Bíblia Sagrada: comentada por
José Carlos Ribeiro também em Inglês, grego e hebraico
Cap. 04: comentário nas cartas de
Corintios.
A
CIDADE DE CORINTO – GRÉCIA
Localização:
As quatro cidades mais importantes do Império Romano eram: Roma, Corinto, Éfeso
e Antioquia da Síria. Portanto, Corinto era célebre. A cidade localizava-se em
um istmo, que é uma porção de terra que liga uma península ao continente.
Possuía dois portos. Assim, além de ser a única passagem por terra entre o
norte e o sul da Grécia, era também passagem entre a Ásia, a Palestina e a
Itália.
Os
navegantes poderiam dar a volta pelo sul da península. Porém, o mar na região
era muito tempestuoso. Corinto era então um corredor de mercadorias. Além
disso, suas terras eram férteis. A cidade era rica e tinha localização
estratégica no cenário mundial.
História: Corinto grega
No
auge da civilização grega, Corinto já ocupava lugar de destaque. Em 146 a.C., a
cidade foi destruída pelo cônsul romano Mummius.
Corinto romana. Devido à sua posição estratégica, a cidade
foi reconstruída em 46 a.C. por Júlio César, tornando-se capital da Província
Romana da Acaia. A nova Corinto possuía ruas amplas, praças, templos (Netuno, Apolo,
etc), estádio (I Cor.9.24), teatros, estátuas, e o santuário de mármore branco
e azul (Rostra), onde se pronunciavam discursos e sentenças.
A idolatria de Corinto. A idolatria fazia parte da cultura grega com
seus inúmeros deuses mitológicos. Ao sul de Corinto Ali estava o templo de
Afrodite, também chamada Astarte, Vênus ou Vésper, – deusa do amor e da
fertilidade.
A corrupção de Corinto. Os cultos
a Afrodite incluíam ritos sexuais
realizados por 1000 sacerdotisas, ou seja, prostitutas cultuais. O fato de ser
cidade portuária contribuía para que umas séries de problemas se
estabelecessem. Muitos viajantes que por ali passavam se entregavam à
prostituição e à prática de outros delitos. O fato de estarem de passagem
criava uma sensação de impunidade, o que de fato se concretizava normalmente.
Estes e outros fatores contribuíam para uma corrupção generalizada na cidade.
História recente. A cidade de Corinto foi destruída por um
grande terremoto em 1858. Em seguida foi reconstruída a 6 km do local anterior.
Escavações na cidade antiga permitiram diversas descobertas arqueológicas, tais
como monumentos, imagens e ruínas de casas, templos e palácios.
A IGREJA EM CORINTO. A igreja em Corinto foi fundada pelo
apóstolo Paulo durante sua 2a viagem missionária, entre os anos 50 e 52 d.C.
Ali, Paulo permaneceu durante dezoito meses (At.18.1-8). A igreja era composta
por judeus e gentios. Entre seus membros havia ricos e pobres, inclusive
escravos.
AS EPÍSTOLAS AOS CORÍNTIOS. Em nossas bíblias, temos duas epístolas de
Paulo aos Coríntios. Entretanto, sabemos que elas seriam pelo menos três. Em I
Cor.5.9, Paulo se refere a uma carta anterior, a qual não chegou às nossas
mãos. Em II Cor. 7.8 existe referência à outra carta que pode ser I Coríntios.
Alguns comentaristas sugerem que a carta mencionada em II Cor.7.8, seja uma
outra epístola. Nesse caso, teríamos quatro epístolas. Trabalhando ainda com
hipóteses, sugere-se que essa epístola corresponda aos capítulos 10 a 13 de II
Coríntios, os quais poderiam ter sido ali agrupados posteriormente.
Temos então o seguinte esquema:
1a carta - desaparecida -
existência garantida por I Cor.5.9
2a carta - é a que chamamos I
Coríntios.
3a carta - desaparecida –
existência hipotética.
4a carta – é a que chamamos II
Coríntios.
A
PRIMEIRA EPÍSTOLA DE PAULO AOS CORÍNTIOS: Autor: Paulo (1.1) Escritor: Sóstenes (1.1)
Data:
56 d.C. Local: Éfeso (16.8)
Texto
chave: 5.7
Principais motivos da carta. Nessa
epístola, Paulo não expõe os fundamentos do evangelho, como fez na carta aos Romanos.
Afinal, ele já estivera doutrinando os coríntios pessoalmente durante um ano e
meio. Paulo escreveu àquela igreja depois de receber uma carta com perguntas
dos coríntios (I Cor. 7.1; 8.1-13) e a visita de pessoas que vieram trazendo
más notícias (1.11; 16.17). Os problemas dos coríntios eram muitos. Em destaque
estavam a divisão e a imoralidade.
Divisão na igreja. Logo que Paulo saiu de Corinto, após ter
fundado a igreja, Apolo chegou e deu prosseguimento ao trabalho (At.18.24-28).
Como disse o apóstolo: "Eu plantei, Apolo regou.." (I Cor.3.6). Sua
obra foi importante e digna de reconhecimento. Ele era homem eloquente e
conseguiu conquistar a simpatia de muitos coríntios. Ao que parece, os irmãos
ficaram impressionados com a pessoa de Apolo e começaram a fazer comparações
com Paulo, que talvez não falasse tão bem. (I Cor.2.1-5; II Cor. 10.10). Muitos
chegaram a desprezar o apóstolo Paulo, questionando sua autoridade e seu
ministério. (I Cor.1.11-14). Formaram-se então partidos dentro da igreja: os de
Paulo, os de Apolo, os de Cefas (Pedro em Aramaico) e os de Cristo (I
Cor.1.12). Não sabemos se Pedro esteve pessoalmente em Corinto. Pode ser que
sim. De qualquer forma, é mais provável que o nome de Pedro tenha sido levado
por judeus cristãos que vieram de Jerusalém. Talvez esse grupo corresponda aos
judaizantes que tantos problemas criaram para Paulo. O fato de alguns se
intitularem "de Cristo" pode ter sentido positivo ou negativo. Isso
poderia significar uma consagração maior, uma rejeição ao partidarismo, mas
pode também indicar independência, rejeição a todo tipo de liderança e uma
manifestação "orgulho espiritual". Conquanto não possamos tirar
conclusões sobre isso na primeira epístola, o texto de II Cor. 10.7 parece
mostrar que aqueles que se diziam "de Cristo" eram os mais
problemáticos.
Influências da cidade. Como vimos, a cidade de Corinto estava
dominada pela idolatria, pela imoralidade e pela corrupção generalizada. Tais
fatores estavam "batendo à porta da igreja". Em Corinto, as
influências da
cidade estavam fazendo apodrecer a igreja. Os costumes pagãos estavam
influenciando até mesmo a desorganização
dos cultos.
A carnalidade dos cristãos
coríntios. A influência externa
só produz resultado quando encontra receptividade interna. A carnalidade
daqueles cristãos era a porta aberta para os males externos.
Assim, surgiam diversos
problemas na vida da igreja.
No capítulo 2, Paulo fala sobre o
"homem natural" (v.14)
e o "homem espiritual" (v.15). O homem natural é o ímpio. O
espiritual é o cristão controlado pelo Espírito Santo.
No capítulo 3, verso 1, o autor se refere ao "homem carnal". Carnalidade é o
modo de vida de acordo com os desejos descontrolados da natureza pecaminosa. O
homem carnal é o crente sem o controle do Espírito Santo. Sua vida se torna
semelhante à do homem natural, onde o domínio do pecado é visto com
naturalidade.
Especificando as influências. Na sequência, procuraremos expor o
"pano de fundo" dos problemas da igreja de Corinto. Vários elementos
estavam contribuindo para aquela situação de caos.
A epístola apresenta o esforço de Paulo para
colocar as coisas em seus devidos lugares. Muitas delas deveriam ser colocadas
para fora da igreja. Religião e imoralidade (I Cor.5.1; 6.15-18; 7.2) A cultura
de Corinto misturava religião e imoralidade. Além disso, a vida passada
(6.9-11) de muitos daqueles irmãos constituía um ponto fraco, motivo pelo qual
alguns (ou muitos?) se deixaram levar pelos pecados sexuais. Paulo
deixa bem claro que essa mistura não poderia existir dentro da igreja. O padrão
de religiosidade da cidade não servia para os cristãos. O caso mais grave está relatado no capítulo 5: um homem da igreja havia cometido incesto com a sua
madrasta. O apóstolo aconselhou que o mesmo fosse expulso da igreja. Em casos
assim, muitos poderiam apelar para a tolerância, o amor, etc. Contudo, a
impunidade seria um forte incentivo para que outros se deixassem levar por
pecados semelhantes. A exclusão precisava ser feita. Posteriormente, o irmão
poderia ser readmitido na congregação, como parece ter ocorrido (II Cor.2).
A imoralidade de Corinto acabava por desvalorizar o casamento. Por
isso, Paulo lhes dá diversas orientações no sentido de que o casamento fosse
visto como uma instituição divina.
Embora o apóstolo afirme que é melhor estar
solteiro para servir a Deus, ele também deixa claro seu conselho no sentido de
que os casados não se separem. O casamento é colocado como um importante
antídoto contra a imoralidade. O problema sexual deturpava também o conceito de
amor. Afrodite era considerada a deusa do amor e este possuía uma conotação
principalmente sexual. Desse contexto grego vem à palavra "erotismo",
que é derivada do nome "Eros", um deus da mitologia. Paulo parece
estar preocupado com essa questão quando dedica o capítulo 13 ao amor. Ele quer formar um conceito correto a respeito
do amor, mostrando o que ele é e o que ele não é. Religião e ordem no culto (I Cor.14.23,26-35) A desordem pagã e a ordem cristã. Sabendo
que o culto a Afrodite era uma orgia, deduzimos que ali não se encontravam
ideais de reverência, ordem, decência e organização. Os cultos da igreja,
embora não incluíssem práticas sexuais, estavam bastante tumultuados. Paulo
escreveu então, procurando estabelecer princípios que pudessem regulamentar as
reuniões da igreja. Por isso ele diz para que se evite o falar em línguas sem
interpretação. E quando houver que não
se manifestem mais do que três profetas.
Aconselha
que as mulheres fiquem caladas durante o culto e que guardem as perguntas para
seus maridos em casa. Entendemos que Paulo não pretendia criar uma
"camisa de força" para nós, como se estivesse ditando um conjunto de
"leis eclesiásticas". Tais orientações foram assim radicais pois a
situação dos coríntios era grave. De tudo isso, precisamos guardar os
princípios de ordem, decência, reverência e que só se faça no culto aquilo que
puder promover a edificação da igreja.
Religião e comportamento feminino.
Por que será que Paulo foi tão
rigoroso em relação às mulheres cristãs?
Lembremo-nos de que as mulheres ocupavam lugar de proeminência na religião pagã
de Corinto. A
principal divindade era uma deusa. As mulheres oficiavam os cultos a Afrodite.
