sua genealogia: de pura linhagem dos judeus. (2) O seu trabalho: ministro de Cristo que sofria muito por causa da sua fé.(3) Preocupação com as igrejas: um peso até maior do que o sofrimento físico. Paulo não se gloriou nestas coisas. A única coisa dele que deu motivo para se gloriar foi a sua própria fraqueza. Quando enfrentou perseguições intensas, foi Deus que deu livramento. A fraqueza de Paulo, até a sua incapacidade de se defender, destacou a grandeza de Deus e seu poder (veja 10:17). Este é o tema do início do capítulo 12.  Obs.: Como precisamos de homens como Paulo hoje! É triste observar a falta de humildade entre supostos servos de Cristo. Homens procuram se glorificar, e exaltam uns aos outros, mesmo no contexto de igrejas e trabalhos espirituais. Cultos especiais para honrar homens, destaque dado a alguns por causa de sua formação teológica, exaltação de pessoas que têm conquistado bens materiais ou posição social e o uso de líderes políticos como convidados especiais são exemplos da carnalidade que Paulo rejeitou e condenou. Um dos aspectos tristes dos desvios de igrejas e pessoas "religiosas" é o esquecimento das qualidades que Deus quer na vida de todos os cristãos (leia Gálatas 5:22-23; 2 Pedro 1:3-11), nos evangelistas (1 Timóteo 4:12-16), nos diáconos (1 Timóteo 3:8-13) e nos presbíteros/pastores/bispos (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9). Alguns destes trechos falam sobre habilidade e talento, mas a grande ênfase está no caráter, nas atitudes e na conduta das pessoas. Paulo não confiou nas coisas que ele trouxe a Cristo, mas no que Cristo fez para ele, transformando a sua vida. Obs.: O cuidado de Paulo para com as igrejas (versículos 28 e 29). Entre os pesos que ele suportava, Paulo achou mais difícil o peso de preocupação com as igrejas. Ele não está reclamando sobre o trabalho em si, nem o cansaço que ele sentia. Ele tinha tanta compaixão que realmente sofria com as pessoas. Paulo sentiu as fraquezas e escândalos dos irmãos em vários lugares, como se ele mesmo estivesse passando pelos mesmos problemas. Paulo continua os comentários do capítulo 11, mostrando que ele poderia se gloriar mais que os falsos apóstolos que estavam enganando os coríntios. Embora que tenha como se gloriar, ele não o faz porque entende bem que toda a glória pertence ao Senhor. 12:1-6. Se fosse para se exaltar, Paulo citaria as suas próprias experiências espirituais, principalmente as suas visões e revelações. Até uma vez ele foi levado ao terceiro céu (o paraíso) onde ouviu coisas que o homem não pode falar! Mas, esta experiência não deu motivo para Paulo se exaltar. Foi algo que ele recebeu não algum ato que ele fez. Foi Deus que lhe concedeu esta bênção, e Paulo continua sendo um mero homem. Obs.: "Conheço um homem" - Paulo se esforçou tanto para evitar a vanglória que nem se identificou aqui. A experiência obviamente era dele mesmo, mas ele não quer dizer "Eu fui arrebatado ao paraíso!" De fato, ele guardou silêncio sobre este assunto durante 14 anos! Obs.: O terceiro céu - Paulo o identifica como o paraíso. Normalmente se supõe que o primeiro seria a atmosfera (firmamento) e o segundo o espaço (sol, lua, estrelas, etc.). Obs.: Se Paulo recusa se gloriar nos seus feitos e nas suas experiências espirituais, ele pode se gloriar no que? Ele já falou várias vezes: na sua fraqueza. Alguns dos detratores de Paulo o consideravam fraco (10:10; 11:21). No seu argumento aqui, ele torna seu ponto "fraco" em ponto forte. Ele se gloria na fraqueza, porque a fraqueza dele destaca com mais clareza a força de Deus (11:30; 12:5,9,10; 13:3). 12:7-10. A ilustração de fraqueza que Paulo escolheu foi de algum sofrimento que ele descreve como "espinho na carne". Ele não identifica o espinho, mas fala algumas coisas interessantes que nos ajudam quando enfrentamos diversos tipos de sofrimento em nossas vidas: (1) O espinho servia para combater qualquer tendência de se ensoberbecer ou se exaltar. Nas fraquezas, lembramos-nos da nossa dependência de Deus e do fato que somos insignificantes em comparação com ele. (2) O espinho foi um mensageiro de Satanás. Embora Deus use nossas angústias para seu propósito, foi Satanás que pôs o espinho na vida de Paulo. Compare com o caso de Jó. Deus permitiu que o Diabo o afligisse.(3) Paulo pediu três vezes, mas Deus recusou tirar o espinho de sua vida.