Eram 1000 sacerdotisas que se prostituíam no templo. Além disso, as prostitutas
proliferavam-se pela cidade. Comentaristas nos informam que, quando uma mulher
usava o véu, isso significava que ela estava submissa a um homem, quer seja seu
marido, seu pai ou um parente responsável. Quando se via uma mulher sem véu e
com o cabelo tosquiado ou mesmo raspado, já se deduzia que a mesma estava
totalmente disponível. Essa era a maneira como as prostitutas eram identificadas. Sendo assim, as mulheres cristãs
precisavam agir com modéstia, precisavam usar o véu e manter seus cabelos
compridos. Nos cultos não lhes seria dado lugar de destaque ou liderança. Não
se poderia deixar que o estilo pagão de culto influenciasse a igreja. O uso do
véu era importante naquele contexto cultural. Deixar de usá-lo naqueles dias
seria motivo de mal testemunho ou escândalo. Então, era prudente que as
mulheres cristãs usassem o véu. Podemos comparar isto ao uso da aliança hoje
como sinal de compromisso matrimonial. Se o homem casado ou a mulher casada
deixam de usar aliança, não estarão desobedecendo a um mandamento bíblico
específico, mas estará levantando suspeitas e maus juízos, o que não é
edificante para o cristão nem para o evangelho.
Reforça-se
então a necessidade que temos de extrair os princípios que tais passagens nos
trazem e não sua aplicação literal. Paulo está ensinando o uso do bom senso em
relação aos costumes culturais e também está orientando sobre a autoridade do
homem sobre a esposa.
Religião e alimentação (I
Cor.8.10; 10.27). Assim como
ocorria no judaísmo, os sacrifícios de animais eram comuns em diversas
religiões. Parte do animal era queimada sobre o altar. Outra parte era servida
aos ofertantes, sacerdotes e convidados. Eram, portanto, frequentes as
refeições nos templos pagãos.
Desta influência surgiram dois
problemas para a igreja:
1
– Os cristãos realizavam refeições na igreja em ambiente tumultuado e chamavam
isso de ceia do Senhor. Os ricos levavam grande quantidade de comida e bebida
para a igreja. Chegavam até a ficar embriagados (I Cor.11.20-22). Enquanto
isso, os irmãos pobres muitas vezes não tinham o que levar. Isso se tornava
então uma situação constrangedora e humilhante. Por isso, Paulo perguntou:
"Não tendes, porventura, casas onde comer
e beber?" As reuniões da igreja não podiam reproduzir as refeições dos
templos pagãos. Então, o comer
e beber?" As reuniões da igreja não podiam reproduzir as refeições dos
templos pagãos.
Então, o apóstolo orienta como
deve ser a ceia do Senhor: com reverência, ordem e santidade
(I
Cor.11.23-34). 2 – Outro problema é que as refeições nos
templos pagãos eram acontecimentos sociais e, eventualmente, os cristãos
poderiam ser convidados para participar. Estariam então diante de um alimento
sacrificado aos ídolos. Paulo diz que, já que o ídolo é nada, é uma ilusão,
então a carne sacrificada é como outra carne qualquer. Ali não existe nenhuma
maldição nem contaminação. Porém, se um cristão, que antes adorava naquele
templo pagão, vê um irmão comendo ali a carne do sacrifício, ele pode se sentir
tentado a voltar à sua prática antiga. Cria-se então uma situação de tropeço e
confusão. Se a participação em tais refeições pode se tornar motivo de
escândalo, então é melhor evitá-las (I Cor. 8). Ele diz também que o cristão
não pode participar da mesa do Senhor (ceia) e da mesa dos demônios (refeições
pagãs). Muitas vezes, a carne desses animais sacrificados ia parar até nos
mercados. Sobre isso, Paulo diz que o cristão deveria comprar sem preocupação
(10.25). Não deveria nem perguntar sobre a origem da carne.
Da
mesma forma, se o cristão fosse almoçar na casa de um ímpio, deveria comer de
tudo sem perguntar (10.27). Entretanto, se o anfitrião dissesse que aquela
carne era de um sacrifício aos ídolos, o cristão deveria recusá-la, não por
causa do ídolo ou por causa do animal, mas porque o comer poderia ser
interpretado como participação na idolatria ou, no mínimo, aprovação (10.28).
Religião e Filosofia Se, naquele tempo, a filosofia grega era
influente em todo o mundo, quanto mais em Corinto, que estava na Grécia. A
filosofia clássica se caracteriza pela interpretação humana da realidade. Tal
pensamento formou e ainda forma muitos conceitos que são geralmente aceitos
como verdade. As
palavras de Paulo nos fazem entender que os coríntios possuíam conceitos
distorcidos sobre o amor, a liberdade e a sabedoria. Muitas vezes, a filosofia
é utilizada para montar justificativas para o pecado. Os
gregos eram orgulhosos por seu conhecimento filosófico. O apóstolo se esmera
por mostrar que o entendimento humano é loucura. Ele procura mostrar o
verdadeiro sentido do amor, da liberdade, da sabedoria, etc.. No texto que vai
de 1.18 a 2.16, Paulo confronta a
sabedoria humana com a sabedoria divina. Estava em alta o pensamento gnóstico,
o qual supervalorizava o conhecimento, associando-o à salvação humana. A
ciência tomava ares de virtude espiritual. Além de enfatizar a sabedoria divina
contra a sabedoria humana, Paulo também afirma: "A ciência incha, mas o
amor edifica" (I Cor.8.1).
A
matéria era vista pelos gnósticos como maligna. Daí surgem várias heresias: Se
a matéria é má, o casamento também. Paulo combate essa ideia em I Cor. 7.5.
A ressurreição do corpo era vista
como "materialista".
Por isso Paulo expõe e defende a doutrina da ressurreição no capítulo 15. Enquanto que alguns gnósticos, diante da
suposta malignidade da matéria, optavam pelo ascetismo, ou seja, pela negação
dos desejos sexuais e a total abstinência, outros, combinando gnosticismo e
cristianismo, julgavam-se protegidos contra todos os males e, assim, podiam,
supostamente, se entregar aos desejos sem restrições. Conhecimento, liberdade e
amor eram elementos mal interpretados, mal colocados e mal valorizados em
Corinto. Isso veio a causar uma série de problemas na igreja. Alguns
julgavam que a liberdade cristã lhes dava direito de fazer tudo, quer seja a
participação nas refeições dos templos pagãos ou mesmo a união carnal com as
meretrizes.
Paulo se posiciona contra todas
essas variações da influência filosófica e da falsa interpretação do
cristianismo. Assim, ele condena a libertinagem sexual, ao mesmo tempo em que
defende a legitimidade do sexo dentro do matrimônio (I Cor. 6.15-16 e I Cor.7). A liberdade cristã é, de fato, ampla.
Contudo, o amor é o seu parâmetro maior. Assim, se, no uso da nossa liberdade,
ultrapassamos os limites do amor a Deus e ao próximo, saímos da liberdade
cristã e entramos nos domínios do pecado.
Por
isso, Paulo diz: "Todas as coisas
me são lícitas, mas nem todas me convêm." (I Cor.10.23). "Não sabeis
vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de
Cristo e fá-los-ei membros de meretriz? Não, por certo" (I Cor.6.15).
Ao usar a expressão "não sabeis", fica evidente a questão do
conhecimento. Os coríntios sabiam muita coisa, mas era urgente que soubessem
sob o ponto de vista de Deus, conforme Paulo estava procurando expor. Com
relação aos alimentos sacrificados aos ídolos, Paulo deixa claro que a
liberdade cristã, em princípio, nos permitiria participar deles, uma vez que o
ídolo é uma ilusão. Entretanto, vêm novamente à tona as questões do amor. Se
tal exercício extremo da liberdade for causar escândalo ao próximo, ou ao
irmão, então o amor não estaria operando. "Ninguém
busque o proveito próprio, antes cada um o que é de outrem." (I
Cor.10.24).
A solução. Paulo lembra aos coríntios que Jesus é o
fundamento de suas vidas. Entretanto, sobre esse fundamento, estava sendo
utilizado material estranho para a construção. Entra aí a questão da
responsabilidade dos líderes eclesiásticos. Não sabemos quem liderava a igreja
em Corinto. Ao que tudo indica, faltava ali uma liderança forte que conseguisse
conduzir a igreja. Vemos que a mesma estava dividida em grupos. Certamente,
havia líderes, mas estes não estavam conseguindo uma coesão entre si e entre os
membros da igreja. Paulo precisou enviar
Timóteo (I Cor.4.17; 16.10). Ele insistiu para que Apolo fosse até lá, mas
isso não foi possível (I Cor.16.12).
O apóstolo chama a atenção da
igreja para o seu fundamento: Cristo (I Cor.3.11). Ele é também a solução para todas aquelas questões e problemas. A
edificação precisa ser coerente com o alicerce.
O nosso desenvolvimento na fé precisa utilizar
doutrinas e conceitos coerentes com a pessoa e o ensino de Cristo. Ele
apresenta Jesus como a sabedoria de Deus, justiça, santificação e redenção
(1.30). Esses
elementos precisam estar combinados na vida do cristão: sabedoria, justiça,
santificação e redenção. A sabedoria humana não produz a justiça divina na vida
do homem. O conhecimento humano não se vincula à santificação e, muitas vezes,
abona o pecado. O resultado de tudo isso jamais será redenção, mas sim
perdição. A filosofia como material de edificação da igreja não lhe daria
firmeza. Pelo contrário, causaria sua queda e ruína. Paulo apela para a
lembrança da história de Israel no capítulo 10.1-13. Seu objetivo era mostrar
que, embora aquele povo tenha saído do Egito sob a poderosa manifestação do
poder de Deus, pereceu depois no deserto pelo fato de ter se deixado levar por
tentações diversas. Fica então traçado um paralelo dessa narrativa com a
experiência dos coríntios, aos quais o apóstolo adverte contra os riscos de
fracasso na fé (10.12). --Macro divisão da carta - Purificação da igreja (1.1 a
11.34); - Orientação doutrinária (12.1 a 16.24).
ESBOÇO
(I COR.) I – Saudação – 1.1-9
II
– Necessidade de purificação da igreja – 1.10-31. è
Divisões. è
Culto ao homem. è
Glória pela sabedoria humana.
III
– Exemplo de Paulo – 2.1-16. Sabedoria
humana x sabedoria divina. è IV – Divisão:
imaturidade e carnalidade – 3.1-4. è V – Os ministros na
igreja – 3.5 a 4.21. è Quem são? 3.5 è
Como agricultores – 3.6-8.è Colaboradores – 3.10. è Edificadores – 3.10. è Despenseiros – 4.1. è Ministros (servos) –
4.1. Sofredores! – 4.9-13 (Paulo se
refere aos ministros como: últimos, condenados, espetáculo, loucos, fracos,
desprezíveis. Esta seria a visão do mundo a respeito deles). è Exemplo para a igreja
– 4.16.
VI
– O dever de purificar a igreja – 5.1 a 6.20. è
Da imoralidade – 5.1-13; 6.9-20. èDos
litígios entre irmãos – 6.1-8. è VII – O casamento e a
vida cristã – 7.1-40. è VIII – A liberdade e o
amor (liberdade com responsabilidade) – 8.1-13. èIX
– O exemplo de renúncia de Paulo – 9.1-27. è
X – Exemplos da história de Israel. Riscos para a igreja. 10.1-15. è
XI A mesa do Senhor e a mesa dos demônios. 10.16-21.
A
idolatria e as relações sociais. è
XII – A liberdade e o amor – 10.23-33. Os alimentos sacrificados aos ídolos. è XIII – Observação dos
costumes sociais – 11.1-16. è
O risco dos escândalos (obs.: 10.32). XIV
– A ceia do Senhor – 11.17-34. èXV – Os dons
espirituais e o corpo de Cristo – 12.1-31. XVI
– A supremacia do amor – 13.1-13. è XVII – O dom de
línguas, as profecias e a ordem no culto – 14.1-40. è
XVIII – A doutrina da ressurreição – 15.1-58. è
XIX – Instruções finais. As ofertas para Jerusalém.
Saudações. – 16.1-24. autor: Anísio
Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.
II Carta aos Corintios
"Explicação Teológica" Pouco
tempo após ter enviado a primeira Carta, deve ter surgido em Corinto alguma
crise disciplinar com consequências desagradáveis, que o obrigou a fazer uma
rápida e amarga visita a cidade, no decurso da qual, prometeu voltar em breve
para ficar mais tempo. Entretanto, um novo incidente, no qual parece ter sido
ultrajada a autoridade de Paulo, na pessoa de um de seus representantes, o fez
substituir esta visita por uma carta severa e escrita “por entre muitas
lágrimas”, que produziu um salutar efeito. Esta
segunda Carta aos Coríntios foi escrita em fins do ano 57. Algum tempo
depois, ele passou outra vez por Corinto e de lá regressou a Jerusalém, onde
foi preso.
Paulo
começa a Carta tecendo considerações e criticando de maneira oculta, os fatos
que aconteceram na Comunidade, realçando que sempre lhe causou imensa alegria
encontrar a Comunidade Cristã de Corinto, da mesma forma que ele percebia,
quando lá chegava, sua presença sempre era uma “graça”, estando entre eles. Por
essa razão, sentia grande tribulação e estava com o coração angustiado
escrevendo-lhes “em meio a muitas lágrimas, não para vos entristecer, mas para
que conheçais o amor transbordante que tenho para convosco”. Entretanto, logo a seguir, muda de assunto,
interrompendo a recordação dos acontecimentos desagradáveis e faz uma digressão
sobre o seu ministério apostólico. Então, ele menciona o roteiro da viagem e
quando pretendia voltar a Corinto para se encontrar com os fieis cristãos.
E nesta oportunidade, com decisão e clareza,
confirma o seu trabalho apostólico essencialmente impulsionado pelo ESPÍRITO DE
DEUS, dizendo: “Não pregamos a nós mesmos, mas a JESUS CRISTO SENHOR”. “Foi ELE
mesmo quem reluziu em nossos corações, para fazer brilhar o conhecimento da Sua
glória, que resplandece na face de CRISTO” Descreve a seguir, todas as
suas tribulações e tristezas, assim como as esperanças de seu ministério,
dizendo: “Somos atribulados por todos os lados, mas não esmagados; postos em
extrema dificuldade, mas não vencidos pelos impasses”... “Pois sabemos que
Aquele que ressuscitou o SENHOR JESUS ressuscitará também a nós com JESUS e nos
colocará ao lado Dele, juntamente convosco”.
O Apóstolo revela a sua absoluta convicção na ressurreição diante do
temor da morte, ensinando que se nossa morada terrestre caminha para a ruína,
teremos no Céu um edifício primoroso e eterno, obra de DEUS. Todos terão que
comparecer perante o tribunal de CRISTO, onde receberão a retribuição do que
tiver feito durante a sua existência. Dessa forma, sempre compenetrado do temor
do SENHOR, ele procurava ensinar e convencer as pessoas, mostrando-lhes o
caminho do direito, da justiça e do amor fraterno. E por isso também, esperava
ser acolhido amavelmente e compreendido pela consciência de cada fiel. “Não nos
recomendamos de novo junto a vós, mas desejamos dar-vos a ocasião de vos
gloriardes ao nosso respeito, a fim de que possais responder àqueles que se
gloriam apenas pelas aparências, e não pelo que está nos corações. Se nos
deixamos arrebatar como para fora do bom senso, foi por causa de DEUS; se somos
sensatos, é por causa de vós”. (Para colocar-se ao alcance dos leitores, no seu
ardor particular de convencer e converter as pessoas). E dentro desta
realidade, num e noutro caso, ele sempre agia compelido pelo Amor de CRISTO. E
completa o seu raciocínio lembrando-lhes que eles são colaboradores na missão
Divina e desse modo, não devem receber “a graça de DEUS em vão”. (A ação de
graças ocupa lugar importante nas epístolas de São Paulo, porque a ação de
graças deve animar todas as ações do cristão, realizadas em nome de CRISTO e
por ele assumidas em sua ação de graças ao PAI ETERNO. Assim, a gratidão é um
dever correspondente à Vontade de DEUS, pois a ação de graças do cristão
“devolve”, ainda que imperfeitamente, a graça que emana do SENHOR DEUS).
(É
exatamente nesta parte da Missiva, que Paulo volta a se referir, ocultamente,
aos desagradáveis acontecimentos e faz exortações aos fieis de Corinto). (2 Cor
6, 2)
Agora é o tempo favorável à
salvação segundo os desígnios
Divinos, por isso devemos evitar acontecer qualquer motivo de escândalo, a fim
de que o seu ministério não seja sujeito a escândalo. Ao contrário, exorta o
Apóstolo, como ministros de DEUS, recomendamos: “ter perseverança ao sofrer as
tribulações, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nas
desordens, nas fadigas, nas vigílias, nos jejuns, pela pureza, pela ciência,
pela paciência, pela bondade, por um espírito santo, pelo amor sem fingimento,
pela palavra da verdade, pelo poder de DEUS, pelas armas ofensivas e defensivas
da justiça, na glória e no desprezo, na boa e na má fama; tidos como impostores
e, não obstante, verídicos; como desconhecidos e, não obstante, conhecidos;
como moribundos e, não obstante, eis que vivemos; como punidos e, não obstante,
livres da morte; como tristes e, não obstante, sempre alegres; como indigentes
e, não obstante, enriquecendo a muitos; como nada tendo, embora tudo
possuamos”!
A
seguir o Apóstolo faz severas críticas e advertências, a fim de que a consciência
do povo seja despertada e haja harmonia e compreensão: “A nossa boca se abriu
para vós, ó coríntios; o nosso coração se dilatou. Não é estreito o lugar que
ocupais em nós, mas é em vossos corações que estais na estreiteza. Pagai-nos
com igual retribuição; falo-vos como a filhos: dilatai também os vossos
corações”! E escreveu muito mais: “Não formeis parelha incoerente com os
incrédulos. Que afinidade pode haver entre a justiça e a impiedade? Que
comunhão pode haver entre a luz e as trevas? Que acordo entre CRISTO e Beliar?” (Beliar ou Belial, que é o
Maligno, Satanás) “Que relação entre o fiel e o incrédulo? Que há de comum
entre o Templo de DEUS e os ídolos? Ora, nós é que somos o templo do DEUS vivo
como disse o próprio DEUS: Em meio a eles habitarei e caminharei, serei o seu
DEUS, e eles serão o meu povo".. (Eze. 37,27) Tendo concluído as suas advertências, Paulo
cita o Profeta Ezequiel e exorta os fieis a se purificarem dos pecados que
mancharam o corpo e a alma, a fim de poderem caminhar no temor de DEUS para a
busca da santificação pessoal. Se vos entristeci com minha carta, escreve o
Apóstolo, não me arrependo, porque a tristeza produz arrependimento que leva a
salvação.
Na segunda parte da epístola ele
aborda a “Organização da Coleta”.
Exorta os coríntios à generosidade, discorrendo sobre temas que lhe são caros:
a pobreza, fonte de enriquecimento para os outros; o exemplo de CRISTO, o dom
de DEUS que suscita o dom dos cristãos. Também ele realça as virtudes dos
fieis: “Visto que tudo tendes em abundância: fé, eloquência, ciência, toda
espécie de zelo e a caridade que vos inspiramos, procurai também distinguir-vos
nesta obra de generosidade. Quando existe a boa vontade, somos bem aceitos com
os recursos que temos; pouco importa o que não temos. Não desejamos que o
alívio dos outros seja para vós causa de aflição, mas que haja igualdade”.
Paulo esclarece que o fiel deve oferecer apenas o supérfluo, ou seja, aquilo
que não lhe irá faltar posteriormente. Com a coleta o Apóstolo põe em prática o
que ele ensina: “Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio
interesse, não se irrita, não guarda rancor”... (1 Cor 13,5) Depois, ele faz
uma apresentação elogiosa dos delegados que estão a serviço das Comunidades
Cristãs. Ele menciona Tito que era um cristão de origem pagã convertido por ele
e a quem chama de filho, e o outro apresentado é provavelmente Lucas, que logo
se destacou por sua maneira brilhante e fervorosa de pregar o Evangelho. E finalizando esta segunda parte de sua
missiva, evidência os benefícios que resultarão com a coleta, citando
versículos do Livro Provérbios: “Sabei que quem semeia com
parcimônia (pouco), também colherá com parcimônia, e quem semeia com largueza
(abundância), com largueza
também colherá”. (Pr 11, 24-25) Na terceira parte, forçado pelos
acontecimentos na Comunidade Cristã,
faz uma apologia de sua pessoa, respondendo primeiro sobre a “acusação de
fraqueza”. “Não quero dar a impressão de incutir-vos medo por minhas cartas”.
(Ou seja, que a severidade de Paulo era meramente verbal) “Pois as cartas,
dizem, são severas e enérgicas, mas, uma vez presente, é um homem fraco e a sua
linguagem é desprezível”. Ele esclarece com palavras simples e rápidas que isto
não corresponde à verdade e recomenda que tenham consciência de sua pessoa,
porque do mesmo modo como fala, ele também procede.
Respondendo
a “acusação de ambição”, ele
lembrava que seus adversários o caluniavam e tinham por único titulo de glória
a elevada opinião que eles faziam de si mesmos. Paulo acrescentava: quanto a
mim, posso glorificar-me de haver cumprido a missão que DEUS me confiou, porque
fundei a Igreja em Corinto. E em seguida, o Apóstolo disse: esperamos que,
quando a vossa fé tiver crescido suficientemente, assim também teremos chance
de crescer ainda mais em vossa estima. “Quem
se gloria, glorie-se no SENHOR. Pois não aquele que recomenda a si mesmo é
aprovado, mas aquele que DEUS recomenda”.
Constrangido a fazer
elogio a si mesmo, Paulo suplica: “Suportai-me”! E com devoção explica o seu
zelo por todos eles, de modo semelhante ao zelo de DEUS por todos nós. E por
isso, receia que os pensamentos deles se corrompam e aconteça como na sedução
da serpente no Paraíso, desviando-os da simplicidade devida a CRISTO, ou seja,
que eles venham a acolher a pregação de alguém que lhes apresente um JESUS
diferente daquele que ele ensina. “Todavia julgo não ser inferior, em coisa alguma, a esses eminentes
apóstolos! Ainda que eu seja imperito no falar, não o sou no saber”. “Terá sido
falta minha anunciar-vos gratuitamente o Evangelho de DEUS, humilhando-me a mim
mesmo para vos exaltar”?
Todos os fatos ocorridos na existência do Apóstolo o ensejavam a gloriar-se de seu trabalho. Mas ele sempre foi modesto e acima de tudo, colocava a Vontade de DEUS em primeiro lugar. Mas lembrava aos coríntios: “Os sinais que distinguem o Apóstolo realizaram-se entre vós: paciência a toda prova, sinais milagrosos, prodígios e atos portentosos”. Paulo termina a epístola revelando as suas apreensões e inquietudes, porque tinha receios de que quando voltasse a Corinto, encontrasse a discórdia, a inveja, as rivalidades, arrogância e desordens como aconteceu no passado. Por isso mesmo, decepcionado e constrangido terá que agir e prantear muitos daqueles que pecou anteriormente e que voltaram a pecar, não tendo sido convertidos da impureza, da fornicação e das transgressões que cometeram.