As doutrinas de algumas igrejas hoje que sugerem que a vida cristã deve ser livre de sofrimento, ou que sofrimento é prova de pecado na vida da pessoa, são doutrinas erradíssimas. Paulo, um servo fiel e dedicado, sofreu na carne. Servos fiéis hoje podem sofrer pobreza, doenças e outras tristezas. (4) A graça de Deus basta. Satanás mandou o espinho, mas Deus o usou para mostrar a importância de sua graça para com Paulo. (5) O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza do homem. (6) Paulo prefere gloriar em Cristo do que receber a glória dos homens. (7) Uma vez que Paulo aprendeu entender as coisas desta maneira, ele sentia prazer nas fraquezas, injúrias, etc, pois nestes momentos ele viu o poder de Deus com mais nitidez. Veja Tiago 1:3-4. (8) Quando Paulo era fraco em termos de circunstâncias desta vida, ele se sentiu mais forte por causa da força de Deus na vida dele.    12:11-13. Paulo considerou toda esta "loucura" desnecessária e constrangedora. Os fatos deveriam ter sido evidentes aos coríntios: (1) Ele não era inferior aos falsos profetas! (2) Ele apresentou as credenciais do apostolado (milagres) aos coríntios. (3) O fato que ele não recebeu sustento da igreja dos coríntios não a fez inferior a outras. (Ele pede perdão pela "injustiça" de não ser pesado para eles!) Obs. As credenciais do apostolado. Paulo cita seus sinais, prodígios e poderes miraculosos como provas do seu apostolado. Nisso ele nos lembra de um fato frequentemente ignorado sobre os dons miraculosos na igreja primitiva. Os sinais serviam para confirmar a palavra pregada pelos apóstolos (Marcos 16:20; Hebreus 2:3-4). Hoje, temos a palavra revelada e confirmada nas Escrituras, e não há mais necessidade de sinais (1 Coríntios 13:8-13). Nós não somos apóstolos (testemunhas oculares de Cristo ressuscitado - Atos 1:22; 1 Coríntios 15:8), e não temos as credenciais do apostolado. 