Todos os fatos ocorridos na existência do Apóstolo o ensejavam a gloriar-se de seu trabalho. Mas ele sempre foi modesto e acima de tudo, colocava a Vontade de DEUS em primeiro lugar. Mas lembrava aos coríntios: “Os sinais que distinguem o Apóstolo realizaram-se entre vós: paciência a toda prova, sinais milagrosos, prodígios e atos portentosos”. Paulo termina a epístola revelando as suas apreensões e inquietudes, porque tinha receios de que quando voltasse a Corinto, encontrasse a discórdia, a inveja, as rivalidades, arrogância e desordens como aconteceu no passado. Por isso mesmo, decepcionado e constrangido terá que agir e prantear muitos daqueles que pecou anteriormente e que voltaram a pecar, não tendo sido convertidos da impureza, da fornicação e das transgressões que cometeram.
Comentário
em 2 Coríntios 1:
1:1-2 Paulo e Timóteo mandaram
esta carta à igreja dos coríntios e aos demais santos na Acaia. Obs.: Como era
seu costume, Paulo incluiu seu co-obreiro na saudação, mas a carta é do próprio
apóstolo. Por este motivo, ele refere a si mesmo na primeira pessoa, e comenta
sobre Timóteo na terceira pessoa (veja 1:19). 1:3-11 Paulo agradeceu pela
consolação que Deus dá. O sofrimento de Cristo favorece os seus servos. O conforto
que Deus dava a Paulo, em seu sofrimento, equipou o apóstolo para confortar
outros que passavam por angústias. Como participavam do sofrimento,
participariam, também,
da consolação. Paulo passou por tribulações na Ásia, até ao ponto de desesperar
da própria vida. Por
essa experiência, ele aprendeu a confiar mais ainda em Deus (veja 12:9-10).
O apóstolo agradeceu as orações dos
coríntios a seu favor. Obs.: No resto do
livro, Paulo comentará bastante sobre sua atitude em relação ao sofrimento,
especialmente no capítulo 12. 1:12-14 Paulo afirmou sua sinceridade para com os
coríntios, e os relembrou de que sua mensagem era de Deus, e não da sabedoria
humana.1:15-22 Paulo defendeu a sua
honestidade em relação às mudanças nos planos dele. Ele tinha planejado uma
viagem a Corinto. De lá, ele iria à Macedônia e voltaria a Corinto antes de
prosseguir para a Judéia. Quando não fez a viagem como pretendia, alguns
evidentemente questionaram sua integridade. Ele se defendeu, dizendo que sua
palavra era confiável, como a palavra do Senhor. Obs. Paulo cita, neste
parágrafo, o Pai, o Filho e o Espírito. Disse que somos confirmados em Cristo,
ungidos por Deus (Pai), e selados no Espírito. Assim, ele mostra o privilégio
do cristão de estarem em comunhão com as três pessoas divinas (veja Mateus 28:19; João 14:17,23; 1
Coríntios 6:19). 1:23-24: Paulo
disse que ainda não tinha ido a Corinto para poupá-los. Baseado em comentários
encontrados mais tarde no livro, entendemos que Paulo estava dando tempo para os
coríntios se arrependerem de alguns pecados, para evitar a necessidade de
repreensões ásperas (veja, por exemplo, 10:2,9-11;
12:19-21; 13:1-2,10). 2
Coríntios 2 :1-4 Paulo não queria voltar para Corinto em tristeza;
então deu tempo para que resolvessem os problemas primeiro. Ele não se
regozijou na tristeza deles. Pelo contrário, ele queria participar da alegria
desses queridos irmãos. A tristeza evidente na carta dele demonstrou seu amor
verdadeiro para com eles. Obs.: Qual carta? Alguns comentaristas acreditam que
Paulo mandou uma carta entre 1 e 2 Coríntios, severamente repreendendo os
coríntios por algumas atitudes erradas. Supõe-se que esta carta severa fosse
enviada depois de uma visita rápida e desagradável (que teria sido, segundo
esta interpretação, a segunda visita; uma vez que ele estava planejando a terceira visita em 12:14 e 13:1). 2:5-11 Quando o irmão pecador se
arrepende e volta, deve ser acolhido em amor pelos irmãos. A referida punição
seria, provavelmente, a rejeição do pecador do meio da congregação, conforme o
ensinamento de 1 Coríntios 5. Um dos propósitos de tal expulsão é a salvação do
espírito do pecador, ou seja, o arrependimento e perdão dele. Uma vez que o
pecador se arrepende, deve ser perdoado e confortado. Obs.: Qual irmão? Paulo não identifica o
irmão que voltou. Pode ser o homem imoral de 1 Coríntios 5. Pode ser um dos
homens com queixa contra o irmão em 1 Coríntios 6. Pode ser algum outro caso
não especificado. Não importa o pecado ou a identidade do pecador. O princípio
ensinado aqui é válido em qualquer caso de arrependimento de um irmão que
pecou. Quando se arrepende, os outros devem o perdoar (veja Mateus 18:15-35). O
irmão arrependido precisa ser perdoado e confortado, para evitar que seja
consumido por excessiva tristeza. A
tristeza e sentimentos de culpa servem para nos conduzir ao arrependimento
(7:10; Tiago 8-10). Mas, se ficar na tristeza e vergonha, a pessoa será
consumida e vencida pelo erro. O irmão arrependido deve sentir o amor dos
outros discípulos. 2:12-13 Paulo ficou pouco tempo em Trôade, porque não
encontrou Tito. Continuou
a sua viagem até a Macedônia. Obs.: Saindo de Éfeso, Paulo foi até Trôade
(ainda na Ásia), e depois
prosseguiu até a Macedônia, que faz parte da Europa. 2:14-17. O aroma de vida e
morte.
Neste parágrafo, Paulo usa
simbolicamente a imagem de um desfile triunfal de um exército. Depois da batalha,
o comandante conduzia seus soldados, seguidos pelos prisioneiros. O incenso
queimado levava o cheiro de vitória aos vencedores, mas o cheiro de morte aos
prisioneiros, pois seriam mortos depois do desfile. Paulo pregava uma mensagem
só. A mesma palavra que faz o pecador sentir-se culpado e réu de morte traz as
boas novas de vida aos fiéis. Paulo disse que não mercadejava a palavra,
reafirmando sua sinceridade. 2 Coríntios 3:1-11: Paulo não precisou
dar carta de recomendação aos coríntios para estabelecer sua credibilidade,
pois os próprios coríntios eram evidência de seu trabalho. Ele começa, aqui, um
contraste entre o evangelho de Cristo e a lei do Velho Testamento. Observe os
pontos principais: ANTIGA ALIANÇA X NOVA ALIANÇA èTinta
X Espírito è Pedra X Carne/corações
èLetra mata X Espírito
vivifica Ministério da morte X Ministério do Espírito è
Condenação X Justiça è
Outrora X Atual èDesvanecia-se
X Permanente èGlória X Sobre
excelente glória. Obs.: "A letra
mata, mas o espírito vivifica". Muitas pessoas distorcem o sentido desta
frase, até usando o versículo para dizer que estudo da Bíblia pode ser
prejudicial! Mas, um pouquinho de estudo do contexto mostra que tal
interpretação é totalmente errônea. No contexto, a letra representa o sistema da
lei do Velho Testamento, que trouxe conhecimento das consequências do pecado,
mas não revelou o caminho para a salvação.
O espírito representa a palavra de
Cristo, que nos dá a solução para nosso problema. 3:12-18: A grande diferença
entre o Novo e o Velho Testamentos pode ser resumida na palavra
"esperança". Nós temos esperança e, por isso, temos motivo para falar
ousadamente sobre Cristo. Obs.: A grande
diferença entre o evangelho de Cristo e muitas religiões e filosofias é a
esperança. Muitas religiões oferecem a "esperança" de voltar pela
reencarnação para viver de novo, talvez como uma pessoa numa vida mais sofrida,
talvez como vaca ou mosca. Outras religiões oferecem a "esperança" de
perder a identidade em algum tipo de consciência universal. Várias filosofias
oferecem a "esperança" de morrer e cessar de existir. Mas Jesus
oferece a esperança da vida eterna. Pedro entendeu este fato quando disse a
Jesus: "Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna"
(João 6:68). Paulo disse que as pessoas que continuavam confiando na lei de
Moisés ainda tinham um véu que escondia a verdade sobre Cristo. O véu não está
mais sobre o rosto de Moisés, e sim sobre o coração dos que não se convertem a
Cristo. A verdadeira liberdade está no Espírito do Senhor. Obs.: Liberdade X Libertinagem. Paulo disse
que a liberdade está no Espírito de Deus, mas muitas pessoas procuram liberdade
em outros lugares. Até rejeitam a palavra do Senhor, rebelando-se contra a autoridade
dele para cumprir sua própria vontade. Tal libertinagem resulta na escravidão
espiritual da pessoa (2 Pedro 2:18-20). Pelo Espírito, somos transformados na
imagem do Senhor. Obs.: A imagem de Deus. Deus criou o homem à imagem dele
(Gênesis 1:26-27), mas o homem manchou a imagem com o pecado. Jesus nos mostrou
a imagem do Pai (2 Coríntios 4:4; Colossenses 1:15). Nós somos refeitos à
imagem de Cristo (2 Coríntios 3:18; Colossenses3:10). Obs.: Considere as afirmações dos versículos
17 e 18 em relação a divindade do Espírito Santo: "o Senhor é o
Espírito" e "pelo Senhor, o Espírito". E ainda há pessoas que
negam a personalidade e a divindade dele! 2 Coríntios 4.
4:1-6 Paulo fez seu trabalho de uma
maneira transparente e sincera, e não pretendia desistir dele.
Outros andavam de modo vergonhoso,
usando de astúcia e adulterando a palavra de Deus. As pessoas cegas continuam
perdidas, não enxergando a imagem de Deus em Cristo. Paulo não pregou uma
doutrina particular, mas sim, o evangelho de Cristo. Paulo, escolhido por
Cristo para ser apóstolo, se colocou na posição de servo dos coríntios, por
amor de Jesus. Obs.: É importante
observar, nas cartas de Paulo, o uso de palavras como servo, submissão,
sacrifício, etc. Ele mostra uma atitude de humilde serviço, que nós devemos
imitar. Através de Cristo, conhecemos a glória de Deus. 4:7-15 Neste parágrafo, Paulo explica bem a grande responsabilidade dos apóstolos. No
contexto, em que ele fala sobre a sua própria morte, parece que os vasos de
barro são os próprios apóstolos. Isso não nega, porém, a nossa responsabilidade
na divulgação do evangelho hoje (veja a transmissão dessa responsabilidade de
uma geração para outra em 2 Timóteo 2:2). Paulo queria sempre manifestar o
poder de Cristo, e não o seu próprio. Obs.: Confiança na carne. Nas cartas aos
coríntios, Paulo fortemente rejeita a ênfase nas obras dos homens. A grande
tendência de muitas igrejas, hoje em dia, é honrar os homens pelas obras
realizadas (diplomas de seminários, títulos de honra, glória de trabalhos
bem-sucedidos, reconhecimento por homens, etc.). Paulo pôs tudo que o homem é,
e tudo que o homem faz, na categoria de um vaso de barro.
A
glória pertence ao tesouro guardado no vaso, não ao próprio vaso. O versículo 10 apresenta um tema mencionado
várias outras vezes por Paulo. O cristão, em alguns sentidos, participa da
morte de Cristo e, também, participa da vida após a ressurreição (compare com
Romanos 6:3-4; 2 Coríntios 5:17; Colossenses 3:1-10). No versículo 13, ele
resume o sentido de Salmo 116, onde Deus é louvado por ter livrado seu servo da
morte. Neste contexto, Paulo mostra a mesma confiança. Ele será livrado da
morte na ressurreição, e todos que ouvem o evangelho podem participar da mesma
esperança. 4:16-18. Por causa da sua
esperança da ressurreição, Paulo não se desanimava quando contemplava a própria
morte. Ele mostrou a sua fé nas promessas de Deus, e depositou sua confiança
nas coisas eternas e invisíveis. 2 Coríntios 5: 5:1-5 Neste
parágrafo, Paulo apresenta uma perspectiva cristã da morte física. O corpo físico é um tabernáculo (tenda)
terrestre que está se gastando. O corpo
espiritual é um edifício (templo) eterno e celeste. Os santos gemem neste
corpo, querendo ser revestidos da vida eterna. Tal esperança é válida somente
para as pessoas preparadas/ vestidas da imagem de Cristo, e não despreparadas /
espiritualmente nuas (veja Colossenses 3:5-12; 2 Pedro 1:4). Paulo deixa bem
claro que ele não deseja a morte, e sim a vida eterna. Ele não quer ser
despido; ele quer ser revestido da vida. Obs.: O desejo de morrer. É importante
compreender a diferença entre a vontade de Paulo e a vontade do rei Saul, Judas
Iscariotes e outros que, até hoje, consideram o suicídio uma saída. Paulo não
desejava a morte, e sim a vida. Ele não estava correndo dos problemas desta
vida, mas olhava para o fim do caminho (2 Timóteo 4:6-8). Embora querendo estar
com Deus na eternidade, Paulo não apressou sua própria morte. Ele confiava em
Deus para decidir a hora certa para dar-lhe a coroa da vida. Embora Deus tenha
livrado os fiéis do medo de morrer, ele não autorizou o suicídio. Deus nos
preparou para a vida eterna, já dando uma amostra da vida eterna através do
Espírito (veja Efésios 1:13). Obs.: A
vida eterna: presente ou futuro? Quando a Bíblia
ensina sobre a salvação em Cristo e a vida eterna, fala em dois sentidos (veja
1 Timóteo 4:8). Num sentido, os discípulos de Cristo já têm a salvação e participam
da vida espiritual nele (Atos. 2:47; 15:11; Romanos.6:4; Efésios 2:1,5;
Colossenses 2:13; 1 João. 5:12-13). Em outro sentido, ainda aguardamos a
salvação e a vida eterna (veja Romanos. 2:7; 13:11; Gálatas. 6:8; Tito 3:7;
Hebreus. 9:28; Judas 21). 5:6-10: Paulo andava em esperança da vida
eterna que o motivou a ser agradável a Deus. Todos nós seremos julgados pelas
coisas feitas no corpo. Obs.: Julgamento
segundo as coisas feitas por meio do corpo. Apesar da confusão causada por
várias doutrinas humanas, algumas afirmações bíblicas são bem claras. As
diversas filosofias e religiões que ensinam a reencarnação enfrentam um
problema no versículo 10. Paulo não falou de julgamento das coisas feitas por
meio dos corpos. Ele falou de um corpo só (veja Hebreus 9:27). Mas Jesus afirma
que todos serão ressuscitados na mesma hora para o julgamento final (João
5:28-29). 5:11-17: Paulo pregava com convicção,
persuadido da mensagem de Cristo. Ele não confiava nas aparências da carne, e
sim na verdade no coração. Outros o julgavam louco, mas ele continuou servindo
a Deus. Os que estão em Cristo são novas criaturas. Obs.: Versículo 17 mostra a grande diferença
entre a morte e as trevas do passado e a vida e a luz em Cristo. Infelizmente,
algumas pessoas torcem o sentido do versículo para justificar o pecado. Sugerem
que a pessoa que praticava pecado pode continuar nas mesmas práticas, porque
agora Deus fez tudo novo. Mas ele fez tudo novo quando justificou (salvou,
perdoou) o pecador. Ele não justificou o pecado. Para sermos novas criaturas,
temos que deixar de praticar as coisas condenadas por Deus (veja 1 Coríntios
6:9-11). 5:18-21: O trabalho de Paulo era o ministério da reconciliação,
promovendo a paz entre Deus e os homens (veja Isaías 59:1-2; Efésios 2:14-18).
Paulo usufruiu a reconciliação, e passou a
pregar a mesma mensagem para outros. Ele diz: "Deus... nos
reconciliou" (5:18) e "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o
mundo" (5:19). Considere bem a mensagem profunda do versículo 21 sobre a
grande troca feita por Deus: Jesus não
conheceu pecado, e Deus o fez pecado por nós.
Nós conhecemos pecado, e Deus nos fez justiça através dele! Ele levou sobre si os nossos pecados; levamos
sobre nós a justiça dele! Que maravilha! 2
Coríntios 6: No parágrafo anterior (5:18-21), Paulo falou da reconciliação.
Disse que Cristo nos reconciliou, e que deu o ministério da reconciliação aos
seus embaixadores. Ele continua falando sobre este segundo aspecto da
reconciliação (o papel dele como servo de Jesus) no início do capítulo 6:1-3
Paulo exortou-os a não receberem a graça de Cristo em vão, frisando a urgência da sua obediência. Obs.: Ele cita Isaías 49:8 como a palavra de Jesus. Este versículo faz parte de uma série de profecias messiânicas em Isaías sob o tema "O Servo do Senhor". Paulo serviu com toda sinceridade e dedicação, para não impedir o progresso do evangelho. 6:4-10: Ao invés de dar motivo de escândalo, Paulo se negou em tudo para ser um bom embaixador de Cristo. Ele aceitou sofrimento na sua vida (versículos 4 e 5), e ainda desenvolveu as qualidades características de um servo fiel (versículo 6). Obs.: Tudo indica que Paulo ainda estava sendo criticado e rejeitado por alguns entre os coríntios. Seu amor não fingido (sem hipocrisia) sugere um contraste com o falso amor dos falsos apóstolos que estavam perturbando os coríntios (veja 11:13). Paulo confiava plenamente no poder de Deus para fazer seu trabalho, independente das interpretações erradas por parte de outras pessoas. 6:11-13: Paulo sente-se constrangido, não por falta de vontade de sua parte, mas pela rejeição pelos coríntios. O coração dele estava bem aberto para recebê-los, mas eles permaneciam fechados. 6:14-18: Nestes versículos, e no primeiro do capítulo 7, Paulo destaca a importância da santificação na vida dos cristãos. Não pode haver concordância entre as coisas de Deus e as
Paulo exortou-os a não receberem a graça de Cristo em vão, frisando a urgência da sua obediência. Obs.: Ele cita Isaías 49:8 como a palavra de Jesus. Este versículo faz parte de uma série de profecias messiânicas em Isaías sob o tema "O Servo do Senhor". Paulo serviu com toda sinceridade e dedicação, para não impedir o progresso do evangelho. 6:4-10: Ao invés de dar motivo de escândalo, Paulo se negou em tudo para ser um bom embaixador de Cristo. Ele aceitou sofrimento na sua vida (versículos 4 e 5), e ainda desenvolveu as qualidades características de um servo fiel (versículo 6). Obs.: Tudo indica que Paulo ainda estava sendo criticado e rejeitado por alguns entre os coríntios. Seu amor não fingido (sem hipocrisia) sugere um contraste com o falso amor dos falsos apóstolos que estavam perturbando os coríntios (veja 11:13). Paulo confiava plenamente no poder de Deus para fazer seu trabalho, independente das interpretações erradas por parte de outras pessoas. 6:11-13: Paulo sente-se constrangido, não por falta de vontade de sua parte, mas pela rejeição pelos coríntios. O coração dele estava bem aberto para recebê-los, mas eles permaneciam fechados. 6:14-18: Nestes versículos, e no primeiro do capítulo 7, Paulo destaca a importância da santificação na vida dos cristãos. Não pode haver concordância entre as coisas de Deus e as
do
Maligno. Observe os contrastes: Justiça X Iniquidade è
Luz X Trevas èCristo X O Maligno è Crente X Incrédulo è Santuário de Deus X
Ídolos. Nos versículos 16 a 18, Paulo
usa várias citações do Velho Testamento sobre o povo santo. Deus desejava um
povo santo em Israel, mas os hebreus não cumpriram sua responsabilidade. Então,
ele começou a profetizar sobre um povo santo e cumpriu as profecias em Israel
espiritual, a igreja. Hoje, em Cristo, participamos da comunhão do
Todo-Poderoso que habita entre os cristãos. 2
Coríntios 7. Paulo concluiu o
capítulo 6 com um apelo à santidade. Ele citou as grandes promessas da comunhão
com Deus, dizendo que Deus anda e habita no meio dos fiéis.7:1: Baseado nas
grandes promessas de comunhão com Deus, Paulo pede a cada discípulo: (1)
Purificar-se de toda impureza (a) da carne (imoralidade, obras da carne). (b)
do espírito (idolatria, doutrinas e práticas erradas). (2) Aperfeiçoar a
santidade com reverência e respeito para com Deus.7:2-4: Paulo volta a falar
sobre os problemas entre ele e os coríntios. Ele pede que abram seus corações,
afirmando que ele sempre agia em boa fé e sinceridade.7:5-16: Paulo começou a
comentar sobre sua procura de Tito em 2:12-13. Falou que chegou a Trôade
(partindo de Éfeso) e não encontrou Tito. Por esta razão, foi para a Macedônia.
Em 2:14, ele agradeceu a Deus pela vitória, mas não explicou o motivo
específico das ações de graça. Ele continuou falando sobre as bênçãos de Deus e
sobre o privilégio de participar delas. Aqui, ele volta à questão da procura de
Tito. Quando Paulo chegou à Macedônia, ele não achou Tito. Ele sentiu-se
angustiado, enfrentando vários problemas com esta preocupação sobre esse irmão
e cooperador. Mas, Deus o confortou com a chegada de Tito, levando notícias
animadoras dos coríntios. Paulo comentou sobre a severidade de uma carta
anterior. Obs.: É possível que houvesse outra carta entre 1 e 2 Coríntios, na
qual Paulo repreendeu algumas atitudes erradas dos coríntios. Muitas pessoas
acreditam que, entre as duas cartas, Paulo teria feito uma visita a Corinto e
que, devido alguns problemas com os irmãos na visita, teria mandado uma carta
severa, corrigindo-os. Ele se alegrou por causa do arrependimento verdadeiro
deles. No versículo 10, ele fez um comentário valioso sobre a tristeza e o
arrependimento. A tristeza de entender que o nosso pecado fere ao próprio Deus
produz o arrependimento verdadeiro que leva a salvação. Mas a tristeza do
mundo, de se lamentar por causa de consequências pessoais e imediatas, sem
compreender os efeitos maiores do pecado, não produz o arrependimento que Deus
quer. Pode causar algum sentimento de remorso (como Judas Iscariotes) sentiu
quando devolveu o dinheiro da
Pode causar algum
sentimento de remorso (como Judas Iscariotes) sentiu quando devolveu o dinheiro
da traição), mas não produz o arrependimento verdadeiro que precisamos para
sair do pecado. Além da sua alegria devida ao arrependimento dos coríntios,
Paulo ficou mais contente ainda quando ouviu de que maneira eles trataram
Timóteo. Paulo começou este capítulo com tristeza, pedindo que eles abrissem os
corações para aceitá-lo. Encerrou o capítulo elogiando a atitude dos coríntios,
e dizendo que tinha plena confiança neles.