             Graças a Deus, temos um caminho sobremodo excelente, superior a qualquer sinal miraculoso; temos a palavra de Deus que pode salvar almas! 12:14-18. Paulo não pretendia ser "pesado" na próxima visita a Corinto. Ele não foi atrás dos bens, e sim procurou as pessoas. Ele não se interessou pelo dinheiro dos coríntios. Obs.: "pela terceira vez" sugere a possibilidade de uma visita por Paulo a Corinto entre a primeira e segunda carta. Veja comentários a esse respeito na introdução (Estudo 1/15). Obs.: O motivo do trabalho de Paulo. Este apóstolo não procurava os bens materiais dos cristãos onde ele trabalhava. Não tinha metas de arrecadação, nem demandas salariais. Recebia sustento, sim, mas não aproveitou oportunidades de tomar os bens dos recém-convertidos nas igrejas que ele estabeleceu. Paulo se gastou no trabalho em prol das almas dos outros irmãos (15). Voltando a usar um tom de ironia, ele diz que prendeu os coríntios com dolo (16). Assim, ele chama atenção ao fato da sinceridade e falta de qualquer egoísmo no seu trabalho. Nem ele, nem os seus companheiros, tinham explorado os coríntios. Obs.: Paulo e outros poderiam ter aproveitado as coletas que foram feitas para ajudar os irmãos necessitados na Judéia, mas não o fizeram. De fato, Paulo fez tudo para evitar qualquer suspeita ou acusação em relação ao dinheiro levado (veja 8:19-24). Como o trabalho dele foi diferente dos negócios ocultos e, às vezes, sujos de algumas igrejas hoje! 12:19-21. Mostrando a sinceridade do seu amor para com os coríntios, Paulo faz mais um apelo incentivando-os a praticar a pureza. Ele não gostaria de encontrá-los praticando pecado. 13:1-4. Paulo se preparou para visitar Corinto pela terceira vez (veja comentário sobre 12:14 no estudo anterior) e estaria preparado para confrontar os falsos apóstolos com a justiça que a palavra de Deus exige. Paulo mostrou certeza de que Cristo falava nele, e afirmou a sua fé no poder de Jesus. Jesus morreu na fraqueza mas ressuscitou e vive no poder. Paulo (e qualquer outro) é fraco (veja 12:10), mas vive pelo poder de Deus. 13:5-10. Paulo desafiou os leitores que se examinassem para verificar a sua situação espiritual (5). Obs.: O desafio do versículo 5 vale para qualquer cristão. Realmente estamos na fé? Enquanto Paulo sugeriu a possibilidade que os coríntios fossem reprovados, ele falou com confiança de sua própria posição, e pediu que eles reconhecessem que ele não era reprovado (6). Paulo continuou orando para que os coríntios fizessem o bem, sem depender da atitude deles em relação a ele (7). Paulo não faria nada contra a verdade, e se regozijaria se os coríntios fossem, de fato, fortes (8-9). As correções que Paulo fez por carta tinham o propósito de evitar uma reprovação mais forte na visita a Corinto (10). Se for necessário ser duro, ele o faria com a autoridade que o Senhor lhe concedeu. 13:11-13. Como costumava fazer, Paulo encerrou a carta com algumas saudações para os irmãos. Ele enfatiza: (1) A união e paz entre irmãos (11) (2) O amor fraternal (12) Paulo encerra com uma bênção que inclui as três pessoas divinas: Jesus, o Pai e o Espírito Santo (13). Obs.: Algumas Bíblias dividem o versículo 12 em dois (12 e 13), assim dando um total de 14 versículos no capítulo. Outras têm apenas 13 versículos. O conteúdo é o mesmo. Aqui seguimos uma tradução que tem 13 versículos no capítulo.
Nobre leitor (a) eu posso parar aqui o comentário nas cartas de Paulo; pelo simples fato de ter encontrado num só comentário, todas as cartas de Paulo. Que  “Deus” abençoe este irmão que nos presenteou com este comentário serio, baseado dentro da palavra de  “Deus”. São pessoas assim que fazem a diferença para melhor; pois com humildade colocou a disposição de todos, seu belo comentário bíblico. 
Nobres leitores (as) este é mais um comentário teológico dentro das cartas de Paulo aos Coríntios, espero ter conseguido dar lhes um ótimo comentário, e que todos consigam entender melhor o sentido da cada carta. Mas lembrando sempre que estes comentários aqui foram feitos por homens que fizeram teologia. Eu, faço apenas estudos bíblicos, portanto diferente destes comentários aqui. O importante é que, quem quiser saber um pouco mais teologicamente, também são validos estes comentários.
Comentário, pesquisas, revisão José Carlos Ribeiro, membro da primeira Igreja Batista de MS. Sou formado em capelania hospitalar em 2012, curso dado pela capelã Mercedes Tavares e também pela UfMS, Curso dado pelo professor de Bioética para os alunos de medicina da UfMS, capelão, pastor e capitão do Corpo de Bombeiros de MS Ednilson Reis 
Campo Grande MS 16 de março de 2015  jc0856@hotmail.com 

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