2 Coríntios 8: Nos capítulos 8 e 9, Paulo incentiva os coríntios a participarem liberalmente da assistência aos santos necessitados na Judéia. Neste ensinamento, encontramos instruções e exemplos que mostram um aspecto do verdadeiro amor entre irmãos em Cristo. Os que tinham condições financeiras ajudaram outros que necessitavam de assistência. 8:1-7 Paulo cita o bom exemplo das igrejas da Macedônia para incentivar a generosidade dos coríntios. Apesar dos seus próprios problemas, os macedônios se mostraram liberais quanto à assistência aos santos. Insistiram em ajudar, mesmo acima da sua capacidade. Tal generosidade não começou com o dinheiro, mas com o sacrifício de si mesmos. Obs.: Uma vez que nós nos entregamos ao Senhor, devemos entender que os nossos recursos (dinheiro, habilidades, etc.) são ferramentas para usar no serviço a Deus. Os discípulos na Macedônia entenderam isso. Obs.: A graça concedida. Paulo usa essa expressão para descrever o privilégio de sacrificar, dando dinheiro para ajudar aos outros. 8:8-15. Paulo não quer obrigar os coríntios a participarem dessa benevolência, mas procura incentivá-los a dar voluntariamente por amor. Ele cita o exemplo de Jesus. Ele deixou a riqueza dos céus e se fez pobre por causa do seu amor para conosco. Através da pobreza dele, nós adquirimos as riquezas espirituais que ele mandou. Paulo espera a concretização dos planos dos coríntios. Eles falaram já da vontade de ajudar; ele espera a demonstração desse amor. Obs. Querer e realizar. Devemos sempre nos esforçar para pôr em prática os nossos planos espirituais. É importante querer crescer e fazer o bem. Cabe a nós cumprir a nossa parte para realizar tais intenções boas. Veja Filipenses 2:12-13. Paulo não espera que ninguém dê acima das suas condições, nem quer que alguns fiquem sobrecarregados enquanto outros são aliviados. Ele procura igualdade entre irmãos. Obs.: Igualdade. Alguns interpretam de uma maneira literal e errada esta palavra "igualdade" (8:13). Nem Paulo nem outros servos de Deus no Novo Testamento pregaram igualdade absoluta em termos de bens materiais. Eles não propuseram nenhum sistema de comunismo onde todos teriam exatamente as mesmas coisas. Ainda encontramos ricos e pobres entre os discípulos primitivos, mas não houve a necessidade de alguém passar fome enquanto outros tinham abundância. Obs.: Deus proverá. A citação de 8:15 vem de Êxodo 16:18, um trecho que enfatiza o fato que Deus providencia as nossas necessidades (compare com Mateus 6:21-34). 8:16-24. Paulo quer evitar a vergonha de irmãos chegarem a Corinto para achar os coríntios despreparados. Por isso, ele enviou três irmãos para ajudar na preparação da coleta dos coríntios antes de chegarem outros com Paulo. Esses três são: Tito (8:16), um irmão escolhido pelas igrejas (8:18), e mais um irmão de confiança (8:22). Eleito pelas igrejas (8:19). Alguns procuram qualquer apoio para justificar a criação de grandes denominações, completas com seus congressos nacionais, etc. Mas uma vez que uma igreja mostrou sua confiança num irmão para acompanhar Tito, ele foi "eleito" ou "escolhido" por aquela igreja. Quando outra congregação, conhecendo o mesmo irmão, pediu a mesma coisa, ele foi "eleito pelas igrejas". Não há nada aqui que justifique reuniões ou organizações que envolvam várias igrejas em decisões coletivas. 9:1-5. No início do capítulo 8, Paulo usou o exemplo dos macedônios para incentivar a liberalidade dos coríntios. Agora, ele disse que usou, também, o exemplo dos coríntios para estimular os macedônios! Devemos estimular uns aos outros em amor e boas obras (veja Hebreus 10:24). Paulo enviou os irmãos citados no fim do capítulo 8 para evitar algum constrangimento mais tarde. Eles ajudariam os coríntios a preparar a oferta, para que não se envergonhassem com a chegada de outros irmãos depois. 9:6-15. Paulo incentiva os coríntios a darem generosamente. Ele cita um princípio bem conhecido nas Escrituras: ceifamos o que semeamos. A oferta é voluntária, segundo a decisão de cada um para dar com alegria. Obs.: É obrigação contribuir? Aqui, Paulo diz que a oferta não deve ser feita por necessidade, mas 1 Coríntios 16:1-2 aborda o mesmo assunto como ordem. Podemos entender assim: é a responsabilidade de cada cristão contribuir, mas não devemos fazê-lo só por causa da obrigação. Devemos entender o propósito da oferta e participar com alegria, reconhecendo o privilégio de participar do trabalho do Senhor. Ao invés de segurar o nosso dinheiro, recusando utilizá-lo para servir a outros, devemos lembrar que todas as nossas bênçãos e a nossa capacidade de dar vêm do Senhor. Obs.: O versículo 9 é uma citação de Salmo 112:9. O Salmo 112 inteiro fala sobre a importância da bondade e fidelidade do servo para ser abençoado por Deus. A generosidade dos gentios em ajudar os santos necessitados de Jerusalém teve outros benefícios: - Além de ajudar aqueles santos, demonstrou gratidão para com Deus. - Além de ajudar aqueles santos, demonstrou comunhão com todos os santos. Por outro lado, os outros santos oravam em favor dos coríntios. Quem merece a gratidão e a glória é o próprio Deus. Neste capítulo, Paulo volta à defesa do seu apostolado em contraste com as alegações dos falsos apóstolos que induziram os coríntios ao erro. Em alguns momentos, ele assume o ponto de vista dos seus críticos, usando de ironia para se colocar numa posição de fraqueza. É necessário uma leitura cuidadosa para não se perder nas mudanças de "tom" nas palavras de Paulo.10:1-6
Paulo falou que era humilde entre eles mas ousado nas suas cartas. Mais tarde, ele explica que essa foi uma acusação feita por seus detratores (compare com o versículo 10: "dizem"). Por enquanto, Paulo usa esta imagem para reforçar seu ponto. O sentido é este: "Tudo bem, vocês me consideram manso quando presente e severo quando ausente. Então, façam tudo para corrigir os seus problemas, porque não quero ser severo quando chego aí." Apesar das opiniões de outros sobre Paulo, ele afirma a sua determinação de fazer o certo, agindo de acordo com a vontade de Deus e não a dos homens. Os versículos 3 a 6 descrevem bem a atitude e as táticas do servo de Deus nas batalhas espirituais. Observe:- Somos seres humanos, mas não usamos táticas humanas. - As armas que usamos são espirituais, não carnais. - Com as armas poderosas de Deus, podemos vencer a força dos homens (fortalezas, sofismas, altivez, pensamentos).
2 Coríntios 8: Nos capítulos 8 e 9, Paulo incentiva os coríntios a participarem liberalmente da assistência aos santos necessitados na Judéia. Neste ensinamento, encontramos instruções e exemplos que mostram um aspecto do verdadeiro amor entre irmãos em Cristo. Os que tinham condições financeiras ajudaram outros que necessitavam de assistência. 8:1-7 Paulo cita o bom exemplo das igrejas da Macedônia para incentivar a generosidade dos coríntios. Apesar dos seus próprios problemas, os macedônios se mostraram liberais quanto à assistência aos santos. Insistiram em ajudar, mesmo acima da sua capacidade. Tal generosidade não começou com o dinheiro, mas com o sacrifício de si mesmos. Obs.: Uma vez que nós nos entregamos ao Senhor, devemos entender que os nossos recursos (dinheiro, habilidades, etc.) são ferramentas para usar no serviço a Deus. Os discípulos na Macedônia entenderam isso. Obs.: A graça concedida. Paulo usa essa expressão para descrever o privilégio de sacrificar, dando dinheiro para ajudar aos outros. 8:8-15. Paulo não quer obrigar os coríntios a participarem dessa benevolência, mas procura incentivá-los a dar voluntariamente por amor. Ele cita o exemplo de Jesus. Ele deixou a riqueza dos céus e se fez pobre por causa do seu amor para conosco. Através da pobreza dele, nós adquirimos as riquezas espirituais que ele mandou. Paulo espera a concretização dos planos dos coríntios. Eles falaram já da vontade de ajudar; ele espera a demonstração desse amor. Obs. Querer e realizar. Devemos sempre nos esforçar para pôr em prática os nossos planos espirituais. É importante querer crescer e fazer o bem. Cabe a nós cumprir a nossa parte para realizar tais intenções boas. Veja Filipenses 2:12-13. Paulo não espera que ninguém dê acima das suas condições, nem quer que alguns fiquem sobrecarregados enquanto outros são aliviados. Ele procura igualdade entre irmãos. Obs.: Igualdade. Alguns interpretam de uma maneira literal e errada esta palavra "igualdade" (8:13). Nem Paulo nem outros servos de Deus no Novo Testamento pregaram igualdade absoluta em termos de bens materiais. Eles não propuseram nenhum sistema de comunismo onde todos teriam exatamente as mesmas coisas. Ainda encontramos ricos e pobres entre os discípulos primitivos, mas não houve a necessidade de alguém passar fome enquanto outros tinham abundância. Obs.: Deus proverá. A citação de 8:15 vem de Êxodo 16:18, um trecho que enfatiza o fato que Deus providencia as nossas necessidades (compare com Mateus 6:21-34). 8:16-24. Paulo quer evitar a vergonha de irmãos chegarem a Corinto para achar os coríntios despreparados. Por isso, ele enviou três irmãos para ajudar na preparação da coleta dos coríntios antes de chegarem outros com Paulo. Esses três são: Tito (8:16), um irmão escolhido pelas igrejas (8:18), e mais um irmão de confiança (8:22). Eleito pelas igrejas (8:19). Alguns procuram qualquer apoio para justificar a criação de grandes denominações, completas com seus congressos nacionais, etc. Mas uma vez que uma igreja mostrou sua confiança num irmão para acompanhar Tito, ele foi "eleito" ou "escolhido" por aquela igreja. Quando outra congregação, conhecendo o mesmo irmão, pediu a mesma coisa, ele foi "eleito pelas igrejas". Não há nada aqui que justifique reuniões ou organizações que envolvam várias igrejas em decisões coletivas. 9:1-5. No início do capítulo 8, Paulo usou o exemplo dos macedônios para incentivar a liberalidade dos coríntios. Agora, ele disse que usou, também, o exemplo dos coríntios para estimular os macedônios! Devemos estimular uns aos outros em amor e boas obras (veja Hebreus 10:24). Paulo enviou os irmãos citados no fim do capítulo 8 para evitar algum constrangimento mais tarde. Eles ajudariam os coríntios a preparar a oferta, para que não se envergonhassem com a chegada de outros irmãos depois. 9:6-15. Paulo incentiva os coríntios a darem generosamente. Ele cita um princípio bem conhecido nas Escrituras: ceifamos o que semeamos. A oferta é voluntária, segundo a decisão de cada um para dar com alegria. Obs.: É obrigação contribuir? Aqui, Paulo diz que a oferta não deve ser feita por necessidade, mas 1 Coríntios 16:1-2 aborda o mesmo assunto como ordem. Podemos entender assim: é a responsabilidade de cada cristão contribuir, mas não devemos fazê-lo só por causa da obrigação. Devemos entender o propósito da oferta e participar com alegria, reconhecendo o privilégio de participar do trabalho do Senhor. Ao invés de segurar o nosso dinheiro, recusando utilizá-lo para servir a outros, devemos lembrar que todas as nossas bênçãos e a nossa capacidade de dar vêm do Senhor. Obs.: O versículo 9 é uma citação de Salmo 112:9. O Salmo 112 inteiro fala sobre a importância da bondade e fidelidade do servo para ser abençoado por Deus. A generosidade dos gentios em ajudar os santos necessitados de Jerusalém teve outros benefícios: - Além de ajudar aqueles santos, demonstrou gratidão para com Deus. - Além de ajudar aqueles santos, demonstrou comunhão com todos os santos. Por outro lado, os outros santos oravam em favor dos coríntios. Quem merece a gratidão e a glória é o próprio Deus. Neste capítulo, Paulo volta à defesa do seu apostolado em contraste com as alegações dos falsos apóstolos que induziram os coríntios ao erro. Em alguns momentos, ele assume o ponto de vista dos seus críticos, usando de ironia para se colocar numa posição de fraqueza. É necessário uma leitura cuidadosa para não se perder nas mudanças de "tom" nas palavras de Paulo.10:1-6
Paulo falou que era humilde entre eles mas ousado nas suas cartas. Mais tarde, ele explica que essa foi uma acusação feita por seus detratores (compare com o versículo 10: "dizem"). Por enquanto, Paulo usa esta imagem para reforçar seu ponto. O sentido é este: "Tudo bem, vocês me consideram manso quando presente e severo quando ausente. Então, façam tudo para corrigir os seus problemas, porque não quero ser severo quando chego aí." Apesar das opiniões de outros sobre Paulo, ele afirma a sua determinação de fazer o certo, agindo de acordo com a vontade de Deus e não a dos homens. Os versículos 3 a 6 descrevem bem a atitude e as táticas do servo de Deus nas batalhas espirituais. Observe:- Somos seres humanos, mas não usamos táticas humanas. - As armas que usamos são espirituais, não carnais. - Com as armas poderosas de Deus, podemos vencer a força dos homens (fortalezas, sofismas, altivez, pensamentos).
-Nosso
alvo é simples: levar "cativo todo pensamento à obediência de
Cristo", completando a nossa submissão. Obs.: Sofismas são pensamentos ou
raciocínios que parecem razoáveis e válidos, porém são falsos. Paulo mostra,
aqui, que a sabedoria de Deus é superior à suposta sabedoria dos homens. 10:7-12. Paulo pede para seus críticos serem justos com ele. Eles se consideravam servos
de Cristo, mas negavam a posição dele na família do Senhor. De fato, Paulo não
era nem um pouquinho inferior a eles. Ele tinha recebido autoridade de Cristo
para edificar, e não para destruir. Obs.: Para edificar e não para destruir.
Paulo mostra um dos problemas fundamentais do partidarismo. Ao invés de
edificar, o espírito carnal destrói. Em 1 Coríntios 3:1-16, ele frisou este
mesmo ponto. Os verdadeiros servos não procuram criar ou defender seus próprios
partidos (assim destruindo o corpo de Cristo). Cada um de nós deve edificar e
contribuir ao bem do corpo. Paulo não aceitou a acusação que ele fosse forte às
cartas e fraco quando presente. Prometeu, se fosse necessário, usar da mesma
severidade na presença deles. Obs.: Padrões errados para avaliação de homens.
Paulo recusou avaliar-se por comparações com outros homens, e condenou tal
prática. Infelizmente, muitos supostos servos do Senhor ainda não captaram o
sentido desse ensinamento. Há hoje comentários sobre qual pregador é melhor que
o outro, prêmios para melhores sermões, melhores livros, melhores sites
evangélicos na Internet, etc. Pessoas que alegam ser cristãs participam
ousadamente do pecado de autopromoção. Tal prática não cabe no reino de Deus
(veja Mateus 20:27; 23:11; Lucas 17:10). 10:13-18 Paulo não tentou validar seu
trabalho por comparações com os trabalhos de outros. Ele se viu no contexto da
responsabilidade que Deus lhe deu. A esfera de ação dele incluiu Corinto e ele
faria o trabalho entre eles, apesar da oposição de alguns "irmãos".
Obs.: A esfera de
ação. Embora Paulo comente sobre locais geográficos, ele não sugere limites de
território físico no trabalho do Senhor. Os apóstolos foram enviados ao mundo
(Marcos 16:15), e a mesma responsabilidade de pregar o evangelho foi
transmitida a homens fiéis e idôneos (2 Timóteo 2:2). Pessoas
que se acham hoje donas de determinados "territórios" no trabalho do
Senhor mostram a mesma atitude carnal que Paulo condenou. Como servos de Deus,
podemos e devemos pregar em qualquer lugar onde exista oportunidade. Neste parágrafo, encontramos uma frase que
deve controlar todas as tendências orgulhosas de auto engrandecimento:
"Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor" (versículo
17).11:1-6. Paulo justifica sua loucura! Na segunda metade deste capítulo, ele
usará alguns argumentos que normalmente não empregaria. Aqui, ele explica o
motivo. Ele estava agindo por amor aos coríntios, fazendo tudo para evitar que
eles caíssem no engano de falsos apóstolos. Obs.: A "loucura" de
Paulo. Quando homens carnais começaram a comparar pessoas, Paulo ficou para
trás. Outros eram mais eloquentes ou mais polidos do que Paulo. Ele disse,
ironicamente, que ele era louco e os próprios coríntios sábios (1 Coríntios
4:10). É claro que não era o caso. Em 1 Coríntios 2:16, ele disse que tinha a
mente de Cristo. No início de 1
Coríntios 3, chamou os coríntios de crianças carnais. Do mesmo modo, ele
criticou as pessoas que se julgavam sábias, dizendo que devemos nos gloriar
exclusivamente no Senhor (2 Coríntios 10:12,17-18). Paulo não era louco, mas
considerou qualquer defesa baseada nos feitos humanos um tipo de loucura.
Assim, ele respondeu com esse tipo de argumento em 1 Coríntios 4:10-13 e usará
a mesma abordagem em 2 Coríntios 11:21-29.
O zelo de Paulo destaca a importância de nos manter puros, e de ajudar
outros a fazerem o mesmo. Paulo procurava proteger os coríntios de falsos
mestres para apresentar a noiva como virgem ao seu verdadeiro esposo, Cristo.
Obs.: A noiva de Cristo. Paulo emprega aqui uma ilustração muito comum para
descrever o povo de Deus. Desde o Velho Testamento, a relação entre Deus e seu
povo foi comparada ao noivado e ao casamento. No Novo Testamento, encontramos a
mesma figura em vários livros (Sugestão para seu próprio estudo: faça uma lista
de passagens que usam a figura de casamento para descrever esta relação
espiritual). Dessa figura, vêm diversas aplicações: a pureza da noiva (aqui), o
amor do marido e a submissão da mulher (Efésios 5:22-33), o problema de
adultério espiritual (o livro de Oséias; Ezequiel 16); o adorno da noiva para o
casamento (Apocalipse 21:2), etc. 11:7-15. Ao invés de se exaltar como outros,
especialmente os falsos apóstolos (tais apóstolos-11:5), Paulo tinha se
humilhado para servir. Viveu humildemente. Não pediu dinheiro aos coríntios,
mesmo passando privações. Obs.: "Despojei outras igrejas..." (8-9).
Paulo recebeu seu sustento de outras congregações. Ele não se fez pesado aos
coríntios. Ele não viu o trabalho com uma igreja como "negócio" para
lucrar materialmente e, sim, como serviço e sacrifício. Ele precisava de
sustento, é claro, e o recebia de outras congregações. Especificamente, ele
cita ajuda recebida da Macedônia durante seu tempo em Corinto. Da mesma forma,
evangelistas hoje podem ser sustentados por igrejas (veja 1 Coríntios 9:11-15).
Como aqui, o sustento deve ser enviado diretamente da igreja ao pregador
(Filipenses 4:15-17). Não há nenhuma autorização nas Escrituras para criar ou
manter algum tipo de sociedade missionária, nem de elevar uma congregação acima
de outras como matriz ou igreja patrocinadora. A humildade de Paulo não reflete
falta de confiança em relação à sua mensagem ou à sua missão (10). Por qual
razão Paulo confrontaria esses falsos apóstolos? Para destruir vidas e mostrar
falta de amor? De modo algum! Ele entrou nesta batalha espiritual para poupar
os amados coríntios dos estragos e da perdição que os falsos mestres trazem.
Obs.: O aspecto polêmico do nosso serviço. Qualquer servo fiel a Deus terá que
enfrentar os inimigos da cruz, e devemos nos preparar para tais confrontos (1
Pedro 3:15). Nunca devemos esquecer que são batalhas espirituais (2 Coríntios
10:3-6) e que o propósito não é a destruição das pessoas que se opõem a nós, e
sim a salvação das mesmas. O nosso foco não deve ser na batalha em si, mas nas
pessoas que queremos extrair dos erros perniciosos do Maligno (2 Timóteo
2:24-26). Satanás e seus servos se apresentam como anjos de luz, como se fossem
apóstolos de Cristo e ministros de justiça. Uma das maiores armas do diabo é a
sua astúcia. Ele vende a corrupção e a morte, mas em embalagens atraentes que
parecem inocentes. Os servos do diabo são, muitas vezes, pessoas simpáticas e
prestativas que parecem tão sinceras que outras pessoas são facilmente
enganadas por elas. Temos de lembrar que o próprio Satanás se apresenta como
anjo de luz, e os seus servos são lobos vestidos como cordeirinhos. 11:16-33.
Este trecho é exemplo da "loucura" de Paulo. Na verdade, ele jamais
se defenderia com argumentos carnais, tentando se exaltar. O ponto que ele quer
ensinar aqui é simples: Se os servos de Deus tivessem direito de se gloriar,
como os falsos apóstolos entre vocês fazem, eu poderia me defender muito bem.
Mas, de fato, não temos direito de nos exaltar. A tolerância dos falsos mestres
levará vocês à escravidão espiritual. Os argumentos da loucura de Paulo: (1) A
sua genealogia: de pura linhagem dos judeus. (2) O seu trabalho: ministro de
Cristo que sofria muito por causa da sua fé.(3) Preocupação com as igrejas: um
peso até maior do que o sofrimento físico. Paulo não se gloriou nestas coisas.
A única coisa dele que deu motivo para se gloriar foi a sua própria fraqueza.
Quando enfrentou perseguições intensas, foi Deus que deu livramento. A fraqueza
de Paulo, até a sua incapacidade de se defender, destacou a grandeza de Deus e
seu poder (veja 10:17). Este é o tema do início do capítulo 12. Obs.: Como precisamos de homens como Paulo
hoje! É triste observar a falta de humildade entre supostos servos de Cristo.
Homens procuram se glorificar, e exaltam uns aos outros, mesmo no contexto de
igrejas e trabalhos espirituais. Cultos especiais para honrar homens, destaque
dado a alguns por causa de sua formação teológica, exaltação de pessoas que têm
conquistado bens materiais ou posição social e o uso de líderes políticos como
convidados especiais são exemplos da carnalidade que Paulo rejeitou e condenou.
Um dos aspectos tristes dos desvios de igrejas e pessoas "religiosas"
é o esquecimento das qualidades que Deus quer na vida de todos os cristãos
(leia Gálatas 5:22-23; 2 Pedro 1:3-11), nos evangelistas (1 Timóteo 4:12-16),
nos diáconos (1 Timóteo 3:8-13) e nos presbíteros/pastores/bispos (1 Timóteo
3:1-7; Tito 1:5-9). Alguns destes trechos falam sobre habilidade e talento, mas
a grande ênfase está no caráter, nas atitudes e na conduta das pessoas. Paulo
não confiou nas coisas que ele trouxe a Cristo, mas no que Cristo fez para ele,
transformando a sua vida. Obs.: O cuidado de Paulo para com as igrejas
(versículos 28 e 29). Entre os pesos que ele suportava, Paulo achou mais
difícil o peso de preocupação com as igrejas. Ele não está reclamando sobre o
trabalho em si, nem o cansaço que ele sentia. Ele tinha tanta compaixão que
realmente sofria com as pessoas. Paulo sentiu as fraquezas e escândalos dos
irmãos em vários lugares, como se ele mesmo estivesse passando pelos mesmos
problemas. Paulo continua os comentários do capítulo 11, mostrando que ele
poderia se gloriar mais que os falsos apóstolos que estavam enganando os
coríntios. Embora que tenha como se gloriar, ele não o faz porque entende bem
que toda a glória pertence ao Senhor. 12:1-6. Se fosse para se exaltar, Paulo citaria
as suas próprias experiências espirituais, principalmente as suas visões e
revelações. Até uma vez ele foi levado ao terceiro céu (o paraíso) onde ouviu
coisas que o homem não pode falar! Mas, esta experiência não deu motivo para
Paulo se exaltar. Foi algo que ele recebeu não algum ato que ele fez. Foi Deus
que lhe concedeu esta bênção, e Paulo continua sendo um mero homem. Obs.:
"Conheço um homem" - Paulo se esforçou tanto para evitar a vanglória
que nem se identificou aqui. A experiência obviamente era dele mesmo, mas ele
não quer dizer "Eu fui arrebatado
ao paraíso!" De fato, ele guardou silêncio sobre este assunto durante
14 anos! Obs.: O terceiro céu - Paulo o identifica como o paraíso. Normalmente
se supõe que o primeiro seria a atmosfera (firmamento) e o segundo o espaço
(sol, lua, estrelas, etc.). Obs.: Se Paulo recusa se gloriar nos seus feitos e
nas suas experiências espirituais, ele pode se gloriar no que? Ele já falou
várias vezes: na sua fraqueza. Alguns dos detratores de Paulo o consideravam
fraco (10:10; 11:21). No seu argumento aqui, ele torna seu ponto
"fraco" em ponto forte. Ele se gloria na fraqueza, porque a fraqueza
dele destaca com mais clareza a força de Deus (11:30; 12:5,9,10; 13:3).
12:7-10. A ilustração de fraqueza que Paulo escolheu foi de algum sofrimento
que ele descreve como "espinho na carne". Ele não identifica o
espinho, mas fala algumas coisas interessantes que nos ajudam quando
enfrentamos diversos tipos de sofrimento em nossas vidas: (1) O espinho servia
para combater qualquer tendência de se ensoberbecer ou se exaltar. Nas
fraquezas, lembramos-nos da nossa dependência de Deus e do fato que somos
insignificantes em comparação com ele. (2) O espinho foi um mensageiro de
Satanás. Embora Deus use nossas angústias para seu propósito, foi Satanás que
pôs o espinho na vida de Paulo. Compare com o caso de Jó. Deus permitiu que o
Diabo o afligisse.(3) Paulo pediu três vezes, mas Deus recusou tirar o espinho
de sua vida.
As
doutrinas de algumas igrejas hoje que sugerem que a vida cristã deve ser livre
de sofrimento, ou que sofrimento é prova de pecado na vida da pessoa, são
doutrinas erradíssimas. Paulo, um servo fiel e dedicado, sofreu na carne.
Servos fiéis hoje podem sofrer pobreza, doenças e outras tristezas. (4) A graça
de Deus basta. Satanás mandou o espinho, mas Deus o usou para mostrar a
importância de sua graça para com Paulo. (5) O poder de Deus se aperfeiçoa na
fraqueza do homem. (6) Paulo prefere gloriar em Cristo do que receber a glória
dos homens. (7) Uma vez que Paulo aprendeu entender as coisas desta maneira,
ele sentia prazer nas fraquezas, injúrias, etc, pois nestes momentos ele viu o
poder de Deus com mais nitidez. Veja Tiago 1:3-4. (8) Quando Paulo era fraco em
termos de circunstâncias desta vida, ele se sentiu mais forte por causa da
força de Deus na vida dele. 12:11-13.
Paulo considerou toda esta "loucura" desnecessária e constrangedora.
Os fatos deveriam ter sido evidentes aos coríntios: (1) Ele não era inferior
aos falsos profetas! (2) Ele apresentou as credenciais do apostolado (milagres)
aos coríntios. (3) O fato que ele não recebeu sustento da igreja dos coríntios
não a fez inferior a outras. (Ele pede perdão pela "injustiça" de não
ser pesado para eles!) Obs. As credenciais do apostolado. Paulo cita seus
sinais, prodígios e poderes miraculosos como provas do seu apostolado. Nisso
ele nos lembra de um fato frequentemente ignorado sobre os dons miraculosos na
igreja primitiva. Os sinais serviam para confirmar a palavra pregada pelos
apóstolos (Marcos 16:20; Hebreus 2:3-4). Hoje, temos a palavra revelada e
confirmada nas Escrituras, e não
há mais necessidade de sinais (1 Coríntios 13:8-13). Nós não somos apóstolos
(testemunhas oculares de Cristo
ressuscitado - Atos 1:22; 1 Coríntios 15:8), e não temos as credenciais do
apostolado.
Graças a Deus, temos um caminho sobremodo
excelente, superior a qualquer sinal miraculoso; temos a palavra de Deus que
pode salvar almas! 12:14-18. Paulo não pretendia ser "pesado" na
próxima visita a Corinto. Ele não foi atrás dos bens, e sim procurou as
pessoas. Ele não se interessou pelo dinheiro dos coríntios. Obs.: "pela
terceira vez" sugere a possibilidade de uma visita por Paulo a Corinto
entre a primeira e segunda carta. Veja comentários a esse respeito na introdução
(Estudo 1/15). Obs.: O motivo do trabalho de Paulo. Este apóstolo não procurava
os bens materiais dos cristãos onde ele trabalhava. Não tinha metas de
arrecadação, nem demandas salariais. Recebia sustento, sim, mas não aproveitou
oportunidades de tomar os bens dos recém-convertidos nas igrejas que ele
estabeleceu. Paulo se gastou no trabalho em prol das almas dos outros irmãos
(15). Voltando a usar um tom de ironia, ele diz que prendeu os coríntios com
dolo (16). Assim, ele chama atenção ao fato da sinceridade e falta de qualquer
egoísmo no seu trabalho. Nem ele, nem os seus companheiros, tinham explorado os
coríntios. Obs.: Paulo e outros poderiam ter aproveitado as coletas que foram
feitas para ajudar os irmãos necessitados na Judéia, mas não o fizeram. De
fato, Paulo fez tudo para evitar qualquer suspeita ou acusação em relação ao
dinheiro levado (veja 8:19-24). Como o trabalho dele foi diferente dos negócios
ocultos e, às vezes, sujos de algumas igrejas hoje! 12:19-21. Mostrando a
sinceridade do seu amor para com os coríntios, Paulo faz mais um apelo
incentivando-os a praticar a pureza. Ele não gostaria de encontrá-los
praticando pecado. 13:1-4. Paulo se preparou para visitar Corinto pela terceira
vez (veja comentário sobre 12:14 no estudo anterior) e estaria preparado para
confrontar os falsos apóstolos com a justiça que a palavra de Deus exige. Paulo
mostrou certeza de que Cristo falava nele, e afirmou a sua fé no poder de
Jesus. Jesus morreu na fraqueza mas ressuscitou e vive no poder. Paulo (e qualquer
outro) é fraco (veja 12:10), mas vive pelo poder de Deus. 13:5-10. Paulo
desafiou os leitores que se examinassem para verificar a sua situação
espiritual (5). Obs.: O desafio do versículo 5 vale para qualquer cristão.
Realmente estamos na fé? Enquanto Paulo sugeriu a possibilidade que os
coríntios fossem reprovados, ele falou com confiança de sua própria posição, e
pediu que eles reconhecessem que ele não era reprovado (6). Paulo continuou
orando para que os coríntios fizessem o bem, sem depender da atitude deles em
relação a ele (7). Paulo não faria nada contra a verdade, e se regozijaria se
os coríntios fossem, de fato, fortes (8-9). As correções que Paulo fez por
carta tinham o propósito de evitar uma reprovação mais forte na visita a
Corinto (10). Se for necessário ser duro, ele o faria com a autoridade que o
Senhor lhe concedeu. 13:11-13. Como costumava fazer, Paulo encerrou a carta com
algumas saudações para os irmãos. Ele enfatiza: (1) A união e paz entre irmãos
(11) (2) O amor fraternal (12) Paulo encerra com uma bênção que inclui as três
pessoas divinas: Jesus, o Pai e o Espírito Santo (13). Obs.: Algumas Bíblias
dividem o versículo 12 em dois (12 e 13), assim dando um total de 14 versículos
no capítulo. Outras têm apenas 13 versículos. O conteúdo é o mesmo. Aqui
seguimos uma tradução que tem 13 versículos no capítulo.
Nobre
leitor (a) eu posso parar aqui o comentário nas cartas de Paulo; pelo simples
fato de ter encontrado num só comentário, todas as cartas de Paulo. Que “Deus” abençoe este irmão que nos presenteou
com este comentário serio, baseado dentro da palavra de “Deus”. São pessoas assim que fazem a
diferença para melhor; pois com humildade colocou a disposição de todos, seu
belo comentário bíblico.
Nobres
leitores (as) este é mais um comentário teológico dentro das cartas de Paulo
aos Coríntios, espero ter conseguido dar lhes um ótimo comentário, e que todos
consigam entender melhor o sentido da cada carta. Mas lembrando sempre que
estes comentários aqui foram feitos por homens que fizeram teologia. Eu, faço
apenas estudos bíblicos, portanto diferente destes comentários aqui. O
importante é que, quem quiser saber um pouco mais teologicamente, também são
validos estes comentários.
Comentário,
pesquisas, revisão José Carlos Ribeiro, membro da primeira Igreja Batista de
MS. Sou formado em capelania hospitalar em 2012, curso dado pela capelã
Mercedes Tavares e também pela UfMS, Curso dado pelo professor de Bioética para
os alunos de medicina da UfMS, capelão, pastor e capitão do Corpo de Bombeiros
de MS Ednilson Reis
Campo
Grande MS 16 de março de 2015
jc0856@hotmail.com
Comentários
Postar um comentário
Olá meus nobres leitores (as ) muito obrigado pela confiança e pelos mais de 44 mil acessos. Isto me torna com mais responsabilidades, e me obriga a fazer pesquisa cada vez mais seria, pois não posso baixar a qualidade, o nível da pesquisa. Estou muito feliz com todos vocês, e quero dizer que, meus temas são longos, para que todos venham ter um melhor aprendizado, e melhorem seus conhecimentos, pois nas igreja não terão tantas informações assim. se quiseram que eu desenvolva algum tema relacionado com a palavra de Deus, mandem algum recado que tentarei desenvolver. Fiquem com Deus todos vocês
em nome de Jesus.